Sem candidatos de coligação, encontro na Católica fala de combate à corrupção e inclusão social



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Sem candidatos de coligação, encontro na Católica fala de combate à corrupção e inclusão social



(esq. para dir.) Candidatos Marcos, Márlon e Mário compunham a mesa com arcebispo Dom Pedro (Foto: Divulgação)
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Sem candidatos de coligação, encontro na Católica fala de combate à corrupção e inclusão social
Dom Pedro Brito Guimarães, mostrou dados da “difícil” realidade dos municípios que formam a Arquidiocese de Palmas; segundo ele, a região enfrenta baixo IDH, carência de emprego e alta taxa de mortalidade infantil e de beneficiários do Programa Bolsa Família
Por Wendy Almeida última atualização 10 maio, 2018 às 11:40
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Nesta quarta-feira, 9, na Faculdade Católica de Palmas, o Primeiro Encontro Arquidiocesano com Candidatos ao Governo do Tocantins, da eleição suplementar, discutiu as propostas e as políticas públicas para o Estado do Tocantins. Quatro, dos sete postulantes ao mandato tampão, não compareceram ao evento e foram alvos de críticas. Sem os candidatos de coligação, a sabatina foi marcada por discursos de combate a corrupção, mudança e inclusão social.

O evento foi aberto pelo arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, que mostrou dados da “difícil” realidade dos municípios que formam a Arquidiocese de Palmas. Segundo ele, a região enfrenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), carência de emprego (maior empregador é o setor público) e alta taxa de mortalidade infantil e de beneficiários do Programa Bolsa Família.

Após apresentação, o procurador licenciado Mário Lúcio de Avelar (Psol), o ex-juiz Márlon Reis (Rede) e o empresário Marcos Sousa (PRTB) responderam a quatro perguntas que foram enviadas por leigos da Igreja Católica sobre os seguintes temas: saúde, educação, emprego e geração de renda e segurança e mobilidade. Os três candidatos ainda responderam a uma pergunta livre, feita por participantes do evento.

Cenário preocupante
Em entrevista ao CT, antes de iniciar a sabatina, Dom Pedro afirmou que a Igreja Católica está “muito preocupada” com a situação política, social e econômica do Brasil e, principalmente, com “as várias interrupções de eleições” do Tocantins. Após ser procurado por alguns postulantes à cadeira do Palácio do Araguaia, decidiu então promover o evento para debater as demandas da sociedade.

“Alguns candidatos me procuraram para pedir benção, apoio e espaço para divulgarem suas campanhas e nós achamos por bem não fazer individualmente, porque nosso estilo não é de apoiar um candidato. Então, abrimos para todos discutirem um pouco das preocupações da Igreja Católica, que não é dela fundamentalmente, mas de toda sociedade”, afirmou.

Dom Pedro apontou como os principais problemas do Estado, em especial no interior, a corrupção sistêmica, a violência no campo a falta de água e de infraestrutura das rodovias. “São questões que a gente não pode passar por cima, sob pena da gente ser omisso”, disse o arcebispo. “Quando eu vou para Lizarda eu gasto seis horas de carro para ir e seis para voltar, para rezar uma missa de uma hora e meia. Quando eu vou para Mateiros eu gasto oito horas, ou seja, dois dias para rezar uma missa”, exemplificou.

Fazem parte da Arquidiocese de Palmas, além da Capital, os municípios de Aparecida do Rio Negro, Lizarda, Novo Acordo, Mateiros, São Félix do Tocantins, Lajeado, Rio Sono, Santa Tereza e Tocantínia. “Olhem com cuidado para essa região. É uma região que precisa muito do governo”, pediu o arcebispo.

Propostas
Após a explanação de Dom Pedro, os candidatos tiveram a oportunidade de fazer um breve resumo dos seus planos de gestão para o mandato tampão de seis meses. Os discursos de dez minutos foram marcados por propostas de combate à corrupção, mudança e de inclusão social.

“Não se trata de uma ação partidária. Nós apresentamos é um projeto inclusivo, que significa fazer sentar à mesa todas as visões que compõem o Estado. As pessoas não são ouvidas nesse Estado. Nós não nos sentimos representados, não nos sentimos contemplados. A entrega da saúde e educação de qualidade, a melhoria da segurança, dos serviços típicos de Estado só será feita com a participação efetiva daqueles que sofrem”, afirmou Márlon Reis.

“Iniciamos uma caminhada pela Justiça, pela mudança. Essa caminhada não é do Psol, não é do Mário Lúcio, mas de todos que anseiam por mudanças profundas no Estado do Tocantins, por justiça social, por democracia, por participação nas decisões do Estado, por um governo honesto”, declarou Mário Lúcio de Avelar.

Já Marcos Sousa disse que por ser empresário não está pensando em governar em “benefício próprio”. Sua intenção, pelo contrário, é “acabar” com os privilégios no Estado “Eu quero servir ao Tocantins. Eu quero servir a família tocantinense. Nós lutamos por um Tocantins livre das amarras dos políticos tocantinenses. Vamos fechar a torneira da corrupção desse Estado”, prometeu.

Na rodada que tratou sobre a área da Saúde, Márlon Reis disse que iria “derrubar” o que ele afirma ser mito da saúde do Tocantins. “O mito de que há pouco dinheiro. Não, há muito dinheiro disponível para a saúde. Entre 17% e 18% da receita corrente líquida são destinados para essa finalidade, sendo que a constituição prevê um mínimo de 12%. A causa do problema é a má gestão, muitas vezes decorrente de compromissos eleitorais. Por isso, a saúde está um caos. Gasta-se mal o recurso da saúde. Além dos frequentes escândalos de corrupção. Isso tem que acabar”, asseverou.

Por sua vez, Mário Lúcio falou sobre empresas que estariam monopolizando o mercado da saúde do Tocantins, fornecendo medicamentos a preços superfaturados e medicamentos vencidos. “É preciso atacar a corrupção, desbaratar essas quadrilhas que se instalaram para absolver recursos do Sistema Único de Saúde”, propôs.

Para o candidato Marcos Sousa, os problemas da saúde também são resultantes da “falta de gestão” dos governos anteriores. “Ninguém resolve o problema se não tiver coragem e determinação”, disse o empresário, ao acrescentar que a área será prioritária na sua administraçã, caso seja eleito.

Presenças
Os candidatos Carlos Amastha (PSB), Kátia Abreu (PDT) e Mauro Carlesse (PHS) comunicaram aos organizadores da sabatina que não poderiam participar da discussão por choque de compromissos. Já Vicentinho Alves (PR), conforme os organizadores, chegou a confirmar presença, mas não foi.

Durante a sabatina, o empresário Marcos Sousa aproveitou o tempo de fala não só para apresentar propostas, mas para também criticar a ausência dos outros quatro candidatos. “Gostaria de registrar aqui a falta de respeito com a sociedade e com a Arquidiocese, dos candidatos que não compareceram a esse encontro. Isso não se faz. Isso se chama covardia”, atacou o adversário, sendo aplaudido em seguida. “Não tiveram dignidade para aqui estar porque vão perder os privilégios”, reiterou ao final do evento.

Já o ex-juiz Márlon Reis observou que a presença ou a ausência dos candidatos “revela opções e prioridades”. “Eu tenho certeza que nós aqui presentes priorizamos a discussão a apresentação de nossas ideias para um público absolutamente seleto de pessoas que constroem e participam efetivamente da vida social do nosso Estado. Por isso, fiz questão de remodelar toda agenda para estar presente aqui”, pontuou.

Em nota, Kátia justificou o motivo de sua ausência. “Apesar de considerar uma oportunidade ímpar para apresentar meus projetos de desenvolvimento e reconstrução do nosso Tocantins, não poderei estar presente no debate da Igreja Católica, em razão da agenda de campanha confirmada anteriormente. Nesta quarta-feira, 9 de maio, cumpro agenda nas cidades de Ananás, Nova Olinda, Babaçulândia e Colinas”, argumentou, ao parabenizar a Arquidiocese de Palmas pela realização do evento.

Padres, diáconos, seminaristas, missionários e representantes de paróquias, além, de universitários e comunidade em geral participaram do encontro arquidiocesano.

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