SAÚDE DO MARCELO MIRANDA- 'Foram empurrando até que meu filho faleceu', diz mãe de bebê que esperou cirurgia por 43 dias Mãe do bebê tinha uma decisão judicial determinando a realização de cirurgia. Para Defensoria, morte de recém-nascidos ocorre por decisões dos gestores da saúde do estado.


'Foram empurrando até que meu filho faleceu', diz mãe de bebê que esperou cirurgia por 43 dias

Mãe do bebê tinha uma decisão judicial determinando a realização de cirurgia. Para Defensoria, morte de recém-nascidos ocorre por decisões dos gestores da saúde do estado.




Por G1 Tocantins

01/05/2018 16h02 Atualizado há 30 minutos





























Mãe fala sobre morte de bebê após 43 dias esperando cirurgia no coração



"Eles foram empurrando, empurrando até que meu filho faleceu". A fala é de Camila Cerqueira das Neves, mãe do bebê Davi Gabriel, que morreu no último fim de semana após ficar 43 dias esperando uma cirurgia no coração. Durante metade deste tempo, ela tinha uma decisão da Justiça determinando o procedimento, mas o Estado não cumpriu a ordem judicial.


A morte de bebês esperando cirurgias no coração é constante no Estado. O problema ocorre porque o governo mudou a forma de atendimento aos pacientes. (Veja vídeo)


"Você tinha um serviço, você deixa de ter o serviço por ato de gestão e as pessoas terminam não sendo socorridas em tempo hábil [...] No plano criminal, a gente entende que essa responsabilidade é do gestor que não deu continuidade com aquele contrato inicial com Goiânia (GO). Antigamente, até 2015, nossas crianças iam para lá e nós não tinham demanda judicial de cardiopatia congênita aqui no Tocantins", explicou o defensor público Arthur Pádua.


Em 2018, segundo a Defensoria Pública, quatro bebês morreram com quadro de doenças graves no coração enquanto aguardavam cirurgia. Entre os anos de 2016 e 2017, pelo menos outros quatro bebês morreram enquanto esperavam por transferência ou liberação dos procedimentos.


"Depois que se fez essa manobra de gestão e que se começou a se deparar com essas situações de óbitos correntes [...] Isso é grave em um cenário em que não tínhamos óbitos, é muito grave a gente contabilizar um óbito por mês", argumentou o defensor.



Davi Gabriel não resistiu à espera e morreu após 43 dias (Foto: Arquivo pessoal)



Cirurgias cardíacas em crianças não são feitas no Tocantins porque não há estrutura de equipamentos e médicos. Atualmente, existe uma ação civil da Defensoria e Ministério Público pedindo que o governo monte a estrutura necessária para os procedimentos.


Sobre a morte do bebê Davi Gabriel, a Secretaria Estado de Saúde enviou uma nota afirmando que "lamenta profundamente a morte do bebê Davi Gabriel" e que havia autuado o processo de compra para realizar o procedimento cirúrgico do recém-nascido e que foi feito o bloqueio no valor do procedimento no dia 24 de abril nas contas do governo.


Afirmou ainda que estava aguardando um alvará pela Justiça para fazer a transferência. Porém, segundo o defensor público, o Estado não dependia do alvará e poderia ter feito a transferência desde o momento em que foi notificado.


Para a mãe do bebê, fica a dor da perda: "Já tinha hospital disponível para ele fazer a cirurgia dele, mas não deu de ir porque o governo não depositou a verba [...] O juiz bloqueou a conta do governo para depositar a verba na conta do hospital, mas mesmo assim eles foram empurrando, empurrando até que meu filho faleceu", lamentou Camila Cerqueira.


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