Protesto já afeta abastecimento de combustíveis e alimentos no TO; caminhoneiros recusam só isenção da Cide
Protesto chega ao terceiro dia e caminhoneiros começam a receber doações de alimentos e água da sociedade (Foto: Sindcamto)
Estado
Protesto já afeta abastecimento de combustíveis e alimentos no TO; caminhoneiros recusam só isenção da Cide
Organizador do movimento no TO reivindica participação nas negociações junto ao governo federal
Por Redação última atualização 23 maio, 2018 às 1:16
O protesto nacional dos caminhoneiros chega ao terceiro dia e já começa afetar o abastecimento de combustíveis e alimentos. O organizador do movimento no Tocantins, Amaury Lima, contou ao CT que os postos e os comércios do Estado já estão sentindo os reflexos da paralisação, pois não estão recebendo produtos. Segundo ele, a categoria não vai voltar ao trabalho apenas com a proposta do governo de eliminar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel, anunciada pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, nesta terça-feira, 22.
“Nós não queremos que o governo só tire o imposto do petróleo. A nossa reivindicação é para que os preços de todos os combustíveis baixem, no mínimo, 50%. Nós queremos a redução do preço do diesel, da gasolina, do etanol, da energia, do gás de cozinha, do que a sociedade usa diariamente”, afirmou.
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De acordo com o motorista, os supermercados do Estado já estão ficando sem frutas, verduras e carnes. Nesta terça-feira, afirmou Amaury Lima, foi o último dia que os frigoríficos abasteceram os comércios.
“De hoje em diante os abatimentos de gado não serão realizados, porque não estão passando nas rodovias. Os mantimentos já estão acabando. O nosso movimento é muito grande e vai atingir do rico ao pobre. Por isso, nós estamos convidando a sociedade pra vir com a gente”, conclamou Lima ao reiterar a legalidade do protesto.
Participação nas discussões
Durante a entrevista, o caminhoneiro afirmou que o movimento está tendo apoio do sindicato que representa a categoria no Estado. Mas ele reivindicou a participação nas negociações junto ao governo federal.
“Quem dirige o caminhão, quem leva e traz a carga não pode ficar fora do processo. Eu, particularmente, quero fazer esse trabalho para defender a nação brasileira e o motorista que trabalha dia e noite sem ter respaldo”, explicou.
Além do apoio do Sindcamto e da Associação Comercial e Industrial de Paraíso, os caminhoneiros que estão paralisados agora recebem doações de alimentos e água da comunidade para se manterem. Conforme Lima, o protesto continua pacífico.
Manifestação nacional
Por volta das 8 horas desta segunda-feira, 21, caminhoneiros do Tocantins decidiram aderir ao protesto que ocorre em vários Estados do País contra a alta do preço do óleo diesel. Além do Tocantins, foram registrados atos em ao menos 21 Estados.
Insatisfeitos com o preço do diesel, que subiu 1,76% nas refinarias, na semana passada, os condutores de veículos de carga queimaram pneus nos acostamentos e bloquearam rodovias. Segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que reúne 700 mil caminhoneiros autônomos, o objetivo é mudar a política de preços do petróleo, zerar a alíquota de PIS/Pasep e Cofins e obter a isenção da Cide.
A política, que prevê reajustes com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional e também a oscilação do dólar, começou a valer em 3 de julho do ano passado. Em maio, já foram anunciadas 10 altas e cinco quedas no preço do litro do diesel. No caso da gasolina, foram 12 altas, duas quedas e uma estabilidade.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta terça-feira, 22, após reunião em Brasília com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, que a política de reajustes dos preços de combustíveis da empresa não será alterada.
O ministro da Fazenda afirmou na semana passada, em entrevista ao G1, que também não há possibilidade neste ano de o governo abrir mão de parte da arrecadação de impostos para conter a alta de preço dos combustíveis. Mas em declaração feita na noite desta terça-feira, no Palácio do Planalto, Guardia disse que o governo eliminará a Cide sobre o diesel e, em contrapartida, os parlamentares devem aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamento. (Com informações do Estadão e do G1)
Confira os trechos interditados no Tocantins:
Araguaína – BR-153, KM 152
Colinas do Tocantins – Posto Minas Petro – BR 153, km 245
Fortaleza do Tabocão – Posto Tabocão – BR 153, km 360
Paraíso do Tocantins – Posto Milena – BR 153, km 492, TO-080 saída para Mato Grosso e na saída para Palmas.
Porto Nacional – Posto Mirante – saída para Barrolândia.
Gurupi – Posto Mutucão – BR 153, km 674
Pedro Afonso – Ponte Rio Tocantins – BR 235, km 164
Alvorada – BR 153, km 761
Nova Olinda – BR 153, km 208
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