POLÍCIA FEDERAL OPERAÇÃO LAVA JATO Lava Jato prende suspeito de ser 'homem da mala' de Geddel Prisão ocorreu no âmbito da Operação Câmbio-Desligo
POLÍCIA FEDERAL OPERAÇÃO LAVA JATO
Lava Jato prende suspeito de ser 'homem da mala' de Geddel
Prisão ocorreu no âmbito da Operação Câmbio-Desligo
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O ex-ministro Geddel Vieira Lima - Pedro Ladeira - 8.set.2017/Folhapress
3.mai.2018 às 17h44
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Letícia Casado
BRASÍLIA
A nova fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, deflagrada nesta quinta-feira (3), prendeu em Brasília um doleiro apontado por Lúcio Funaro como a pessoa que fez entrega de dinheiro ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), apurou a Folha.
Essa suposta entrega de dinheiro está sendo investigada em um dos inquéritos em que o presidente Michel Temer é alvo no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em outubro de 2017, o operador financeiro Lúcio Funaro disse à Procuradoria-Geral da República ter direcionado R$ 1 milhão a Geddel,dinheiro que teria recebido do advogado José Yunes, ex-assessor especial de Temer.
Segundo Funaro, o dinheiro foi enviado por meio de um doleiro sediado no Uruguai que prestava serviço para ele, chamado Tony. Esse doleiro teria feito o trabalho de "logística" –receber o dinheiro em São Paulo e entregá-lo em Salvador: "Ele [um funcionário do doleiro Tony, de nome "Júnior"] entregou no comitê do PMDB da Bahia para o próprio Geddel", disse Funaro.
Funaro disse também que não tinha a exata identificação de Júnior --o doleiro preso nesta quinta--, “pois tal pessoa era mencionada apenas dessa forma”.
Funaro entregou às autoridades anotações que, segundo ele, comprovam a entrega de R$ 1,2 milhão em Salvador no dia 3 de outubro de 2014, às vésperas das eleições daquele ano.
Ele disse que quase a totalidade da movimentação financeira com Geddel foi identificada pela PF, que rastreou movimentações diárias, abastecimento de aeronave e hangar em Salvador, além de hospedagem em hotel. Geddel afirma que a história não é verdadeira e que não conhece nenhuma pessoa chamada Junior no contexto referido por Funaro.
DOLEIROS
Na nova fase, a Lava Jato do Rio mirou um esquema de doleiros que atuam no país e movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões), envolvendo mais de 3.000 offshores em 52 países.
A operação não tem ligação com o suposto esquema apontado por Funaro e que teria beneficiado Geddel. Junior, apelidado de Jubra --junção de “Junior” com “Brasilia”– foi detido porque faria parte do suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas investigado pela Lava Jato.
Vinicius Claret e Cláudio Barboza, apontados como os maiores doleiros do país, fizeram delação premiada.
Seus depoimentos deram base à operação desta quinta. Barboza disse que foi apresentado a Júnior por Lúcio Funaro, em 2008, como sendo “um doleiro que atuaria em Brasília”. Desde então, passou a utilizar os serviços de Júnior para fornecer dinheiro em espécie em Brasília e para fazer a logística para entrega de dinheiro em espécie pelo país. A Folha não conseguiu contato, até a publicação desta edição, com o advogado de Júnior.
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