GREVE DOS CAMINHONEIROS Remédios chegam a hospitais, mas caminhões são atacados na Dutra Transportadoras de medicamentos suspendem viagens por causa de piquetes em rodovias
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Estradas em SP estão livres; protesto de caminhoneiros perde força
GREVE DOS CAMINHONEIROS
Remédios chegam a hospitais, mas caminhões são atacados na Dutra
Transportadoras de medicamentos suspendem viagens por causa de piquetes em rodovias
29.mai.2018 às 11h26Atualizado: 29.mai.2018 às 12h24
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SÃO PAULO
Transportadoras especializadas em medicamentos estão conseguindo abastecer normalmente a rede pública e hospitais, mas enfrentam problemas nas rodovias, relata Roberto Vilela, presidente da RV Ímola, uma das três maiores empresas do setor.
Na noite desta segunda-feira (28), um caminhão que vinha do Rio para São Paulo foi atacado a pedradas na via Dutra e teve os vidros quebrados, apesar de estar sendo escoltado pela Polícia Rodoviária Federal. O ataque aconteceu na altura de Caçapava (SP).
Soldados observam protesto de caminhoneiros estacionados na via Dutra, em Seropédica (RJ) - Tomaz Silva/Agência Brasil
A empresa, cujos veículos passam diariamente pela rodovia ao menos duas vezes, decidiu interromper o trajeto por enquanto, até ter certeza de que sua carga e seus caminhões não correrão mais perigo.
Vilela afirma que, assim que começou o movimento, na semana passada, o setor e a prefeitura anteciparam o abastecimento de todas as unidades de saúde municipais: “Estão abastecidas com o suficiente para até a semana que vem”.
Os hospitais estão sendo atendidos todas as noites, sem problemas. Para esse tipo de entrega, não falta combustível, já que o consumo de diesel até caiu com as paralisações nas estradas.
Vilela diz que as empresas de fato orientaram seus motoristas a parar os carros, para evitar colocar a carga em risco.
“Estou com dois carros parados, um em Caruaru e outro em Minas, aguardando mais segurança.”
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Caminhoneiros bloqueiam rodovias em semana de protesto
Fila de caminhões faz bloqueio na rodovia BR-262, no município de Juatuba (MG), um dos mais afetados pela paralisação dos transportadores de carga Douglas Magno/AFP
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Segundo ele, as seguradoras não cobrem perdas em locais onde há protestos e manifestações.
“Em conflitos anteriores, colocaram fogo em alguns carros e perdemos toda a carga, fora o prejuízo do colaborador, que ficou semanas sem poder rodar.”
Além de 150 caminhões próprios, a RV Ímola trabalha com cerca de 60 autônomos, que, segundo Vilela, são os mais prejudicados no momento.
“Empresas que levam carga de alto valor agregado, como medicamentos ou celulares, conseguem absorver um pouco melhor a alta do diesel. Mas quem transporta verdura ou é autônomo está sofrendo um baque significativo. O diesel no caso deles é metade do custo.”
Além disso, cerca de metade dos colaboradores da RV Ímola não têm conseguido fazer entregas porque usam vans movidas a gasolina, segundo Vilela.
O empresário afirma que todo o setor e o governo estavam sendo avisados pelos motoristas há mais de um mês que haveria paralisação. “Eles aprenderam com erros passados, deixaram carros de passeio trafegarem nas estradas e estrangularam a gasolina para parar o país.”
Vilela disse que não começou a calcular os prejuízos com a greve, mas que todo o setor está tendo perdas significativas.
(Ana Estela de Sousa Pinto)
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