Gleisi convoca romaria por Lula, e Santuário de Aparecida critica seu 'uso político' Em nota, templo rechaçou iniciativas 'para fins de promoção individual ou partidária'
Gleisi convoca romaria por Lula, e Santuário de Aparecida critica seu 'uso político'
Em nota, templo rechaçou iniciativas 'para fins de promoção individual ou partidária'
3.mai.2018 às 18h09
Anna Virginia Balloussier
SÃO PAULO
O Santuário Nacional de Aparecida não é espaço para fazer política, afirmou nesta quinta-feira (3) a gerência de um dos maiores templos católicos do Brasil. O recado tinha alvo específico: a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
A presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, durante entrevista em São Paulo - Marlene Bergamo - 3.mai.18/Folhapress
Na véspera, ela havia convocado no Twitter uma romaria no próximo dia 20 a Aparecida (SP), "por LulaLivre e pela paz democrática" no país.
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Gleisi Lula Hoffmann
✔@gleisi
Dia 20, é a vez da Romaria à Aparecida do Norte. Por #LulaLivre e pela paz democrática no Brasil.
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Organize sua Caravana! Vamos expressar nossa fé e pedir pela liberdade de @LulapeloBrasil, Presidente dos pobres. #1McomLula
00:24 - 2 de mai de 2018
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"Organize sua caravana! Vamos expressar nossa fé e pedir pela liberdade de LulapeloBrasil, presidente dos pobres", escreveu a senadora para seus 402 mil seguidores.
"O Santuário é um espaço sagrado que acolhe todos os filhos e filhas de Nossa Senhora Aparecida, sem distinção. Da mesma forma, também é uma casa que se coloca contra toda e qualquer utilização do seu espaço para fins políticos ou ideológicos", diz o comunicado.
"Com base nos valores éticos e cristãos, o Santuário Nacional entende que o momento atual é propício de reflexão e protagonismo do cidadão ao que tange às escolhas eleitorais. Por isso, sob qualquer qualquer hipótese se posiciona ou se posicionará em favor de quaisquer líderes políticos, refutando toda e qualquer iniciativa que queira utilizar-se do Altar da Eucaristia para fins de promoção individual ou partidária", continua o texto.
A nota termina dizendo que, para a equipe eclesiástica do Santuário, "nossa bandeira é o Brasil, nossa representante é Aparecida, nossa padroeira. Vamos rezar pelo Brasil. Nós temos essa obrigação!".
A convocação de Gleisi despertou críticas de internautas. "Se fossem convertidos de coração... Pena que são um bando de lobos na pele de cordeiro. Não se brinca com a fé", disse um deles.
Outro questionou a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na rede social: "Achei que comunista era ateu Toddynho, mas vejo que não tem escrúpulo nenhum de se utilizar da religião dos outros. CNBB, cadê a vergonha na cara de permitir uma merda dessa?"
No mês passado, a CNBB realizou sua assembleia geral sob críticas por nutrir suposta simpatia a projetos de esquerda —como a participação de dom Angélico Bernardino, bispo emérito de Blumenau, no ato ecumênico que antecedeu a prisão de Lula.
A Folha procurou a assessoria da senadora Gleisi por telefonema e mensagem, mas não obteve resposta.
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