Foro menos privilegiado Ao afetar deputados e senadores, restrição da prerrogativa pelo STF representa o primeiro passo para o fim do privilégio. Mas a jornada ainda será longa para a eliminação total da benesse às autoridades
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Foro menos privilegiado
Ao afetar deputados e senadores, restrição da prerrogativa pelo STF representa o primeiro passo para o fim do privilégio. Mas a jornada ainda será longa para a eliminação total da benesse às autoridades

COM MUITO ATRASO Lewandowski, Gilmar e Toffoli retardaram em um ano a decisão do STF em limitar o foro privilegiado
Tábata Viapiana04/05/18 - 18h00
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A partir de agora, um deputado ou senador denunciado, por exemplo, por roubo ou furto será julgado em primeira instância. Uma acusação por peculato ou por cobrança de propina para aprovar determinado projeto de lei, permanecerá no STF, mas já se trata de um avanço inegável. Embora a restrição atinja 594 deputados e senadores, o que corresponde a 1% do total de autoridades com prerrogativa de foro, estima-se que 95% das 540 ações contra políticos deverão ser enviadas do STF para instâncias inferiores. A decisão não alcança, no entanto, integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, que hoje representam 79,2% das autoridades detentoras do privilégio. A benesse é um despautério para uma sociedade ainda extremamente desigual, onde a Justiça é célere para as pessoas comuns e incrivelmente paquidérmica na hora de julgar as lambanças cometidas pelas ditas excelências.
O foro foi reduzido para congressistas, mas o Brasil ainda possui um número absurdo de 54 mil pessoas com direito ao privilégio
1200 dias
O consultor legislativo da Câmara, Newton Tavares Filho, apresentou dados alarmantes que provam o quanto o foro contribui para o aumento da impunidade. Em 2003, o STF levava em média 277 dias para julgar processos contra autoridades com prerrogativa de foro. Em 2016, o prazo passou para 1.200 dias, um aumento de 346%. “Nenhum País estudado previu tantas hipóteses de foro como previu a Constituição Brasileira de 1988”, afirmou Newton Tavares. Na última semana, o Supremo deu o primeiro passo, mas para reduzir drasticamente o número de pessoas com direito ao foro especial somente a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Portanto, ainda há uma longa jornada para exterminar de vez a tal elite judiciária.
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