Bill Gates: nova epidemia pode matar 30 milhões em seis meses Em debate, empresário argumenta que governos não estão preparados para combater ameaças biológicas, como se viu no último surto de Ebola Por Da Redação
Bill Gates: nova epidemia pode matar 30 milhões em seis meses
Em debate, empresário argumenta que governos não estão preparados para combater ameaças biológicas, como se viu no último surto de Ebola
Por Da Redação
access_time30 abr 2018, 17h59 - Publicado em 30 abr 2018, 13h25more_horiz
Bill Gates alerta para o fato de que um laboratório qualquer pode fabricar o vírus do sarampo neste momento (Alberto E. Rodriguez/Getty Images/VEJA/VEJA)
O empresário Bill Gates, fundador da Microsoft, alertou para o fato de o mundo estar despreparado para combater doenças com potencial de se espalhar rapidamente e causar mortes em massa, informou o portal Science Alert. Durante um debate sobre epidemias promovido pela Massachusetts Medical Society e pelo New England Journal of Medicine, na última sexta-feira (28), Gates argumentou que uma epidemia similar à da “gripe espanhola“, que dizimou 50 milhões de pessoas em 1918, atualmente mataria 30 milhões em seis meses.
Essa simulação foi feita pelo Institute for Disease Modelling, segundo Gates. “Se há algo que aprendemos com a história, é que uma nova doença mortal vai aparecer e se espelhar ao redor do mundo”, insistiu. “Isso pode acontecer em uma década.”
Durante as discussões, Gates afirmou que sempre foi o otimista nas mesas de reunião, o que tornou suas declarações ainda mais alarmantes. Ele lembrou que, nos últimos anos, o mundo foi capaz de tirar milhões de crianças da pobreza e de reduzir a incidência de velhas enfermidades fatais, como a poliomielite e a malária.
“Mas há uma área na qual o mundo não fez muito progresso: a preparação para enfrentar uma pandemia”, ressaltou.
Gates advertiu para o fato de ser cada vez mais fácil a fabricação do vírus do sarampo em laboratórios de pequenos agentes não governamentais. Novos agentes patogênicos podem surgir com o aumento da população mundial e a invasão a ambientes desconhecidos.
Os deslocamentos mais fáceis e rápidos tornariam a contaminação mais veloz e ampla. “Pense no número de pessoas que deixam todos os dias Nova York para ir a outra parte do mundo. Estamos em um mundo interconectado.”
Para ele, o mundo será surpreendido por doenças que já surgiram como surto — é o caso de duas graves síndromes respiratórias, a Sars e a Mers, causadas por vírus.
“Se você fosse dizer aos governos que armas capazes de matar 30 milhões de pessoas estão em construção neste momento, haveria uma noção de urgência sobre a preparação contra essa ameaça”, disse Gates. “No caso de ameaças biológicas, essa noção não existe. O mundo precisa estar preparado para pandemias da mesma forma como está preparado para a guerra”, completou.
Gates aproveitou a ocasião para anunciar que a Fundação Bill and Melinda Gatesoferecerá subsídio de 12 milhões de dólares ao estímulo das pesquisas sobre uma vacina universal contra a gripe. Reconheceu haver atualmente diagnósticos mais rápidos de doenças, antibióticos capazes de tratar a pneumonia associada à gripe e medicamentos antivirais que elevam as taxas de sobrevivência.
Recentemente, segundo Gates, o jornal Science publicou uma pesquisa sobre o uso da tecnologia genética Crispr para a detecção rápida de doenças, como se faz com os testes de gravidez. Mas, insistiu ele, não há ainda boas formas de identificar e coordenar o tratamento para epidemias como o último surto de Ebola na África, entre 2013 e 2016.
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