Trump ataca Síria apoiado por Reino Unido e França Mísseis são resposta a suposto ataque químico contra enclave retomado de rebeldes
Trump ataca Síria apoiado por Reino Unido e França
Mísseis são resposta a suposto ataque químico contra enclave retomado de rebeldes
POR O GLOBO
13/04/2018 22:07 / atualizado 13/04/2018 22:49
Os presidentes de Rússia, Síria e Estados Unidos: Vladimir Putin, Bashar al-Assad e Donald Trump - Reuters/AFP
WASHINGTON - O presidente Donald Trump anunciou na noite desta sexta-feira um ataque militar à Síria, em represália ao ataque com armas químicas lançado no último sábado contra Douma, na região de Ghouta Oriental, subúrbio de Damasco. Os Estados Unidos e vários países ocidentais culparam o regime de Bashar al-Assad pelo ataque.
Em pronunciamento pela TV, ele disse que os ataques têm o apoio militar da França e do Reino Unido. Falou também em uma ofensiva "sustentada", sugerindo que ela poderia durar vários dias. Ele se dirigiu diretamente ao Irã e a Rússia, que apoiam o governo de Bashar al-Assad, e perguntou "que tipo de nação quer estar associada diretamente com matanças massivas de homens, mulheres e crianças".
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— Queremos trazer nossos soldados para casa e sabemos que não podemos acabar com todo o mal em todos os lugares, nem derrotar todos os tiranos. Por isso dependemos do apoio dos países da região — afirmou Trump.
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Logo depois do anúncio de Trump, seis explosões foram ouvidas em Damasco. O ataque acontece a partir de navios e aviões de combate, que no entanto não entram no espaço aéreo sírio, segundo a emissora CNN. Segundo a agência Reuters, são usados mísseis de longo alcance Tomahawk.
Mais cedo, a agência Reuters havia informado que havia divergências entre Trump e seu secretário da Defesa, Jim Mattis. Enquanto Trump queria uma ofensiva mais ampla, Mattis sugeria um ataque de menor escala, semelhante ao que já foi lançado pelos Estados Unidos no ano passado.
A TV estatal síria disse que as defesas aéreas do país estavam reagindo ao ataque. Outra testemunha, citada pela agência Reuters, disse que um dos locais atacados foi o distrito de Barzah, onde fica um centro de pesquisa científica.
O suposto ataque químico foi denunciado no sábado pelos Capacetes Brancos, serviço de defesa civil que atua em áreas onde atuam grupos armados da oposição a Assad. Tanto Assad quanto a Rússia haviam negado a autoria do ataque, e inspetores da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) deveriam chegar neste sábado à Síria para recolher material no local do suposto ataque e analisá-lo, de maneira a confirmar ou não ou uso de armas químicas.
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Pessoas fogem do Kosovo em meio a conflitos em 1999 Foto: Goran Tomasevic / REUTERS
KosovoCom a repressão sérvia contra os separatistas albaneses na província de Kosovo, a Otan fez bombardeios sem autorização da ONU em 1999 e forçou a Sérvia, aliada russa, a se retirar. Moscou congelou a cooperação com a Otan. A tensão renasceu com a independência do Kosovo (2008), não reconhecida por Moscou.
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A primeira-ministra britânica, Theresa May, em um comunicado, disse que o objetivo da ofensiva não é interromper a guerra civil que entrou em seu oitavo ano na Síria nem derrubar o regime de Assad. Segundo ela, é um ataque limitado, com a intenção de poupar a população civil. Logo em seguida, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que era uma ofensiva restrita ao "arsenal químico clandestino" da Síria.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG de monitoramento da guerra baseado em Londres, confirmou que um centro de pesquisa foi atingido, além de bases militares. Segundo o Observatório, entre os alvos estão unidades de elite, como a Guarda Republicana e a 4ª Divisão.
Como as ameaças de ataque de Trump vinham ocorrendo desde segunda-feira, o próprio Observatório havia relatado que os militares sírios haviam transferido armas e equipamentos para bases russas.
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