Serraglio reitera que sofreu pressão de Aécio para nomear delegado da PF Para ex-ministro da Justiça, conversas entre Aécio e Joesley esclarecem que ele não cedeu às pressões do tucano


Política
Serraglio reitera que sofreu pressão de Aécio para nomear delegado da PF
Para ex-ministro da Justiça, conversas entre Aécio e Joesley esclarecem que ele não cedeu às pressões do tucano
Por Estadão Conteúdo
access_time20 abr 2018, 19h00more_horiz


Deputado Osmar José Serraglio PP/PR (Gustavo Lima/Agência Câmara/VEJA)

O deputado federal Osmar Serraglio (PP-PR) afirmou na última terça-feira (17), no plenário da Câmara, que sofreu pressões dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros (MDB-AL) quando era ministro da Justiça. O discurso ocorreu durante julgamento do caso de Aécio no Supremo Tribunal Federal (STF)que o tornou réu por corrupção passiva e obstrução de justiça. Nesta sexta-feira (20) ao ser questionada, a assessoria de imprensa de Serraglio reiterou a acusação.

O ex-ministro da Justiça diz que trechos das gravações telefônicas entre Aécio e Joesley Batista, dono da JBS, deixam claro que ele se recusou a ceder às pressões do senador mineiro que tinha objetivo emplacar um novo delegado da Polícia Federal de sua preferência. No diálogo, o senador mineiro aparece chamando Serraglio de um “bosta do c****”.

O tucano disse a Joesley que estava insatisfeito com Osmar Serraglio porque, de acordo com o senador, ele não controlava a Polícia Federal (PF) e a Operação Lava Jato. A partir dessas conversas e de depoimentos da delação de executivos do grupo J&F, o STF aceitou a denúncia contra Aécio esta semana.

“Pressões semelhantes advieram do Senador Renan Calheiros, ex-Presidente do Congresso Nacional, multi-investigado pela Polícia Federal”, continuou o deputado em plenário. Segundo Serraglio, as pressões sofridas foram algumas das razões que “instabilizaram” sua permanência na Pasta. Ele foi demitido do Ministério da Justiça no ano passado em meio aos rumores de que poderia ser citado em delação premiada da Operação Carne Fraca.
Veja também

PolíticaJustiça nega ação de deputados do PSOL para afastar Moreira Francoquery_builder20 abr 2018 - 17h04

PolíticaProcuradores da Suíça indicam que novos nomes vão surgir na Lava Jatoquery_builder20 abr 2018 - 17h04

PolíticaManobra no caso de Maluf preserva poder de Fachin na Lava Jatoquery_builder20 abr 2018 - 12h04


Em nota, Renan disse que “não se prestaria a falar” com Serraglio. “Pelo contrário… virei oposição ao governo Temer justamente quando ele assumiu o ministério indicado, e teleguiado, pelo Eduardo Cunha. Quem conhece minimamente a política sabe que eu jamais me relacionei com esse grupo. Pelo visto, esse Osmar continua com a carne fraca”, disse Renan.

Já a defesa do senador Aécio afirmou que ele “jamais” tentou interferir na nomeação de delegados para a condução de qualquer inquérito. “Essa questão é afeita exclusivamente à PF, que não se submete a esse tipo de ingerência”, justificou.

O advogado do tucano, Alberto Zacharias Toron, defendeu que todas as conversas que Aécio teve sobre o tema foram “no sentido de mostrar seu inconformismo com inquéritos abertos sem qualquer base fática, em especial, com a demora em serem concluídos, levando a um inevitável desgaste”.

Além disso, o advogado afirma que o senador mineiro procurou Osmar Serraglio para desculpar-se sobre “termos inadequados utilizados para referir-se” ao então ministro da Justiça. “Com relação aos termos inadequados utilizados para referir-se ao então ministro, em conversa privada criminosamente gravada pelo Sr Joesley Batista, o senador telefonou diretamente a ele à época, desculpando-se pelas expressões utilizadas”, afirmou o comunicado. A defesa de Aécio reafirma “não ter havido nenhuma atitude imprópria de sua parte e lamenta que isso possa ter sido entendido de forma diversa”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VAZARAM AS FOTOS DE PAOLA OLIVEIRA NUA-Paolla oliveira nua pelada

Cheon Il Guk Matching Engagement Ceremony- O REINO DOS CÉUS NA TERRA E NO CÉU

Menino ficou em barril por pegar "comida que não devia", diz investigação