Seis governadores renunciam por eleição e provocam redesenho de forças Além deles, 4 prefeitos de capital deixam os cargos; único em 1º mandato era Doria
Seis governadores renunciam por eleição e provocam redesenho de forças
Além deles, 4 prefeitos de capital deixam os cargos; único em 1º mandato era Doria
7.abr.2018 às 2h00
Diminuir fonte
Aumentar fonte
Angela BoldriniJoão Pedro Pitombo
BRASÍLIA e SALVADOR
As renúncias de governadores e prefeitos de capital para a disputa das eleições deste ano redesenharam o equilíbrio de forças entre os partidos que vão para as urnas nas eleições deste ano.
16 21
Presidenciáveis 2018
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) Adriano Vizoni - 28.set.14/Folhapress
Ao todo, seis governadores e quatro prefeitos de capital renunciaram aos seus mandatos nesta semana —o prazo final para desincompatibilização dos gestores que vão disputar outros cargos é neste sábado (7).
Dos seis governadores que renunciaram —todos já reeleitos—, três são tucanos: Geraldo Alckmin (SP) deixou o cargo para disputar a Presidência da República. Já Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR) vão disputar uma cadeira no Senado.
Também renunciaram o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), de Sergipe, Jackson Barreto (MDB) e de Rondônia, Confúcio Moura (MDB).
O PSB foi o partido que mais ganhou musculatura nos estados. Tinha três governadores e agora terá cinco: passará a comandar o governo de São Paulo com Márcio França e Rondônia com Daniel Pereira.
Os tucanos tiveram mais baixas: mantiveram Goiás com o vice José Eliton, candidato a reeleição, mas perderam o comando de São Paulo e Paraná. Já o MDB perdeu o comando de Rondônia e Sergipe, mas herdou o governo de Santa Catarina.
Em muitos casos, a passagem de bastão não foi exatamente tranquila. Em Santa Catarina e Rondônia, governadores que saem e os que entram devem estar em campos opostos. Já em São Paulo e em Paraná, a tendência é de mais de um candidato da base aliada.
Entre os paulistas, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) devem se enfrentar. No Paraná, a nova governadora Cida Borghetti (PP) disputa a reeleição, mas ainda não tem assegurado o apoio de Beto Richa.
Outros quatro governadores reeleitos em fim de mandato não renunciaram: e não serão candidatos. No caso do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB) pesou a baixa popularidade. Já o governador do Acre, Tião Viana (PT), declinou do Senado para apoiar seu irmão, o já senador Jorge Viana (PT).
Na Paraíba e no Pará, a falta de acordo dos governadores Ricardo Coutinho (PSB) e Simão Jatene (PSDB) com seus respectivos vices foi crucial para eles permanecerem no cargo e conduzirem as articulações para fazer os sucessores.
Nas eleições deste ano, a busca por um novo cargo público pelos governadores ganhou um novo componente: a manutenção do foro privilegiado. Se não conseguirem um novo mandato, ficarão sem mandato em 2019.
Dentre os políticos que renunciaram, Raimundo Colombo, Marconi Perillo, Beto Richa e Geraldo Alckmin são citados em delações premiadas. Caso fiquem sem cargo, seus casos serão investigados na primeira instância.
PREFEITOS
Além dos governadores, quatro prefeitos de capital renunciaram para disputar governos estaduais. O único em primeiro mandato era o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que deixou o cargo para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
Também deixou o cargo o prefeito de Rio Branco (AC), Marcus Alexandre (PT). Com a renúncia, o PT perdeu o único prefeito de capital que elegeu em 2016. Será a primeira vez desde a 1988 que o partido não governará nenhuma capital brasileira.
Renunciaram ainda os prefeitos de Natal (RN), Carlos Eduardo (PDT), e de Palmas (TO), Carlos Amastha (PSB). "Entendi que era hora de uma renovação no Tocantins", diz Amastha, que é colombiano naturalizado brasileiro.
Outros prefeitos que eram cogitados como candidatos como o de Salvador, ACM Neto (DEM), e o de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), optaram por não renunciar. Nos dois casos, a decisão desestruturou o campo da oposição.
Na Bahia, aliados contavam com a candidatura de ACM Neto e foram surpreendidos com a decisão do prefeito, que alegou ter tomado a decisão "com o coração".
À Folha o prefeito disse que é novo (tem 39 anos) e que pode tentar o cargo mais adiante. "Tenho que concluir o meu trabalho para deixar um legado".
Parte dos aliados já começa a migrar para a base do governador Rui Costa (PT), que disputa a reeleição. O deputado federal Claudio Cajado (DEM) foi o primeiro: anunciou filiação ao PP.
O plano B do DEM é José Ronaldo, prefeito de Feira de Santana. O novo candidato deve ser lançado neste sábado (7).
O mesmo aconteceu em Alagoas, onde parte do grupo oposicionista aderiu ao campo do governador Renan Filho (MDB) —caso do ex-ministro dos Transportes, Maurício Quintela Lessa (PR).
"Vamos ter que recomeçar as conversas do zero", diz o presidente estadual do DEM, José Thomas Nonô, que era um dos principais apoiadores de Palmeira.
Comentários
Postar um comentário
TODOS OS COMENTÁRIOS SÃO BEM VINDOS.MAS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE QUEM OS ESCREVE!