MILICIANOS PRESOS



Polícia prende 149 pessoas em festa de milicianos no Rio
Também foram apreendidos 30 fuzis e 20 pistolas na ação



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Pessoas presas pela Polícia Civil do Rio na madrugada deste sábado (7) - Polícia Civil/Divulgação

7.abr.2018 às 11h03Atualizado: 7.abr.2018 às 19h43


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Sérgio Rangel
RIO DE JANEIRO


​​A Polícia Civil do Rio prendeu na madrugada deste sábado (7) 149 pessoas –incluindo sete menores apreendidos–​ suspeitas de participarem do maior grupo de milicianos do estado. Eles participavam de uma festa em um sítio em Santa Cruz, zona oeste do Rio.

A comemoração foi organizada pela Liga da Justiça, organização formada por policiais, ex-policiais e bombeiros, que atua no Rio e em municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde. Pelo menos quatro pessoas foram mortas durante a operação, que contou com policiais do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Divisão de Homicídios e das Delegacias da região).

Dois ônibus lotados de presos chegaram por volta das 9h na Cidade da Polícia, na zona norte. Foram apreendidos 30 fuzis, 20 pistolas e carros roubados na ação.

Dois soldados do Exército e um bombeiro estão entre os presos. “Esse é o mais duro golpe contra as milícias no estado e novas operações virão nos próximos dias”, disse o chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

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Ação no Rio








A Polícia Civil do Rio prendeu na madrugada deste sábado (7) 149 pessoas suspeitas de participarem de um grupo de milicianos em Santa Cruz, zona oeste do Rio Polícia Civil/Divulgação/
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Segundo a polícia, os milicianos lançaram granadas durante o confronto, que durou meia hora. A estação do BRT Cesarão 3, em Santa Cruz, também foi incendiada por volta das 5h20. A polícia suspeita que milicianos tenham colocado fogo na estação para desviar a atuação dos policiais.

Os milicianos disputam áreas e mantêm moradores sujeitos a leis próprias em troca de alegada segurança. Wellinghton da Silva Braga, o Ecko, chefe da milícia, conseguiu fugir durante a troca de tiros.

A operação teve início por volta das 3h, quando policiais civis cercaram a região do sítio, que abrigava cerca de 400 pessoas. A festa contava com espaço VIP, copo personalizado e uma série bandas de pagode.

No total, 40 policiais civis participaram da operação. Os policiais demoraram cerca de quatro horas para deixar o sítio. Lá, eles separaram milicianos de pessoas que pagaram o ingresso para aproveitar a festa. Nenhuma mulher foi presa.

“A sociedade pode confiar na intervenção federal. Outras operações já estão sendo planejadas e serão executados em curto prazo. O Rio precisa voltar a ser uma terra feliz, de um povo feliz, trabalhador”, afirmou o secretário de Segurança Pública, general Richard Nunes, nomeado há cerca de um mês pelo interventor, o general Braga Netto. Nunes participou da entrevista coletiva, realizada na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio.

A investigação teve início há mais de um ano na Delegacia de Homicídios da Baixada, que há oito meses cruzou os dados com a Delegacia de Campo Grande, bairro que concentra o maior número de milicianos.

A intervenção na Segurança Pública do Rio foi decretada no dia 16 de fevereiro pelo presidente Michel Temer. Segundo o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, a prisão de centenas de milicianos deve reduzir o número de mortes na região.

De acordo com policiais, o grupo de milicianos se associava a traficantes de várias localidades da zona oeste e dos municípios vizinhos. Lá, eles permitiam a venda de drogas e o roubo de cargas na região mediante o pagamento de uma porcentagem.

Documentos da milícia foram aprendidos na operação e deverá desencadear uma série de ações com o objetivo de identificar agentes de segurança corrompidos pelo grupo.

Nos últimos anos, a estrutura dos milicianos mudou. Policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários seguem dando as cartas, mas atuam nos bastidores e reduziram presença na linha de frente. Jovens das comunidades antes cooptados pelo tráfico passaram a ser recrutados pelos milicianos.

Segundo policiais, a Liga da Justiça atua com violência. Eles matam as pessoas que não querem pagar o “pedágio”. O domínio do território virou atividade lucrativa —com taxa de proteção contra crimes, venda de botijão de gás, sinal clandestino de TV a cabo e transporte alternativo.

As milícias ganharam força no Rio no final dos anos 1990. Inicialmente, eram grupos de policiais moradores locais que, cansados de assaltos e tráfico de drogas em seus bairros, organizavam sua própria força à parte do estado.
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Violência no Rio

























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