O que a iminente prisão de Lula provoca no cenário eleitoral
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O que a iminente prisão de Lula provoca no cenário eleitoral
Por ora, cresce a impressão de que ele estará fora das urnas em outubro. Como os partidos responderão a isso?
NONATO VIEGAS E MURILO RAMOS
05/04/2018 - 18h32 - Atualizado 05/04/2018 18h32
Ao determinar a prisão do ex-presidente Lula nesta quinta-feira (5), o Tribunal Regional Federal da Quarta Região reforça a impressão de que ele estará fora das urnas em outubro. A provável saída de Lula – que aparece com mais de 30% das intenções de voto nas pesquisas - do páreo provoca confusão no PT e nos partidos adversários.
A fim de manter a militância ativa, próceres do PT dizem que Lula será, sim, candidato, ignorando a lei da ficha limpa. O fato é que a decisão do STF leva a sigla - cada vez mais convencida de que seu líder máximo não disputará a eleição - a uma encruzilhada: apoiar a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que jamais superou 3% das intenções de voto, ou apoiar candidato de outro partido?
A fim de manter a militância ativa, próceres do PT dizem que Lula será, sim, candidato, ignorando a lei da ficha limpa. O fato é que a decisão do STF leva a sigla - cada vez mais convencida de que seu líder máximo não disputará a eleição - a uma encruzilhada: apoiar a candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que jamais superou 3% das intenções de voto, ou apoiar candidato de outro partido?
>> O habeas corpus de Lula no STF e a batalha pela narrativa digital
A indicação do nome de Haddad está longe de ser consensual. Como prefeito de São Paulo, ele, teimoso, deixava de atender a conselhos e orientações do partido. Seu jeito, mais caladão, é apontado como um dos fatores que levaram a sua derrota para o tucano João Doria na disputa pela prefeitura da capital paulista em 2016. Por outro lado, contar com um candidato garante ao PT a oportunidade de defender o legado petista no governo, em especial conquistas na área social.
ÉPOCA perguntou a Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Carlos Lupi, presidente do PDT, o que representará a saída de Lula do cenário eleitoral deste ano. Siqueira diz ser “imprevisível”. No entanto, afirma que o PT não deveria acreditar tanto no poder de transferência de votos por parte de Lula como nas eleições em que Dilma Rousseff e o próprio Haddad conseguiram vencer. “Há outra conjuntura. Para além do aprofundamento da Lava Jato, há uma onda de conservadorismo e o alto índice de rejeição da política”. O PSB espera lançar o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa como candidato ao Planalto. Ele se filiará à legenda nesta sexta-feira (6).
Já Carlos Lupi, do PDT, acha que, inicialmente, haverá uma solidariedade de parte dos eleitores para com Lula, mas isso, em sua opinião, não implicará na transferência de votos para o candidato escolhido pelo petista. “As pessoas saberão dividir as coisas. Achar que o eleitor votará em quem Lula indicar é desprezar sua capacidade crítica”, diz Lupi. O PDT lançou o ex-ministro Ciro Gomes como pré-candidato ao Planalto.
Os partidos da direita também buscam entender o que acontecerá num cenário sem Lula. Jair Bolsonaro (PSL), que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, está propenso a falar mais sobre programas sociais como forma de chamar a atenção dos eleitores de Lula. Bolsonaro sabe que os discursos em torno da segurança pública têm alcance limitado.
O tucano Geraldo Alckmin, por exemplo, foi aconselhado recentemente a bater como quiser no PT, mas a preservar Lula. Por quê? Lula é mais forte nos estados nordestinos. Qualquer um que queira ter sucesso na região deverá poupar o petista.
A indicação do nome de Haddad está longe de ser consensual. Como prefeito de São Paulo, ele, teimoso, deixava de atender a conselhos e orientações do partido. Seu jeito, mais caladão, é apontado como um dos fatores que levaram a sua derrota para o tucano João Doria na disputa pela prefeitura da capital paulista em 2016. Por outro lado, contar com um candidato garante ao PT a oportunidade de defender o legado petista no governo, em especial conquistas na área social.
ÉPOCA perguntou a Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Carlos Lupi, presidente do PDT, o que representará a saída de Lula do cenário eleitoral deste ano. Siqueira diz ser “imprevisível”. No entanto, afirma que o PT não deveria acreditar tanto no poder de transferência de votos por parte de Lula como nas eleições em que Dilma Rousseff e o próprio Haddad conseguiram vencer. “Há outra conjuntura. Para além do aprofundamento da Lava Jato, há uma onda de conservadorismo e o alto índice de rejeição da política”. O PSB espera lançar o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa como candidato ao Planalto. Ele se filiará à legenda nesta sexta-feira (6).
Já Carlos Lupi, do PDT, acha que, inicialmente, haverá uma solidariedade de parte dos eleitores para com Lula, mas isso, em sua opinião, não implicará na transferência de votos para o candidato escolhido pelo petista. “As pessoas saberão dividir as coisas. Achar que o eleitor votará em quem Lula indicar é desprezar sua capacidade crítica”, diz Lupi. O PDT lançou o ex-ministro Ciro Gomes como pré-candidato ao Planalto.
Os partidos da direita também buscam entender o que acontecerá num cenário sem Lula. Jair Bolsonaro (PSL), que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, está propenso a falar mais sobre programas sociais como forma de chamar a atenção dos eleitores de Lula. Bolsonaro sabe que os discursos em torno da segurança pública têm alcance limitado.
O tucano Geraldo Alckmin, por exemplo, foi aconselhado recentemente a bater como quiser no PT, mas a preservar Lula. Por quê? Lula é mais forte nos estados nordestinos. Qualquer um que queira ter sucesso na região deverá poupar o petista.
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