O batalhão da morte Os PMs que mais matam no estado do Rio são responsáveis por área conflagrada por facções rivais, acumulam erros crassos, sofrem com sucateamento e foram alvo de denúncia de Marielle Franco





SOCIEDADE


O batalhão da morte

Os PMs que mais matam no estado do Rio são responsáveis por área conflagrada por facções rivais, acumulam erros crassos, sofrem com sucateamento e foram alvo de denúncia de Marielle Franco
RAFAEL SOARES
05/04/2018 - 20h38 - Atualizado 05/04/2018 20h38
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29 de outubro de 2015. Dois jovens numa moto foram mortos na Pavuna, Zona Norte do Rio de Janeiro, por um policial militar que confundiu o macaco hidráulico que um deles segurava com uma submetralhadora.

28 de novembro de 2015. Cinco jovens foram fuzilados com mais de 100 tiros por quatro PMs dentro de um carro quando voltavam de uma comemoração para casa, no Complexo da Pedreira, também na Zona Norte.

30 de março de 2017. Uma criança foi morta uniformizada dentro da escola após ser atingida por tiros disparados por um policial militar em meio a uma operação, também na Pedreira.

10 de março de 2018. A vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio, tuitou: “O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece sempre! O 41º batalhão da PM é conhecido como Batalhão da Morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens!”.

Em todos os casos citados, os policiais levavam no peito a insígnia do mesmo 41º BPM, referência ao batalhão da Polícia Militar do Rio sediado no bairro do Irajá, na Zona Norte do Rio. A localização exata do quartel pode ser encontrada no Google Maps ao se digitar a expressão “batalhão da morte” no buscador. O primeiro resultado é uma seta apontada para o portão de entrada do quartel, no número 8.848 da Avenida Pastor Martin Luther King Jr.

Quatro dias depois de publicar a mensagem nas redes sociais, Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, em ação na qual morreu também Anderson Pedro, seu motorista. A postagem, uma de suas últimas em vida, recebeu 15 mil compartilhamentos e foi reproduzida mundo afora.

Três semanas depois do crime, o assassinato de Marielle continuava sem solução. Não havia indício algum de envolvimento dos policiais, mas ilações e boatos sobre uma suposta retaliação à vereadora tomavam conta da internet. As suspeitas ganhavam corpo pelo fato de ela ter usado a imagem de um blindado do 41º BPM, conhecido como Caveirão, entrando num beco de Acari para ilustrar o post. Originalmente, a imagem havia sido divulgada pelo coletivo Fala Akari, formado por militantes de direitos humanos da favela. É um grupo ativo contra a violência policial, nascido para fomentar eventos culturais e de ensino, como cineclubes e cursos pré-vestibular, numa área carente de serviços do estado.

A possibilidade de que milicianos — ligados ou não ao batalhão — estejam envolvidos é uma robusta linha de investigação em razão dos indícios de preparo antecipado e ação profissional nos disparos.

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