Ministra do STJ manda para Justiça Eleitoral/SP investigação sobre Alckmin O tucano foi delatado pelo suposto uso de seu cunhado, Adhemar Ribeiro, para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da Odebrecht




Ministra do STJ manda para Justiça Eleitoral/SP investigação sobre Alckmin
O tucano foi delatado pelo suposto uso de seu cunhado, Adhemar Ribeiro, para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da Odebrecht
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Rafael Moraes Moura, Amanda Pupo e Luiz Vassallo

11 Abril 2018 | 17h50


Brasília e São Paulo – A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu nesta quarta-feira (11) encaminhar à Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito instaurado na Corte para investigar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que deixou o cargo para disputar a Presidência da República.


+ Alckmin diz que delação da Odebrecht é de ‘natureza eleitoral’ e ‘não tem procedência’

A ministra atendeu ao pedido do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, para remeter os autos da investigação – instaurada com base na delação da Odebrecht – à Justiça Eleitoral de São Paulo. A investigação contra Alckmin tramitava no STJ porque o tucano possuía a prerrogativa de foro privilegiado, por ser governador de São Paulo. Ao deixar o Palácio dos Bandeirantes, Alckmin perdeu o foro.


+ Defesa vê ‘açodamento’ de procuradores que querem investigar Alckmin sem foro

Em depoimentos, os colaboradores da Odebrecht Benedicto Barbosa Junior, Carlos Armando Paschoal e Arnaldo Cumplido citaram repasse de recursos a Alckmin a título de “contribuição eleitoral”. As doações não contabilizadas teriam contado com a participação do cunhado do pré-candidato a presidente, Adhemar Cesar Ribeiro, também investigado no inquérito.

+ Procuradoria pede investigações contra Alckmin, Richa, Marconi, Confúcio e Colombo na primeira instância

O tucano foi delatado pelo suposto uso de seu cunhado para pegar R$ 10,7 milhões do setor de propinas da empreiteira. Para Mariz Maia, a investigação é sobre crime eleitoral.

Nesta quarta-feira, Alckmin disse que as acusações de delatores da Odebrecht contra ele são de “natureza eleitoral” e “não tem nenhuma procedência”.

O Ministério Público Federal também pediu que sejam encaminhadas à primeira instância processos de outros políticos que deixaram o cargo de governador recentemente: Beto Richa, Marconi Perillo, Confúcio Moura e Raimundo Colombo.

Esses pedidos serão analisados por outros ministros do STJ, responsáveis por relatar cada um dos casos – a maioria deles tramita sob sigilo.

URGÊNCIA. A Força-Tarefa da Lava Jato em São Paulo (FTLJ-SP) havia pedido ao vice-procurador-geral da República que remetesse “o mais rápido possível” o inquérito sobre Alckmin.

Em resposta, Mariz Maia encaminhou ofício destacando que a apuração sobre o ex-governador de São Paulo “não tem como procuradores naturais’ a Força-Tarefa da Lava Jato de São Paulo”.

Mariz Maia ainda disse à força-tarefa que também não foi informado sobre a alegada urgência no encaminhamento das investigações e ressaltou que não lhe parece “cabível falar-se em encaminhamento à força tarefa de feitos judiciais”.

“Assim, comprometo-me a informar a FTLJ SP o juízo considerado competente pelo STJ, para que, perante o mesmo, se for o caso, os integrantes solicitem o compartilhamento de provas”, escreveu o vice-PGR. (Rafael Moraes Moura, Luiz Vassallo e Amanda Pupo)

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