Lula e o Brasil que virá Prisão do ex-presidente pode mudar a 'ideia', como ele diz, de um país sem lei
Lula e o Brasil que virá
Prisão do ex-presidente pode mudar a 'ideia', como ele diz, de um país sem lei
Por Silvio Navarro
access_time7 abr 2018, 21h16
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FIM DE UMA ERA? - Lula é preso após 26 horas da decisão de Moro (Veja.com/VEJA.com)
Eram cerca de 18h40 do dia 7 de abril de 2018 quando o ex-presidente Lula passou a ser o cidadão Luiz Inácio da Silva. Conduzido pela Polícia Federal para cumprir pena de mais de doze anos de prisão pelos crimes desvendados pela Operação Lava Jato, o petista vai responder pela condenação — outras ações penais estão em curso — como os milhões de brasileiros que ele afirmou no seu teatral “showmissa”, ter colocado na universidade, tirado da miséria e que passaram a se deslocar de avião na década passada. Pelo céu, aliás, Lula foi transferido de São Paulo para Curitiba num helicóptero como nenhum dos brasileiros que ele citou jamais teria tamanho translado do chão de fábrica. Os “engravatados”, donos das maiores empreiteiras do país, com quem ele se locupletou, foram alvos das bravatas do “nós contra eles”, assim como — sempre — a “culpada” imprensa.
Sobre a prisão do mais importante mandatário da Nação na história democrática por crime comum, os livros lembrarão. E não se trata de crime político, mas sim por corrupção e lavagem de dinheiro — e vai além de uma foto. É educativa e sistólica. Se o ex-metalúrgico que criou um dos maiores partidos do Brasil, eleito e reeleito com índices de aprovação jamais vistos levou ao poder quem quis e foi capaz de governar com políticos que deveriam estar na cela ante dele está preso… Isso, talvez, seja um alento. Amanhã, o brasileiro vai pensar duas vezes antes de furar a fila do banco e da farmácia, antes de tentar driblar o Imposto de Renda e enganar o vizinho. Seria otimista demais pensar que o país acordou e cresceu. Mas a prisão do homem que diz “não ser mais um ser humano, mas uma ideia”, deixa, de fato, uma ideia: a lei e a ordem no Brasil, pela primeira vez no período democrático, prevaleceram — apesar do deboche de Lula ao atrasar em 26 horas sua prisão.
Será uma noite dura para Lula. Mas também será para Renan, Jucá, Sarney, Eunício, Aécio e quem mais sempre esteve acostumado com a “ideia”. A “ideia”, mudou, tomara e para sempre.
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