EUA e Rússia batem boca em reunião sobre suposto ataque químico na Síria Encontro no Conselho de Segurança tem acusações mútuas de conivência com mortes


EUA e Rússia batem boca em reunião sobre suposto ataque químico na Síria
Encontro no Conselho de Segurança tem acusações mútuas de conivência com mortes






POR O GLOBO COM AFP
09/04/2018 20:00 / atualizado 09/04/2018 20:46
Nebenzia e Haley: russos e americanos sob atrito - Montagem / AFP e AP


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NOVA YORK - O que deveria ser uma sessão do Conselho de Segurança da ONU para avaliar o suposto ataque químico do regime sírio contra a cidade de Douma, no enclave rebelde de Ghouta Oriental, virou um grande bate-boca entre os EUA e a Rússia. Os dois países, que defendem lados opostos na guerra da Síria — Moscou é o maior aliado do governo, e os EUA exigem a saída de Bashar al-Assad —, trocaram acusações diretas pelo episódio, que deixou pelo menos 42 mortos.

A reunião do Conselho foi convocada por Estados Unidos, França e Reino Unido para discutir a situação após o suposto ataque com armas químicas contra civis na cidade rebelde de Douma, provocando indignação internacional. França e Estados Unidos destacaram a responsabilidade da Rússia nos supostos ataques, ao considerar que Moscou não poderia ignorar os bombardeios aéreos feitos por Assad.
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Imagem de vídeo divulgado pelo grupo de defesa civil sírio Capacetes Brancos mostra crianças com dificuldades respiratórias supostamente atingidas pelo bombardeio com armas químicas do governo do país contra rebeldes na cidade de Douma - Capacetes Brancos/AP

A representante americana na ONU, Nikki Haley, afirmou que os EUA responderão independentemente de qualquer resolução do Conselho de Segurança — no qual acusou a Rússia de blindar o regime sírio com seu poder de veto no órgão.

— Chegamos ao momento no qual o mundo quer ver a justiça sendo feita — afirmou Haley ao Conselho, insinuando um "fracasso completo e retumbante" em proteger os civis sírios. — Funcionários russos estão em campo apoiando diretamente as campanhas de sítio do regime e forças iranianas realizam com frequência o trabalho sujo. Quando o regime militar sírio bombardeia civis, o faz com a ajuda da Rússia.

Segundo Haley, os EUA "estão decididos a fazer o monstro que atacou com armas químicas um povoado sírio a prestar contas".

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— A Rússia tem o sangue das crianças sírias nas mãos.

Já o embaixador russo, Vassily Nebenzia, disse que Moscou alertou os EUA sobre "graves repercussões" caso o governo de Donald Trump realize um ataque contra as forças do governo sírio devido a relatos do suposto ataque com armas químicas atribuído a Damasco.


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Afirmando que rebeldes que ocupam Douma teriam provocado o episódio para passarem por vítimas, Nebenzia falou em falta de provas e afirmou que a reação ao episódio é parte de "um esforço liderado pelos EUA para atingir a Rússia com um vasto arsenal de métodos, incluindo difamação, insultos e retórica beligerante".

— Não houve ataque com armas químicas — disse Nebenzia ao Conselho de Segurança da ONU. — Através dos canais relevantes, já transmitimos aos EUA que força armada sob pretexto mentiroso contra a Síria, onde, a pedido do governo legítimo de um país, as tropas russas foram mobilizadas, poderia levar a graves repercussões.

Ele também afirmou que os investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas devem voar para a Síria na terça-feira para investigar as acusações sobre o ataque, oferecendo a eles proteção de autoridades sírias e tropas russas.

— Convidamos os ocidentais a renunciarem à retórica de guerra — afirmou Nebenzia.

Cinco casos de ataques químicos que chocaram o mundo
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Menino passa por cima de corpos de crianças mortas em ataque químico em Ghouta, na Síria, em 2013: ataque deixou centenas de mortos, e número é incerto até hoje Foto: Reprodução

Ofensivas da Síria a civisNa guerra civil síria, o regime de Bashar al-Assad reitera que não realiza ataques químicos. Mas especialistas independentes denunciam o uso recorrente de uso de gases letais como cloro e sarin contra áreas civis. Em Ghouta, um ataque com sarin em 2013 deixou entre 350 e 1.500 mortos, denunciaram organismos internacionais.













TRUMP AMEAÇA AÇÃO DIRETA

Trump prometeu nesta segunda-feira tomar "decisões importantes" sobre a Síria nas próximas 48 horas, aumentando a pressão sobre Assad. Paralelamente, os Estados Unidos fizeram circular um projeto de resolução que pede a criação de um novo "mecanismo de investigação independente das Nações Unidas".

— Isso é sobre a Humanidade, não se pode permitir que aconteça — declarou Trump, que há um ano ordenou bombardear uma base militar síria em resposta a um ataque com gás sarin atribuído ao governo de Assad que deixou mais de 80 civis mortos em Khan Sheikhun (Noroeste).

A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, apontou que Rússia e Irã tinham "responsabilidade" no suposto ataque, considerando que a Síria não poderia tê-lo realizado sem o "apoio material" de seus dois aliados.

O presidente russo, Vladimir Putin, condenou "o caráter inadmissível das provocações e especulações" sobre o suposto ataque com armas químicas. Anteriormente, Moscou havia insistido sobre a "necessidade de elucidar de maneira muito minuciosa" o que aconteceu em Douma.


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Imagem de vídeo divulgado pelo grupo de defesa civil sírio Capacetes Brancos mostra crianças supostamente atingidas pelo bombardeio com armas químicas do governo do país contra rebeldes na cidade de Douma - Capacetes Brancos/AFP

A Síria e seus aliados russos acusaram nesta segunda-feira Israel por um ataque contra uma base militar na região central do país, que deixou pelo menos 14 mortos, incluindo quatro iranianos. Embora Israel não tenha confirmado oficialmente o ataque, a imprensa israelense está tratando o caso como um confronto direto entre os militares israelenses e os iranianos, que apoiam a ofensiva de Bashar al-Assad para recuperar território no conflito interno.

A agência estatal síria havia acusado inicialmente o governo dos Estados Unidos, mas depois modificou sua declaração. Na madrugada, vários mísseis atingiram a base T-4, que também é conhecida como a base aérea de Tiyas. O incidente surge em meio à preocupação internacional sobre o suposto ataque químico.

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TURQUIA
Aleppo
Raqqa
Lago Assad
Idlib
Deir ez-Zor
Lattakia
Tartus
Base AéreaT4
IRAQUE
Homs
Palmira
Base AéreaShayrat
LÍBANO
SÍRIA
Mar Mediterrâneo
Damasco
Al Kiswah
Aeroporto Internacionalde Damasco
ISRAEL
JORDÂNIA
50km




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