A GRANDE MENTIRA DE KIM JONG UN E SEU GOLPE ARMADO- Reaproximação entre Coreias não seria possível caso líder do sul fosse conservador, diz especialistaTiago Angelo | São Paulo - 27/04/2018 - 15h05 Para Alexandre Uehara, professor e membro do Grupo de Anál
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Reaproximação entre Coreias não seria possível caso líder do sul fosse conservador, diz especialistaTiago Angelo | São Paulo - 27/04/2018 - 15h05
Para Alexandre Uehara, professor e membro do Grupo de Análise Conjuntural Internacional da USP, encontro que aconteceu nesta sexta-feira foi 'marco histórico'
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Os líderes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e do Norte, Kim Jong-un, fizeram nesta quinta-feira (27/04) uma reunião histórica, marcando a primeira vez que um mandatário do Norte atravessou a Zona Desmilitarizada (ZDC) que divide as nações. Segundo Alexandre Uehara, professor-colaborador da USP e membro do Grupo de Análise Conjuntural Internacional da universidade, esta reaproximação não seria possível caso o líder do Sul fosse um conservador.
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“Essa negociação não seria viabilizada se um líder conservador estivesse no poder na Coreia do Sul”, afirma Uehara. Moon é visto na Coreia do Sul como um centrista, ao contrário de sua antecessora, a conservadora Park Geun-hye, deposta após um escândalo de corrupção. Para o professor, o governo de Park "piorou bastante as relações entre os dois países".
"Houve uma mudança de postura com relação à Coreia do Norte. Creio que, neste momento de reaproximação, a mudança de governos foi relevante”, diz.
Quando Moon assumiu a presidência, em maio de 2017, afirmou, já no discurso de posse, que pretendia visitar a Coreia do Norte. De lá para cá, foram muitos os sinais de reaproximação entre os países. Um dos mais simbólicos foi o desfile conjunto dos dois países durante a abertura das Olimpiadas de Inverno deste ano, que aconteceu em Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Divulgação/Korea.net
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O especialista diz que a mudança de postura do líder norte-coreano, Kim Jong-un, também foi importante para que houvesse a reaproximação. “Kim começou a se afastar da retórica militar. Em parte, isso aconteceu porque é interessante para a Coreia do Norte ter relações menos tensas com seus vizinhos e com os EUA”. Para ele, a imposição de sanções, principalmente as que prejudicaram as relações do países com a China, também tiveram impacto nas posições adotadas pelo líder norte-coreano.
“O cenário que se coloca agora torna possível a pacificação entre os dois países. Eu acho que um acordo de paz entre as Coreias, assim como a reaproximação, é possível sim”, diz.
As duas Coreias estão ainda tecnicamente em conflito, já que em 1953 somente um cessar-fogo foi assinado. No entanto, durante o encontro desta sexta, os dois países se comprometeram a assinar um acordo de paz para encerrar a guerra ainda em 2018.
Desnuclearização
Outro tema abordado durante o encontro foi a possível desnuclearização da Coreia do Norte. “Esta é uma possibilidade, mas, uma vez que as negociações comecem, deverá haver também um comprometimento dos países”, afirma Uehara.
No entanto, o pesquisador afirmou ver com ceticismo a possibilidade de uma desnuclearização imediata. “A desnuclearização será possível quando Kil se sentir confortável, o que ainda não é o momento, uma vez que o país também é alvo de ameaças. Se outros países cumprirem suas partes nos acordos, há a possibilidade de a tensão ir diminuindo e Kim desnuclearizar a Coreia do Norte”.
Por fim, o pesquisador afirma que vê a reaproximação entre os países como um marco comparado à queda do Muro de Berlim. “Compararia essa situação com a queda, porque deve-se levar em conta que a separação entre as Coreias vem desde a Guerra Fria. Nesse sentido, o encontro foi um marco muito importante”, afirmou.
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