STF-Família “JACOB BARATA” Foi Pega Em Evasão De Divisas Na Swiss Leaks, Só No HSBC Lavaram R$ 50 Milhões Em 2 Anos.
Família “JACOB BARATA” Foi Pega Em Evasão De Divisas Na Swiss Leaks, Só No HSBC Lavaram R$ 50 Milhões Em 2 Anos.
Da Redação
21/03/2018
“” Lista do SwissLeaks cita 31 pessoas ligadas à direção de empresas de ônibus do Rio””.
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Levantamento aponta que grupo faz parte de lista de brasileiros suspeitos de fazer depósitos ilegais na Suíça
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Fonte Jornal “O GLOBO” ***
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RIO – Grandes empresários do setor de transportes públicos do Estado do Rio fazem parte de uma lista de 342 pessoas que estão sendo investigadas pela Receita Federal por terem mantido supostas contas secretas contas no banco HSBC, na Suíça, entre 2006 e 2007.
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Técnicos do órgão avaliam se há indícios de sonegação fiscal. Eles verificam se existiu alguma movimentação que possa justificar a abertura de algum processo administrativo, já que o fato de manter dinheiro fora do Brasil não caracteriza, por si só, uma irregularidade.
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Nesta quarta-feira, o blog do jornalista Fernando Rodrigues, do Portal UOL, revelou que 31 nomes ligados a empresas de ônibus tinham contas no HSBC. Os dados, obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, surgiram no maior vazamento de dados bancários da História, conhecido como Swissleaks.
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Em nota à imprensa, a Receita informou que já está negociando com as autoridades europeias a obtenção da lista completa de brasileiros que mantinham contas no HSBC suíço. O texto do Fisco afirma: “Após tomar conhecimento da existência de uma lista parcial pela imprensa, a Receita iniciou imediatamente procedimentos de pesquisa e investigação, por meio de sua área de inteligência.
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A lista a que esta unidade teve acesso contém 342 nomes e traz informações relevantes para a identificação de eventuais indícios da prática de ilícitos tributários. A Receita busca agora a obtenção de mais elementos que comprovem integralmente a autenticidade das informações”.
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‘REI’ DO SETOR ESTÁ EM RELAÇÃO
Entre os nomes revelados nesta quarta-feira por Rodrigues está o do empresário Jacob Barata, conhecido como Rei do Ônibus. Registros do HSBC de Genebra indicam que, entre 2006 e 2007, ele teria US$ 17,6 milhões (cerca de R$ 50 milhões) numa conta conjunta com sua mulher Glória e seus filhos Jacob, David e Rosane.
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Há aproximadamente duas semanas, o site de notícias Maka Angola, de Angola, já havia revelado a presença de Barata na lista do Swissleaks.
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De acordo com a reportagem publicada no Portal UOL, a suposta conta secreta da família Barata tinha como identificação uma combinação alfanumérica (1640BG) e, pelos registros do HSBC, foi aberta em maio de 1990.
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Ainda segundo o site, a partir de 2004, os valores deixaram de ser movimentados diretamente, já que foi acrescentada à conta uma empresa offshore autorizada a fazer depósitos e retiradas: a Bacchus Assets Limited, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. O local é conhecido por ser um paraíso fiscal.
A reportagem de Fernando Rodrigues também diz que uma ficha de Jacob Barata no HSBC revela que sua família recorreu ao banco suíço para administrar recursos depositados no Banco Santos. A instituição financeira era controlada por Edemar Cid Ferreira e teve sua falência decretada em setembro de 2005.
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A primeira reunião sobre o assunto teria ocorrido em março do mesmo ano: de acordo com o UOL, um representante da família se encontrou com um funcionário do HSBC no Rio de Janeiro e assinou uma “autorização especial de representação” para a agência suíça.
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Em nota, o empresário Jacob Barata Filho negou a existência da conta. Ele afirmou que os “supostos valores divulgados pela imprensa são absurdos” e também garantiu não ter conta no Banco Santos em seu nome ou de sua família.
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Segundo o Swissleaks, outros proprietários e diretores de empresas de ônibus têm contas no HSBC da Suíça. Um deles seria Generoso Martins das Neves, administrador da Braso Lisboa. Em 2006 e 2007, ele teria mantido US$ 3,3 milhões (quase R$ 9,5 milhões) em uma conta conjunta com quatro parentes, todos sócios ou administradores da mesma companhia.
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Outros que aparecem na lista são Ernesto e Elza Ribeiro Martins, sócios da empresa Rodoviária A. Matias. Ernesto acumula o cargo de diretor da Auto Viação Tijuca. De acordo com o UOL, ambos tinham US$ 5,4 milhões (cerca de R$ 15 milhões) numa conta do HSBC em Genebra, aberta em 1990. Outros sócios da Rodoviária A. Matias também teriam dinheiro na Suíça. Leonel Neves Barbosa, Amelia Raquel Neves de Noronha Barbosa e Claudia Neves Barbosa constam na lista do Swissleaks como depositários, em 2006 e 2007, de US$ 4,8 milhões (quase R$ 14 milhões) no país europeu.
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Procurados nesta quarta-feira por telefone, funcionários da Braso Lisboa e da Rodoviária A. Matias disseram que não havia diretores para atender a imprensa. Na Viação Tijuca, ninguém atendeu as ligações.
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De acordo com o UOL, a data de abertura das contas no HSBC sugere que pode ter havido um movimento conjunto dos empresários de ônibus para expatriar recursos: 23 das 31 pessoas abriram contas num intervalo de 34 dias, entre maio e junho de 1990, pouco tempo depois de o então presidente Fernando Collor de Mello ter determinado o bloqueio das contas bancárias de todos os brasileiros.
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BRASIL APARECE EM QUARTO NO RANKING DE CONTAS SECRETAS
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O Brasil aparece em posição de destaque num ranking montado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) com dados das contas secretas do banco HSBC na Suíça. Essas informações foram obtidas por meio de um acordo com o jornal francês “Le Monde”. Segundo o site do ICIJ, o país está em quarto lugar na quantidade de clientes que aparecem nas listas de 2006 e 2007, com 8.667 nomes. No topo da listagem está a própria Suíça, com 11.235. Em termos de movimentação financeira, o Brasil ocupa o nono lugar, com US$ 7 bilhões (R$ 20 bilhões). A Suíça também aparece em primeiro, com US$ 31,2 bilhões (quase R$ 90 bilhões).
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Ao todo, a investigação envolve depósitos de mais de US$ 100 bilhões (R$ 286 bilhões), mantidos por cerca de 106 mil clientes de 203 países. Os documentos foram obtidos pelo ICIJ com base em um acervo de informações que foi retirado do HSBC pelo ex-funcionário Hervé Falciani. Os dados foram entregues a autoridades francesas, que, em 2010, passaram a compartilhá-los com outros países. De 2010 até 2014, cerca de US$ 1,36 bilhão (R$ 3, 8 bilhões) foi recuperado em impostos e multas.
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