General critica decisão do STF pró-Lula Antonio Hamilton Martins Mourão criticou, nas redes sociais, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir salvo-conduto ao ex-presidente até o dia 4 de abril
General critica decisão do STF pró-Lula
Antonio Hamilton Martins Mourão criticou, nas redes sociais, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir salvo-conduto ao ex-presidente até o dia 4 de abril
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O Estado de S.Paulo
24 Março 2018 | 17h28
RIO – O general da reserva Antonio Hamilton Martins Mourão criticou, nas redes sociais, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir salvo-conduto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 4 de abril, quando a Corte vai analisar o mérito do habeas corpus pedido por seus defensores. Ao se aposentar no mês passado, o general afastou a ideia de ser candidato nas eleições deste ano – estava cotado para ser o vice do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) -, mas prometeu subir no palanque do parlamentar: “Se tiver que subir no palanque, eu subo”.
Antonio Hamilton Martins Mourão Foto: Beto Barata/ Estadão
Mourão afirma que nos últimos quatro anos pertenceu ao Alto Comando do Exército – composto por generais de quatro estrelas -, onde debateu temas de interesse do País. “Apesar das diferenças de opinião, o ponto focal sempre foi o bem do País. Jamais vi personalismos, discussões deletérias ou ofensas pessoais, pois ali nosso farol era a tríade honra, dever e pátria”.
O militar afirmou que ao ver a decisão do STF da última quinta-feira, em que a Corte suspendeu o julgamento do habeas corpus de Lula e concedeu liminarmente garantias para que ele não fosse preso, sentiu-se “envergonhado” pela o que chamou de “covardia moral” do ministros do Supremo.
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“Ao ver o STF, corte maior de nosso Brasil, sinto-me envergonhado pela falta de espírito público, pela covardia moral, pela linguagem empolada - destinada a enganar o homem comum -, pelas falsidades e, principalmente, por observar que uns merecem mais que outros ante os olhos daquele colegiado. Fica claro que os que possuem ‘pertences’ jamais cumprirão a pena que merecem por haver surrupiado o bem público. Fica o alerta de Soldado, cuidado com a cólera das legiões!!!!”.
Com a decisão, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de segunda instância, que condenou Lula a 12 anos e 1 mês em regime fechado, não poderá decretar a prisão do ex-presidente na próxima segunda-feira caso não aceite os embargos de declarações pedidos pelos defensores do petistas.
Conhecido por defender a intervenção militar no Brasil no ano passado, Mourão criticou a situação em que se encontra o poder judiciário no País, que para ele deveria ser um dos pilares para solucionar os problemas brasileiros, “ou vamos viver o caos”. “O judiciário tem que exercer sua responsabilidade ou vão fazer justiça com as próprias mãos”, afirmou ao Estado. “Os presídios estão cheios de presos pobres e os de colarinho branco soltos, com o judiciário sentado em cima dos processos”, disse por telefone nesta sábado.
Nesta semana, o militar já havia publicado um vídeo em suas redes socais convocando apoiadores para um ato na Avenida Paulista no dia 31 de março em pró da ditadura militar. “Todos os brasileiros patriotas que desejam que o nosso País tenha um projeto, um rumo, um norte pra seguir, longe da corrupção, longe da incompetência, longe da má-gestão, eu convido para o dia 31 de março comemorarmos o 54º aniversário da contrarrevolução de 64 e também principalmente congregarmos e termos esse sentimento de brasilidade cada vez mais aflorado. Viva o Brasil”.
O general se aposentou do serviço militar no mês passado. Em cerimônia em Brasília onde oficializou a ida para a reserva após 49 anos de serviços, Mourão fez críticas à intervenção no Rio de Janeiro e à classe política. “O general Braga Netto não tem poder político, é um cachorro acuado e não vai conseguir resolver dessa forma. É uma intervenção meia-sola”, disse o militar. Para ele, todos, inclusive o governador do estado Luiz Fernando Pezão (PMDB), deveriam ser afastados. “Se é intervenção, é intervenção. Já que há o desgaste, vamos nos desgastar por inteiro.”
Procurado, o STF não se pronunciou até o fechamento da edição.
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