Em Ghouta Oriental, vítimas denunciam uso de gás napalm na Síria Bombardeios acontecem em tentativa do regime sírio de retomar cidades do enclave rebelde de Ghouta Oriental
Em Ghouta Oriental, vítimas denunciam uso de gás napalm na Síria
Bombardeios acontecem em tentativa do regime sírio de retomar cidades do enclave rebelde de Ghouta Oriental
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O Estado de S.Paulo
16 Março 2018 | 20h11
DAMASCO - Ataques aéreos mataram mais de 100 pessoas nesta sexta-feira, 16, em cidades do enclave rebelde de Ghouta Oriental, leste da capital, Damasco. Vítimas dos ataques relataram que as forças de Bashar Assad usaram gás napalm e bombas de fragmentação. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), entidade de oposição ao regime de Assad, as vítimas eram mulheres e crianças.
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Os sírios de Ghouta Oriental, região dominada pelos rebeldes, atravessam região sob controle de regime de Bashar Assad em Hawsh al-Ashaari Foto: Louai Beshara/AFP
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As forças sírias intensificaram na sexta-feira, 16, sua ofensiva ao enclave rebelde de Ghouta Oriental, apoiadas por ataques aéreos russos, para tentar retomar algumas cidades que ainda estão em poder dos rebeldes.
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Em Kafr Batna, os ataques mataram 64 pessoas. Em Saqba, 22 pessoas. Outras 14 morreram em Jisreen. Segundo a ONG Defesa Civil da Síria, cujos voluntários são conhecidos como capacetes brancos, as vítimas eram mulheres e crianças que estavam em um mercado em uma área residencial e não encontraram abrigo. Segundo a ONG, as forças do regime também usaram gás napalm contra a população.
Em vídeos e fotos postados no Twitter dos capacetes brancos é possível ver os corpos de ao menos dez crianças carbonizados, com sinais de uso do agente químico. A American Medical Society, que atua na região, afirmou que os sobreviventes em Kafr Batna tinham “queimaduras graves”.
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O médico Zouhair Kahaleh, que presta atendimento na cidade vizinha, Arbeen, disse que “a situação é catastrófica”. “As ruas estão fechadas e não podemos tratar alguns dos casos aqui em razão da intensidade dos ataques aéreos”, aifrmou Kahaleh.
Os bombardeios ocorreram nos dois dias em que o maior número de civis tentou deixar a região. Entre quinta-feira, 15, e sexta-feira, 16, mais de 14 mil civis fugiram do enclave rebelde de Ghouta Oriental. Desde fevereiro, o regime de Assad retomou 70% da área e matou pelo menos 1.300 civis.
Ataque turco. Outras 27 pessoas morreram em mais um dia de ofensiva turca na região de Afrin, reduto curdo no norte da Síria. Soldados turcos e forças aliadas do regime de Assad tentam retomar a cidade dos curdos desde o fim de janeiro.
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Civis mortos chegam a 600 em Ghuta
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu na sexta-feira, 16, que o Conselho de Segurança “fique unido e tome medidas concretas para acabar urgentemente com a tragédia na Síria”. Ele pediu ações rápidas para proteger civis, evitar novas instabilidade na Síria e forjar “uma solução política duradoura” para o conflito, que completou sete anos na quarta-feira.
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Guterres também lamentou que a resolução do Conselho de Segurança que determinou um cessar-fogo em Ghouta Oriental, em 24 de fevereiro, “não tenha sido implementada”, impedindo “a retirada dos feridos”. / AFP
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