Desembargadora diz que Marielle ‘estava engajada com bandidos’ Marília Castro Neves, do TJ-RJ, afirmou em comentário que a vereadora morta 'foi eleita pelo Comando Vermelho' e é 'um cadáver comum'


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Desembargadora diz que Marielle ‘estava engajada com bandidos’
Marília Castro Neves, do TJ-RJ, afirmou em comentário que a vereadora morta 'foi eleita pelo Comando Vermelho' e é 'um cadáver comum'
Por Da redação
access_time16 mar 2018, 23h16 - Publicado em 16 mar 2018, 22h46more_horiz


A desembargadora Marília Castro Neves e a vereadora Marielle Franco (Renan Olaz/CMRJ/.)

A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), afirmou no Facebook que a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na quarta-feira, estava “engajada com bandidos”. O comentário foi feito como resposta a uma postagem do advogado Paulo Nader, que chamou a parlamentar de “lutadora dos direitos humanos”.

“A questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu a magistrada, que insinuou que a morte da vereadora foi consequência de cobrança de “dívidas”. “Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, finalizou.
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Ativista dos direitos dos negros e das mulheres, Marielle foi executada com três tiros na cabeça e um no pescoço, em um ataque que também vitimou o motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro em que ela estava. As investigações já determinaram que a munição usada no crime pertence a um lote destinado à Polícia Federal de Brasília em 2006 e que foi roubado. Balas do mesmo lote também foram usadas na chacina que deixou 17 mortos na Grande São Paulo, em 2015.

À coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que revelou o comentário, Marília afirmou que deu sua opinião “como cidadã”. A desembargadora disse ainda que não conhecia Marielle até saber de sua morte e que postou informações “que leu no texto de uma amiga”. Ela criticou o que chamou de “politização” do assassinato. “Outro dia uma médica morreu na Linha Amarela e não houve essa comoção. E ela também lutava, trabalhava, salvava vidas.”

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