Cassação é negativa para economia e atrapalha investimentos, avaliam empresários

Cassação é negativa para economia e atrapalha investimentos, avaliam empresários

Para presidente da Acig, Adailton Fonseca, cenário é incerto e mostra que o Tocantins ainda não amadureceu politicamente

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A cassação do governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice Cláudia Lelis (PV) nesta quinta-feira, 22, já reflete negativamente no cenário econômico do Estado. Conforme avaliação de cinco líderes empresariais ouvidos pelo CT, a troca de comando do Executivo, faz com que pretensos investidores recuem.
Para presidente da CDL Palmas, Silvan Portilho, instabilidade política causa prejuízos (Foto: Ascom CDL Palmas)
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Palmas, Silvan Portilho, a instabilidade política que se descortina vai gerar prejuízos. “Muitos projetos que estão em andamento param. A reestruturação de secretarias e de todo governo atrapalha o comércio”, afirmou.
Com a proximidade de datas comemorativas como a Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, tradicionalmente, o desempenho da economia melhora. Contudo, a falta de estabilidade política, alerta Portilho, pode mudar essa realidade. “Justamente nessa época que a gente mais precisa de estabilidade, tanto política, como comercial, a gente fica nessa insegurança”, reclamou.

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O presidente da Acipa, Fabiano do Vale, também vê como negativa a cassação dos gestores, para a economia do Estado. “Fica uma indecisão, uma inconsistência, sentimento de não saber o que vai acontecer. É um desgaste muito grande para o comércio, para as indústrias, para as empresas”, opinou.
Segundo o dirigente, o setor econômico do País está dando sinais de melhoras, com a queda da taxa de juros e da inflação. Se não fosse a troca de comando do Executivo estadual, afirma, seria a oportunidade do Estado reagir.
“No momento em que a gente está vendo a intenção das coisas melhorarem, o Tocantins cai numa situação dessa”, afirmou inconformado, acrescentando que na terça-feira, 27, os diretores da Acipa vão se reunir para discutir o assunto.
Novos investidores
O presidente da Fecomércio Tocantins, Itelvino Pisoni, se manifestou sobre a cassação avaliando ser muito “nociva” para a classe empresarial e o Estado. “Cada vez que acontece um processo dessa natureza se interrompe abruptamente várias ações que o governo está implementando. É um processo perigoso e difícil”, disse.
De acordo com Pisoni, essa forma de mudança de governo “não é boa e sempre causa algum transtorno”. Isso porque, segundo ele, afeta a confiança dos empresários de outros Estados e países que estavam dispostos a investir no Tocantins.
Presidente da Acig: “A instabilidade e a insegurança institucional afastam novos investidores” (Foto: Atitude Tocantins)
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Gurupi (Acig), Adailton Batista da Fonseca, também acredita que “a instabilidade, a insegurança institucional, afasta novos investidores”. “Um Estado com duas cassações não inspira confiança para que as pessoas abram novos negócios”, asseverou.
Apesar de não criticar a decisão do Judiciário, o representante da Acig pontuou que o Tocantins tem passado uma mensagem “ruim” para o país, nos últimos anos. Para ele, a situação é “extremamente negativa” e mostra que o Estado ainda não amadureceu politicamente.
“Mesmo sabendo que a Justiça está fazendo a parte dela e tirando quem cometeu crime eleitoral, a economia nunca vê com bons olhos a instabilidade institucional”, enfatizou.
O empresário ainda mencionou que nesse processo o principal prejudicado é o eleitor tocantinense. “Ele estava se preparando e avaliando propostas de vários pré-candidatos para votar em outubro e agora vai ter que votar daqui 40 dias em candidato que, às vezes, nem conhece”, disse.
Araguaína
Quem também está preocupado com essa mudança no cenário político é o dirigente da Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara), Dearley Kuhn. “Essa incerteza e essa transição são péssimas para economia local, para os negócios”, avaliou o empresário.
“Todos que estão para fazer um investimento acaba que suspende até que essas definições fiquem claras. Eu tenho empresários que estão com investimentos para aplicar, mas com essa situação vão aguardar primeiro para depois ver se vão investir ou não”, contou.
Dirigente da Aciara: “Essa incerteza e essa transição são péssimas para economia loca” (Foto: Ascom/Aciara)
CautelaO momento, segundo os empresários, é de cautela, de avaliar o cenário e as mudanças que vão ocorrer. “Enquanto não tiver essa definição política, não tem como a gente atuar para minimizar os impactos”, pontuou o presidente da CDL Palmas.
A Aciara também vai esperar os próximos encaminhamentos e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, antes de tomar decisões. “Vamos aguardar até a semana que vem para ver se vai ocorrer a eleição direta ou indireta”, concluiu o gestor da associação.
Expectativas otimistas
Apesar das preocupações nesse primeiro momento, a expectativa da classe para o futuro é de otimismo. “O cenário é ruim, mas o empresário tem que ser otimista e acreditar que vai melhorar”, explicou o presidente da Acipa.
“O que a gente espera é que volte a normalidade, que possa transcorrer um processo eleitoral tranquilo e que o governo que venha assumir o mandato tampão conduza bem o Estado”, atestou Pisoni.
Já Portilho acredita que o mercado vai voltar a crescer. “Pra que isso aconteça a gente vai estar acompanhando de perto todas as mudanças, todas as movimentações da política”, concluiu.
Entenda
O Tribunal Superior Eleitoral cassou na manhã desta quinta-feira, 22, o diploma de Marcelo Miranda e de Cláudia Lelis, pelo episódio de Piracanjuba (GO), nas eleições de 2014. A Corte deu provimento ao recurso do Ministério Público Federal (MPF) e da coligação do ex-governador Sandoval Cardoso (SD). Foram apreendidos em Piracanjuba em setembro de 2014 R$ 500 mil e cerca de 3,5 quilos de material gráfico de campanha.
A decisão tem aplicação imediata, conforme os ministros decidiram por 4 votos a 3. Ou seja, Marcelo e Cláudia perdem os cargos imediatamente, independente dos embargos. Uma nova eleição deverá ocorrer entre 20 e 40 dias. Enquanto isso, quem assume o comando do Executivo é o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse.

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