5 perguntas para Pezão O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), de 62 anos, afirmou que nunca mais viu seu padrinho, Sérgio Cabral. Ele disse que, ao terminar o mandato, sairá da vida pública
5 perguntas para Pezão
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), de 62 anos, afirmou que nunca mais viu seu padrinho, Sérgio Cabral. Ele disse que, ao terminar o mandato, sairá da vida pública
JULIANA DAL PIVA
02/03/2018 - 08h00 - Atualizado 02/03/2018 08h00
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Luiz Fernando Pezão (Foto: Budamendes/Gettyimages)
1. O senhor tem saudades dos governos Lula e Dilma?
Tenho saudade daquele período em que o país crescia 7,5%, porque eu só peguei a economia para baixo. Peguei a pior fase do país. Graças a Deus o único ativo que eu tenho é me dar bem com todo mundo. Eu me dou muito bem com o Michel (Temer). Sou do MDB, fui apoiar a Dilma por causa do Michel, que era o vice dela. E eu fiquei aqui quase que ilhado apoiando. Eu me dou muito bem com ela (Dilma), mas o MDB tomou outro caminho e eu sigo o partido.
2. O país está melhor depois do impeachment?
Não estou falando que está melhor. O país está recuperando a economia, está melhorando. A arrecadação vem crescendo. Em janeiro, bateu em 13,5%. Eu peguei isso aqui com queda de 8%. Acho que ela (Dilma) tentou fazer algumas medidas que o Congresso não quis fazer, o Eduardo Cunha não deixou. O Nelson Barbosa (ex-ministro da Fazenda) tentou. O Joaquim Levy (ex-ministro da Fazenda) tentou fazer a reforma da Previdência. O Michel deu a sorte de colher os frutos e tem uma grande articulação no Congresso Nacional. Poucas pessoas conhecem aquele Congresso como ele conhece.
3. Quando o senhor vê o ex-governador Sérgio Cabral de algemas, o que o senhor pensa?
Tenho uma tristeza muito grande. Convivi com o Sérgio, trabalhei ao lado dele. Foi um governante que implementou políticas públicas que foram um sucesso, como as upas, as upps. Ajudou a trazer um calendário de eventos para o Rio importante, como a Copa e as Olimpíadas. Acho que ele tem direito a defesa e acho que ele vai se defender. E aí é com ele. Cada um é responsável pelos seus atos. A última vez que o vi foi uns 15 dias antes de ser preso. Depois, nunca mais.
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4. Sérgio Cabral, Hudson Braga, Sérgio Côrtes, Eduardo Cunha, Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi— todos os seus correligionários estão presos pela Operação Lava Jato. O senhor tem medo de ir para a cadeia?
Eu entrei na primeira lista da Lava Jato, da delação do Paulo Roberto Costa, e passei com meu nome exposto em todas as revistas, até a sua. Todas mostraram. Minha vida foi revirada. Tive Polícia Federal me investigando. A pf pediu arquivamento e a subprocuradora não aceitou. Pediu mais uma investigação e está no stj. Tive minha vida aberta, do meu telefone celular com tudo, meu patrimônio, investigaram tudo. Eu estou à disposição da Justiça. Tenho minha consciência muito tranquila. Se estivesse preocupado, podia, às vezes, estar aí me candidatando, correndo atrás de um foro especial. Estou há 35 anos na vida pública e quero cumprir meu mandato. Depois disso, não concorro a mais nada.
5. Em outubro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse que o governo não tinha comando sobre as polícias. O senhor inclusive processou o ministro por causa disso. No fim das contas, o Rio não tinha comando mesmo?
A intervenção não é por causa do que o Torquato falou. O Roberto Sá (ex-executivo de Segurança Pública do Rio) foi um grande secretário. O que acontece aqui é que precisávamos de uma integração maior. Não pedi ajuda agora não. Pedi desde 2014 com o Zé Eduardo Cardoso e a própria presidente Dilma. Chegou a esse limite. O Rio é cercado de rodovias federais. Só tivemos reforço aqui de policiais quando houve as Olimpíadas e agora. Olha o que a Polícia Rodoviária Federal apreendeu. É impressionante o número de armas e munições. O Brasil vai ter de partir para criar uma Guarda Nacional.
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