Rebelião na Baixada Fluminense termina com três presos feridos e 18 reféns liberados Motim em cadeia de Japeri continua na madrugada desta segunda. Oito agentes e dez internos que estavam como reféns foram liberados. Secretaria diz ter tomado medidas de controle em razão da intervenção



Rebelião na Baixada Fluminense termina com três presos feridos e 18 reféns liberados
Motim em cadeia de Japeri continua na madrugada desta segunda. Oito agentes e dez internos que estavam como reféns foram liberados. Secretaria diz ter tomado medidas de controle em razão da intervenção
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Fernanda Nunes, Marcio Dolzan e Vinicius Neder, O Estado de S. Paulo

18 Fevereiro 2018 | 14h45
Atualizado 19 Fevereiro 2018 | 00h45


RIO - Terminou no início da madrugada desta segunda-feira, 19, o motim na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. A rebelião deixou pelo menos três presos feridos. Ao todo, 18 pessoas haviam ficado sob domínio dos detentos – oito agentes penitenciários e dez internos. Um revólver, duas pistolas, uma granada de efeito moral e uma lanterna foram apreendidos. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), os feridos foram atendidos por ambulâncias da Defesa Civil e não correm risco de morte.

Durante o motim, as negociações foram conduzidas por profissionais especializados da Superintendência de Segurança da Seap. O Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da Seap, o Batalhão de Choque e diversas unidades da Polícia Militar (PM) também atuaram diante da rebelião.

O motim aconteceu dois dias após a decretação da intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio. Mais cedo, a Seap havia informado que "medidas de controle" das penitenciárias foram antecipadas por causa da intervenção federal. Conforme a secretaria, a rebelião começou "logo após" inspetores de segurança e administração penitenciária frustrarem, ainda de tarde, uma tentativa de fuga de internos na penitenciária.


Reforço. Antes de estourar a rebelião na Penitenciária Milton Dias Moreira, a Seap havia explicado que as "medidas de controle" foram antecipadas "na intenção de evitar qualquer reação da população carcerária" à intervenção federal. Questionada, a assessoria de imprensa da Seap não explicou quais seriam as "medidas de controle", mas informou que as ações estavam sendo planejadas antes do decreto de intervenção federal, publicado na última sexta-feira.





O secretário de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves, assumiu a pasta em 24 de janeiro, após a exoneração do coronel Erir Ribeiro do cargo - ele foi acusado de conceder regalias ao ex-governador do Rio Sergio Cabral, preso em outra unidade, em Benfica, zona norte do Rio. Segundo a Seap, o Estado do Rio tem 51 unidades prisionais, onde estão presas 51.454 pessoas. A capacidade total do sistema é de 28.688 detentos.

++ ENTENDA: O que é uma intervenção federal? ++


Movimentação de militares no aterro do Flamengo Foto: Fabio Motta/Estadão

Fuga. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou na noite deste domingo que a rebelião na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, foi uma tentativa de fuga. “Foi uma tentativa de fuga, os dois presos que tentaram fugir já estão presos, os dois agentes penitenciários que fizeram refém já foram liberados, o Bope já ocupou. Agora é a parte final negociando os termos da rendição”, afirmou.

Torquato não descartou que novas rebeliões possam acontecer, mas disse que os agentes de segurança estão preparadas. “Haverá tentativas, certamente haverá tentativas, mas nós, acredito eu, que estejamos preparados”, afirmou.

O ministro disse ainda que “era previsto” que alguns presídios pudessem ter reações ao decreto de intervenção na segurança do Rio. “Já era previsto, tanto é que os presídios federais estão com alerta máximo. Os presídios estaduais foram recomendados que também tivesse alerta máximo”, afirmou.

Segundo Torquato, “é natural que haja um desafio no primeiro momento”. “É natural que o crime organizado teste a capacidade de operação das forças federais”, completou.

Decreto. A intervenção federal no Rio abrange o sistema prisional, mas o Comando Militar do Leste (CML) informou que as Forças Armadas só começarão suas ações após o decreto do presidente Michel Temer ser votado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o que é esperado que aconteça até a próxima terça-feira.

Ao longo do dia, tropas das Forças Armadas não foram vistas fazendo patrulha nas ruas. O policiamento regular, porém, parecia mais reforçado do que durante o carnaval. Segundo a assessoria de imprensa da PM, o policiamento do fim de semana teve 5.757 policiais como reforço. A operação já estava prevista, por causa dos desfiles de blocos de carnaval previstos para o fim de semana.

Embora tenha havido a percepção de que menos policiais atuaram nas ruas nos primeiros dias de carnaval, a PM informou que, entre a sexta-feira, dia 9, e a quarta-feira de cinzas, foram mobilizados, de forma extraordinária, 17.110 policiais em todo o Estado.

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