Pagamento da Odebrecht ‘é compatível’ com repasse a Glaucos e a compadre de Lula, diz perícia O dinheiro seria pagamento pela participação dos dois na compra do terreno que abrigaria a sede do Instituto Lula, em São Paulo












Pagamento da Odebrecht ‘é compatível’ com repasse a Glaucos e a compadre de Lula, diz perícia
O dinheiro seria pagamento pela participação dos dois na compra do terreno que abrigaria a sede do Instituto Lula, em São Paulo
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Julia affonso, Ricardo Brandt e Luiz Vassallo

23 Fevereiro 2018 | 20h14




A perícia da Polícia Federal nos arquivos do sistema de comunicação e de contabilidade do setor de propinas da Odebrecht apontou que um saque de R$ 1,034 milhão ‘é compatível’ com uma transferência da empresa DAG Construtora ao engenheiro Glaucos da Costamarques e ao escritório Teixeira, Martins Advogados. O dinheiro seria pagamento pela participação dos dois na compra do terreno que abrigaria a sede do Instituto Lula, em São Paulo.

+ Perícia encontra ‘evidências de destruição de dados’ em sistemas da Odebrecht


O laudo dos peritos foi anexado nesta sexta-feira, 23, à ação penal em que o ex-presidente é réu por corrupção e lavagem de dinheiro por suposta propina da Odebrecht.



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+ Pagamento da Odebrecht ‘é compatível’ com repasse a Glaucos e a compadre de Lula, diz perícia

O Ministério Público Federal atribui ao petista vantagem indevida de R$ 12,5 milhões da Odebrecht, por meio da compra do terreno da Rua Haberbeck Brandão 178, e de um apartamento vizinho à residência do petista em São Bernardo de R$ 504 mil, que teria Costamarques como “laranja” e Teixeira como intermediário legal. A denúncia afirma que a compra do terreno foi realizada em nome da DAG Construtora Ltda., mas com recursos da empreiteira, parte dele do Setor de Operações Estruturadas, a máquina de fazer propinas do grupo que em dez anos movimentou US$ 3 bilhões.

+ PF encontra remessa da Odebrecht a ex-dono do terreno do Instituto Lula

Roberto Teixeira é réu por lavagem de dinheiro nesse processo.

Os peritos identificaram que ‘registro de saída para o codinome Beluga, no valor de R$ 1,034 milhão, cujo responsável foi HS, em 30 de dezembro de 2010’. ‘HS’ é o executivo Hilberto Silva, então chefe do setor de propinas da Odebrecht.

Beluga seria a offshore Beluga Holdings LTD, pertencente a Mateus Claudio Gravina Baldassarri, um dos proprietários do imóvel situado à Rua Haberbeck Brandão 178, por intermédio da empresa ASA – Agência Sul Americana de Publicidade, que seria comprado pela Odebrecht em nome da DAG.

“O montante de R$ 1.034.000,00 é compatível com a soma de dois valores repassados pela empresa DAG Construtora para Glaucos da Costamarques (R$ 800.000,00) e Teixeira, Martins Advogados (R$ 234.000,00). Estes valores foram corroborados com a movimentação bancária da DAG Construtora, constante no Laudo Nº 2549/2016-SETEC/SR/PF/PR12, no qual há registro de saída de R$ 800.000,00 para o Sr. Glaucos e R$ 219.609,00 (líquido de impostos – 1,5% de IR, 1,0% CSLL, 0,65% de PIS e 3,0 de COFINS) para a Teixeira, Martins Advogados. O pagamento destes valores foram em 20 de dezembro de 2010 e 17 de dezembro de 2010, respectivamente, conforme o citado laudo”, afirma a perícia.

A informacão sobre os dados registrados nos arquivos da Odebrecht confirmam valores ligados ao negócios e servirão para o juiz federal Sérgio Moro analisar a acusação do Ministério Público Federal contra Lula. Marcelo Odebrecht confirmou em sua delação que comprou o terreno por acerto feito com o ex-ministro Antonio Palocci, que era o “gerente” da conta que a empresa tinha com o PT e Lula por seus negócios com o governo. Identificado como “Italiano”, foi ele quem deu aval para a compra pela empreiteira. O ex-presidente aparece nas planilhas do setor de propinas como “Amigo”, referência à sua amizade com o patriarca do grupo, Emílio Odebrecht.

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