‘Intolerância religiosa’, diz Crivella sobre crítica em desfile da Mangueira
‘Intolerância religiosa’, diz Crivella sobre crítica em desfile da Mangueira
Estadão Conteúdo13.02.18 - 15h46 - Atualizado em 13.02.18 - 16h01
A gestão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), divulgou nota nesta segunda-feira, 12, que diz que ele foi vítima de “intolerância religiosa” na Sapucaí. Foi uma resposta à crítica da Mangueira à prefeitura em seu desfile, Domingo (11). Crivella foi representado como um boneco de Judas, traidor do carnaval, enforcado.
A agremiação fez uma defesa da folia, contra o corte de verbas às escolas e outras manifestações culturais populares. Crivella virou Judas porque teve apoio dos dirigentes em sua campanha eleitoral e depois reduziu os recursos.
O samba da Verde e Rosa fazia menção à religião dele – o prefeito é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, que condena a festa: “Pecado é não brincar o carnaval”.
“É lamentável que uma escola, que sempre defendeu a tolerância e o respeito, venha utilizar o momento sagrado do seu desfile para praticar um ato de intolerância religiosa como o que vimos neste domingo”, diz a nota.
“A agremiação está no seu direito de não gostar da decisão do Prefeito de destinar parte dos recursos para as creches conveniadas, mas daí a atacar a fé do Prefeito e colocar sua imagem pendurada pelo pescoço com uma corda é algo que deve ser repudiado”.
“A Riotur informa que neste ano foram aportados 19,5 milhões de reais às escolas de samba. Isso significa que a redução da arrecadação por parte das escolas foi de 20% em relação ao ano anterior, que foi de 24 milhões de reais. Vale ressaltar que a tão falada redução aconteceu dentro de um cenário de crise excessiva, de retração econômica e um déficit de quatro bilhões de reais nos cofres da prefeitura”, finaliza a nota.
Crivella saiu do Rio no carnaval. Ele foi para a Europa numa viagem de trabalho voltada à área de segurança (que é atribuição estadual; e não municipal). Na sexta-feira, dia 9, participou da abertura oficial do carnaval. Na ocasião, disse que se trata “apenas de uma festa”, e que o Rio tem outras prioridades, mas discursou elogiando os artistas do carnaval.
Antes de embarcar, compartilhou nas redes sociais: “O alarde foi grande, previsões pessimistas traçaram um cenário de terra arrasada, mas o tempo veio mostrar que as medidas adotadas eram acertadas, e os resultados agora aparecem. O carnaval receberá este ano investimentos de quase R$ 80 milhões. Apenas os recursos levantados junto à iniciativa privada somam R$ 38,5 milhões, o maior valor já captado e mais do que o dobro obtido em 2017, quando se arrecadou R$ 15 milhões”.
O prefeito afirmou ainda que “cumpriu sua parte, com a organização e o cuidado necessário a um evento que expressa a alegria e a criatividade do carioca”. “As acusações de que patrulhamento religioso ameaçariam o carnaval mostraram-se infundadas e revelaram o preconceito de quem acusava”, finalizou
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