Seul quer abordar o encontro de famílias nas conversas com Pyongyang
Seul quer abordar o encontro de famílias nas conversas com Pyongyang
A Coreia do Sul tentará discutir sobre a retomada dos reencontros das famílias separadas nas conversações intercoreanas desta semana.
As duas Coreias concordaram na semana passada em celebrar seu primeiro encontro de alto nível em mais de dois anos, e nesta terça-feira se reunirão na localidade fronteiriça de Panmunjom.
As conversações estarão centradas principalmente na possível participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem de 9 a 25 de fevereiro em Pyeongchang, no Sul.
Mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) deve ainda avaliar a eventual participação da Coreia do Norte nas Olimpíadas.
O presidente do COI, Thomas Bach, e o membro norte-coreano da organização, Chang Ung, participarão da conversa.
No entanto, espera-se que as duas partes levem para a mesa de negociações outras questões além do aspecto esportivo.
“Nós nos prepararemos para conversar sobre a questão das famílias separadas e sobre a forma de reduzir as tensões militares”, afirmou à imprensa o ministro sul-coreano da Unificação, Cho Myoung-Gyon, segundo a agência de notícias Yonhap.
A Guerra da Coreia (1950-1953) terminou com um armistício e não com um tratado de paz formal, e, por isso, as duas Coreias continuam tecnicamente em guerra.
A questão das famílias divididas nos dois lados da fronteira é uma das consequências mais delicadas do conflito, que acabou com a divisão da península em 1953.
Cerca de 60.000 sul-coreanos idosos continua esperando para reencontrar seus familiares do lado norte.
Na véspera, Pyongyang enviou Sul sua lista de participantes nas conversações.
A delegação do Norte será liderada por Ri Son-Gwon, chefe do departamento responsável pelos assuntos intercoreanos, segundo informou o ministério da Unificação da Coreia do Sul.
Ri será acompanhado por quatro autoridades do governo, incluindo os responsáveis pelas questões esportivas, indicou o ministério.
As tensões entre os dois países aumentaram no ano passado, com os testes nucleares e os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, que assegura ser capaz de atingir com um ataque militar todo o território continental dos Estados Unidos.
Esta tentativa de aproximação acontece depois que o líder norte-coreano Kim Jong-Un advertiu, em seu discurso de Ano Novo, que o botão nuclear estava em sua mesas, ao mesmo tempo em que estendeu a mão ao sugerir que poderia enviar uma delegação aos Jogos de Inverno.
Seul respondeu com uma oferta para negociar, e na semana passada foi restabelecida a linha telefônica intercoreana, depois de quase dois anos inativa.
Também nos últimos dias, os Estados Unidos e a Coreia do Sul concordaram e adiar seus exercícios militares anuais até depois dos Jogos de Inverno, em uma aparente tentativa de acalmar os ânimos.
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