O fim de semana que Gleisi adoraria esquecer No mesmo dia, a presidente do PT foi derrotada na Alemanha e fracassou em Maringá
O fim de semana que Gleisi adoraria esquecer
No mesmo dia, a presidente do PT foi derrotada na Alemanha e fracassou em Maringá
Por Augusto Nunes
access_time15 jan 2018, 08h50 - Publicado em 15 jan 2018, 07h31
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Gleisi Hoffmann (Jorge William/Agência o Globo)
Uma grande notícia vinda da Alemanha, transmitida a Gleisi Hoffmann por uma fonte não identificada, fez a presidente do PT acreditar que viveria um grande fim de semana. Já entusiasmada com o lançamento em Maringá do “Comitê em Defesa da Democracia, do Estado Democrático de Direito e do Direito de Lula ser Candidato”, ela soube no sábado que a torcida do Bayern de Munique, durante o jogo contra o Bayer Leverkusen, havia homenageado o ex-chefe de governo brasileiro condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
“Show de torcida!!”, começou a mensagem no Twitter reproduzida pelo Antagonista e ilustrada por uma foto de parte da plateia. “Recebi esta imagem, que mostra uma faixa FORZA LULA”, decolou a tuiteira. Analfabeta também em futebol, nem desconfiou que enxergara um segundo L onde havia um C, encoberto pelo corpo de um espectador. Tampouco lhe ocorreu que, se estivessem apoiando Lula, os alemães se expressariam em português. Usaram Forza de vez de Força porque o alvo da homenagem era o italiano Luca Farnesi, 44 anos, gravemente ferido durante uma briga entre torcidas rivais. Confira a derrapagem:
A vigarice difundida por Gleisi já era um notável sucesso de público e um retumbante fracasso de crítica quando foi apagada e trocada por uma sopa de letras que tentou transferir a culpa para a imprensa. Confira:
Derrotada na Alemanha, Gleisi certamente imaginou que iria à revanche no duelo programado para o mesmo sábado no interior do Paraná. Convocados pela presidente do partido, milhares de militantes agrupados nos comitês que fundou transformariam 13 de janeiro no “dia do esquenta nacional das manifestações favoráveis ao ex-presidente Lula”. Os atos de protesto contra a provável condenação do chefão em segunda instância deveriam chegar ao clímax em Maringá, onde nasceu o juiz Sérgio Moro. Milhares de conterrâneos mostrariam publicamente que os crimes atribuídos a Lula não passam de “perseguição política”.
Num vídeo gravado para garantir o êxito da manifestação na terra de Moro, Gleisi capricha no palavrório da grife 171. “Compareça lá, você que defende a democracia e sabe o quanto isso é importante pro nosso país, pra nossa história, pro nosso povo. Vá lá, dê sua força para depois reproduzir esses comitês, não só por Maringá, mas por todos os municípios que nós temos aí, na região norte do Paraná”. Deu tudo errado. Os petistas agrupados no comitê couberam no plenário da Câmara de Vereadores.
Como atesta o vídeo abaixo, bem mais musculosa foi a manifestação que, anabolizada por boatos de que Gleisi e Roberto Requião estariam na cidade, foi às ruas de Maringá para exigir a prisão de Lula e seus quadrilheiros, rechaçar a discurseira malandra do PT e berrar palavras de ordem fortemente críticas aos dois senadores. Nenhum deles deu as caras por lá.
Gleisi pode ter evitado a viagem por cautela. Deve ter visto a foto abaixo, que mostra a reunião inaugural do comitê de Maringá, realizada em 10 de janeiro. Os militantes se reuniram na varanda de uma casa. Caberiam numa van. Forza Gleisi: o que está ruim tem tudo para piorar.
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