Sergio Moro: “Em 2018, devemos rever em quem vamos votar. Isso será um ponto decisivo na
Sergio Moro: “Em 2018, devemos rever em quem vamos votar. Isso será um ponto decisivo na mudança do nosso País”
O juiz Sergio Moro, o Brasileiro do Ano, e Caco Alzugaray, presidente-executivo da Editora Três (Crédito: Marco Ankoski)
05.12.17 - 23h10 - Atualizado em 06.12.17 - 14h12
Pelo segundo ano consecutivo, o juiz Federal Sergio Moro esteve na premiação “Brasileiros do Ano” da revista IstoÉ realizada na noite desta terça-feira(05) no Tom Brasil, em São Paulo. Desta vez, Moro foi eleito Brasileiro do Ano 2017 pelo seu trabalho à frente da Lava Jato. Ovacionado pela plateia, o magistrado abriu seu discurso agradecendo sua esposa. “Desde 1992, meu trabalho não foi muito fácil, tive grandes casos envolvendo criminosos, traficantes e sempre pude contar com a minha esposa, por isso faço um agradecimento a ela, Rosângela Wolff Moro”.
Moro ressaltou ainda a importância do trabalho em conjunto com a Polícia Federal e órgãos competentes pela Lava Jato.” Meu trabalho não é um trabalho individual, é um trabalho em conjunto com a PF e com órgãos que estão diretamente envolvidos. Mais que os números, a Lava Jato possibilitou acreditar na Justiça, que executivos e políticos incondenáveis podem ir para prisão. Esses casos nos dão esperanças”, disse. Durante o discurso, Moro reforçou a importância na escolha dos votos nas eleições do ano que vem. “Em 2018, devemos rever em quem vamos votar. Isso será um ponto decisivo na mudança do nosso País”.
O juiz também sinalizou condutas a serem praticadas para pôr fim à corrupção sistêmica no Brasil. Defendeu ainda que condenados em segunda instância devem ser presos.”Mas eu diria que mais que uma questão de justiça, é questão de política de Estado. Eu queria dizer para o presidente Temer utilizar o seu poder para influenciar que esse precedente jurídico não seja alterado”, ressaltou.
Foro privilegiado
Na cerimônia, o magistrado disse também que o direito do foro privilegiado de políticos e juízes precisa ser reavaliado e reforçou que a medida garante privilégio às pessoas mais poderosas. ” Todas as pessoas devem ser tratadas perante a lei. Não se justifica o privilégio, não quero isso para mim”, afirmou.
Legado de Teori Zavascki
Moro prestou homenagem ao ministro Teori Zavascki, morto em janeiro deste ano, e disse que quer defender seu legado. “Eu não tinha relacionamento pessoal com ele, mas sei que ele conduzia os processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal com muita eficiência e com muita coragem”. O magistrado também agradeceu o Ministério Público e a Polícia Federal e dedicou o prêmio ao ministro do STF, Edson Fachin, e aos juízes federais Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro e Vallisney Oliveira, de Brasília.
Brasileiro do Ano 2017
Atuando na 13ª Vara Federal em Curitiba (PR), Moro ganhou destaque no Brasil ao comandar a Operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção do País. Em 2017, o magistrado foi responsável pelas prisões do ex-governador Sergio Cabral, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e os ex-ministros do PT José Dirceu e Antonio Palocci. Em julho deste ano, foi responsável por uma das sentenças de maior repercussão do Brasil: a do ex-presidente Lula, que foi condenado a nove anos e meio de prisão. O juiz já condenou 114 pessoas, sobretudo políticos importantes, ex-diretores da Petrobras e os mais conhecidos empreiteiros brasileiros, sentenciados a penas que somam mais de 2000 anos de cadeia.
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