RELIGIÃO: Por quê Jesus não é o messias judeu?
GIÃO: Por quê Jesus não é o messias judeu?
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Introdução
Obra Bizantina, o Cristo antokrator, a tradução é “messias todo poderoso”. Coma mão direita ele forma as letras que compõe a palavra grega Χριστός (Khristós). Com a mão esquerda, ele sustenta a “Palavra de D’us” sobre a coxa esquerda.
Constantemente, recebo questionamentos sobre o porquê Judeus não aceitam Jesus como o messias esperado pelos judeus. Na maioria das vezes, mudo de assunto para evitar o atrito, devido ao fato da própria dúvida ser considerada intolerável por muitos.
Mesmo assim, tenho percebido que a maioria insiste com a pergunta, como se a ausência de resposta fosse um indicativo de que os judeus estivessem errados. Pelo contrário, muitos judeus não respondem para evitar discussões infrutíferas.
Também tenho notado a persistência dessa questão entre quem têm dúvidas de fé e, por causa disso, propus-me a respondê-la da melhor maneira que me é possível.
Primeiramente, ressalto que o objetivo deste texto é explicar o porquê Judeus não acreditam emJesus como sendo o messias prometido pelas Escrituras Judaicas. Só isso. Não pretendo ofender nenhuma outra religião. Se você é seguidor assíduo de alguma religião messiânica, sugiro que mude de site e não leia este texto. Não quero desviar você de sua fé. O objetivo é tão somente responder a pergunta que constantemente é feita aos judeus em tom provocador e de desafio.
As razões judaicas
O Beit Chabad publicou um texto sobre o assunto chamado judeus não acreditam em Jesus. Recomendamos a leitura, pois é um excelente resumo do tema. Texto sucinto, objetivo e pautado no respeito às religiões. O mesmo texto também está disponível neste livreto: Manual Prático de Esclarecimento. Entenda! Judaísmo messiânico não existe. Fuja dessa ideia.
A ideia de mashiach, messias, é uma ideia tipicamente judaica. Ela não foi inventada pelos cristãos, nem pelos muçulmanos, nem pelos pagãos. Ela é parte integrante e fundamental da tradição judaica e encontra-se pulverizada em várias passagens do Tanach. O Tanach é o nome dado ao agrupamento de três conjuntos de obras:
1) A Torah (תורה);
2) Os Neviim (נביאים);
3) os Kethuvim (כתובים).
Daí o nome Tanach (תנ״ך). Uma espécie de “sigla” composta da junção dos nomes Torah, Neviim e Kethuvim.
Os livros do Tanach foram selecionados para fazer parte do “Antigo Testamento” Cristão. No entanto, ressaltamos que o Tanach é para os judeus o Testamento, enfim: a promessa da Grande Herança que o Eterno reservou para cada um de nós. Assim, é inadequado relacionar o Tanach a um “Antigo Testamento”. Não há antigo testamento para o judeu. Não há antiga promessa para o judeu. A Promessa do Tanach ainda é plenamente válida, aplicável e maravilhosa em todos os sentidos. Só a nomeia de “antiga” quem não a conhece.
Assim, se quisermos saber algo sobre a ideia de Messias e as promessas que o Eterno fez em relação à vinda dele; devemos, necessariamente, ler o Tanach, preferencialmente, no original, pois tais ideias estão lá.
Como é composto o Tanach?
Torah ou Torá (Pentateuco):
Bereshit (Gênese)
Shemot (Êxodo)
Vayicrá (Levítico)
Bamidbar (Números)
Devarim (Deuteronômio)
Neviim (Profetas):
Yehoshua (Josué)
Shofetim (Juízes)
Shemuel (Samuel)
Melachim (Reis)
Yesha’yáhu (Isaías)
Yirmiyáhu (Jeremias)
Yechezekel (Ezequiel)
Trê-assar (Doze Profetas)
Kethuvim (Escrituras Sagradas):
Tehilim (Salmos)
Mishlê (Provérbios)
Iyov (Jó)
Shir Hashirim (Cântico dos Cânticos)
Rut (Ruth)
Echá (Lamentações)
Cohêlet (Eclesiastes)
Ester
Daniel
Ezra/Nechemyá (Esdras/Neemias)
Divrê-Hayamim (Crônicas)
O livro que os cristãos têm hoje em casa não é o Tanach, mas um conjunto de textos chamado Bíblia divididos em “Novo Testamento” e “Antigo Testamento”. O “Novo Testamento” não pertence à tradição judaica. Trata-se de escritos atribuídos aos seguidores de Jesus. Enfim: não fazem parte e nunca fizeram parte dos escritos sagrados judeus. Por isso, o “Novo Testamento” não pode servir de fundamento para justificação da vinda de um messias para os judeus. A maioria dos cristãos fundamentam seus argumentos no “Novo Testamento”, ou seja: do ponto ponto de vista judaico, tais argumentos não possuem valor nenhum.
A porção da Bíblia Cristã que discursa sobre a vinda do messias está na parte traduzida como “Antigo Testamento”.
São Jerônimo foi o responsável pela precária tradução dos escritos hebraicos que compuseram a Vulgata latina no final do séc. III d.C.
Este é um ponto muito importante que deve ser frisado: todo o “Antigo Testamento” cristão é fruto de uma tradução precária feita por São Jerônimo a partir de escritos gregos que deram origem a tradicional Vulgata, a Bíblia oficial Cristã em latim. Bíblia a partir da qual se fez a tradução para as línguas nacionais de hoje (português, Italiano, Espanhol, Inglês e etc.). Enfim: o cristão brasileiro tem em casa uma cópia traduzida de outra tradução mal feita. Algo assim, no mínimo, deve ser considerado por quem seriamente deseja compreender o que o Tanach tem a dizer a respeito da vinda do messias.
Infelizmente, a tradução cristã está repleta de erros grosseiros. O próprio João Ferreira de Almeida, tradutor da Vulgata para o Português, identificou mais de 2000 erros na tradução de São Jerônimo. Alguns dos erros estão em partes consideradas fundamentais para “provar” que Jesus era o messias prometido pelos escritos judeus. Obviamente, esses erros são apontados pela crítica como propositais com o intuito de convencer as pessoas e justificar a fé cristã. Mas, independente desses erros, há outras questões igualmente cruciais que veremos logo a seguir.
Eu recomendo que o interessado estude hebraico para ler o texto original e tirar as próprias conclusões. Mas, se isso lhe for muito penoso, que leia pelo menos uma tradução feita diretamente do hebraico por uma equipe idônea para diminuir as incoerências e as interpretações tendenciosas.
O Tanach não é um livro comum. Ele um código. E é de propósito. Toda sua redação respeita a gematria. O que é isso? Cada letra do alfabeto hebraico representa um número. Cada palavra, outro número. Cada linha, outro número. Cada versículo, um número. Cada capítulo, outro número! Todos os números relacionados entre si numa verdadeira tabela gigantesca de relacionamentos matemáticos complexos! Enfim: todos os números estão relacionados entre si por precisas relações matemáticas cheias de significação espiritual. E isso é de propósito. Além disso, todos os escritos sagrados tem uma espécie de “dígito verificador”. Ele impede os copistas de falharem na transcrição de sequer uma letra do Tanach. Enfim: ele torna possível conferir se a cópia está exata, evitando as adulterações voluntárias e acidentais.
Gematria: uma arte complexa, ainda incompreendida e má utilizada.
Infelizmente, por melhor que seja a tradução, ela não pode ser estudada através de gematria. Estudo considerado fundamental pelos sábios para extrair os significados espirituais mais profundos dos escritos. A gematria serve também para evitar interpretações equivocadas. Por exemplo: as que ficaram famosas na Idade Média por “justificar” matanças sem fim e o posicionamento de algumas seitas cristãs que preferem deixar seus entes queridos morrerem a receber uma doação de sangue!
Quando lemos uma “tradução”, estamos mais sujeitos a esses equívocos do que quando lemos o original porque podemos lançar mão do recurso gemátrico para colocar a interpretação a prova.
O Messias judeu realizará todas as profecias
O Tanach elenca em várias passagens esparsas uma série de profecias que o messias judeu cumprirá quando vier. E aqui está um ponto muito importante: o messias judeus cumprirá TODAS. Isso mesmo: todas. Ele não cumprirá uma, duas, três profecias, mas todas elas. Caso contrário, estaremos chamando o Eterno de mentiroso (Que o Eterno não permita!).
Ademais, se bastasse cumprir apenas um profecia para ser considerado o messias, praticamente qualquer um poderia ser o messias. Por exemplo: eu sou da tribo de Judá, o messias será da tribo de Judá, e isso não faz de mim o messias!
É preciso cumprir todas as profecias. TODAS. E aqui está um ponto que os cristãos e islâmicos ignoram completamente.
Este livreto: Isaías Segundo o Judaísmo, foi redigido para demonstrar com base no Tanach o porquê Jesus não pode ser considerado messias segundo a tradição judaica. Segundo o Tanach, existem critérios que nos permitem identificar com precisão quando o messias houver chegado. No caso, Jesus descumpriu praticamente todos os critérios mencionados.
Vejamos alguns critérios (e não são todos!):
Segundo a tradição judaica, o profeta Elias irá reaparecer antes da vinda do Messias (Malaquias 4:5-6).
O Profeta Elias sendo levado vivo ao céu. Caso único na tradição judaica.
No “Novo Testamento” cristão, Jesus afirma que João Batista era Elias (Mateus 11:13-14, 17: 10-13). Entretanto, quando João Batista foi perguntado sobre o assunto, ele negou (João 1:21). O Evangelho de Lucas 1:17 tenta resolver o problema, afirmando que João Batista apareceu no espírito de Elias. É prudente lembrar que o cristianismo em geral nega com ênfase a doutrina da reencarnação. Isso por si só já é uma contradição, já que o próprio cristianismo lança mão dessa doutrina para justificar o retorno do profeta Elias em João Batista. Independente dessa polêmica, há outras críticas em relação ao mesmo assunto. Vejamos:
O Profeta Malaquias previu que o próprio Elias iria retornar, e não apenas alguém em seu espírito, caso típico da reencarnação. Elias, para quem não sabe, foi o único que subiu aos céus sem morrer segundo o Tanach (2 Reis 2:11). Por isso, espera-se que o profeta, ao voltar, volte diretamente do céu sem a necessidade de reencarnar.
Ressalte-se que João Batista, além de ter negado ser Elias, não cumpriu a profecia do Tanach sobre o retorno do profeta Elias. A profecia diz: “E ele [Elias] fará volver o coração dos pais para o Eterno através dos filhos, e o coração dos filhos para o Eterno através dos pais, para que Eu não venha desferir sobre esta terra uma destruição completa” (Malaquias 4:6). Evidentemente João Batista não realizou a profecia. Pelo contrário, parte dos judeus se afastou das Leis do Eterno para seguir o “messias nazareno”, Jerusalém entrou em guerra civil e os romanos destruíram toda cidade, inclusive o segundo templo, após a morte de Jesus.
Segundo o Tanach, o Messias deve ser descendente do Rei Davi e Salomão. (Jeremias 23:05, 33:17, Ezequiel 34:23-24; 2 Samuel 7:5-13).
Conforme as escrituras cristãs, Jesus não era descendente do Rei Davi. Vejamos:
O “Novo Testamento” cristão fala sobre a genealogia de José. Entretanto, há um grande problema para os cristãos resolverem: Jesus afirma ter nascido de uma virgem e que José não era seu pai. (Mat. 1:18-23). Em resposta, alega-se que José adotou Jesus, e passou sua genealogia a ele por adoção. De qualquer maneira, tenha ou não adotado, o problema permanece. Vejamos:
Davi, o músico camponês que matou o gigante Golias. Davi foi tornado Rei pela mão do Eterno. Davi é o pai do Rei Salomão o qual se acredita ter sido o rei mais rico, poderoso e sábio que já existiu.
Não há base bíblica para a adoção nesses casos. Um pai não pode passar sua linha tribal por adoção. Um sacerdote que adota um filho de outra tribo não pode fazer dele um sacerdote por adoção. Mas, suponhamos que tenha havido a adoção. Mesmo assim, José não poderia dar a Jesus o que ele mesmo não tinha. José é descendente de Jeconias (Mateus 1:11-16). E daí? E daí que os escritores cristãos esqueceram que isso fez José cair na maldição do Eterno que prevê que nenhum dos descendentes de Jeconias se sentaria como rei no trono de Davi. (Jeremias 22:30, 36:30). Ora. Conforme vimos, o messias será necessariamente um rei descendente do Rei Davi e Salomão.
Outra questão: não há provas de que Maria descende de Davi. Mesmo que se pudesse comprovar que Maria é descendente de David, a filiação tribal nos tempos antigos dava-se através do pai e não através da mãe conforme previsto em Números 1:18 e Esdras 2:59. Se Jesus não tinha pai humano, como ficaria então a questão da filiação?
Suponhamos que por uma generosidade do Eterno a linhagem tribal de José pudesse ser transferida a Jesus por “afinidade”. Em qualquer caso, como José é descendente de Jeconias, Jesus não poderia ser o messias por causa da maldição prevista para os descendentes de Jeconias (Jeremias 22:30 e 36:30).
Mas, o “Novo Testamento” cristão é confuso em relação à genealogia de José. Enquanto Mateus diz que José é desdente de Jeconias, o amaldiçoado, Lucas discorda e diz que José é descendente de Natã filho de Davi. (Lucas 3:23-31). De qualquer modo, isso é insuficiente para qualificar Jesus como possível messias tendo em vista que é preciso ser descendente de Davi e Salomão. Dessa maneira, a descrição de Lucas é inútil, pois Jesus passa por filho de Natã, não de Salomão.
Além disso, Lucas (3:27) também lista Salatiel e Zorobabel na árvore genealógica de Jesus. Ora, lembremos que os dois também aparecem em Mateus 1:12 como descendentes de Jeconias, o amaldiçoado! Enfim: de qualquer maneira Jesus não preenche os requisitos para ser messias.
Mas deixemos de lado essas questões de genealogia. Não é apenas essa questão que inviabiliza Jesus como o pretendido messias. Há outros pontos. Analisemos:
O messias deve reunir o povo judeu do exílio e devolvê-los a Israel
“E ele deve criar uma bandeira para as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e reunirá os dispersos de Judá dos quatro cantos da terra.” (Isaías 11:12) Quando Jesus estava vivo, nada disso aconteceu. Pelo contrário, surgiu uma religião nova e os judeus foram divididos e dispersos pelo mundo mais ainda!
Ele reconstruirá o Templo de Jerusalém. (Ezequiel 37:26-27), mas como Jesus reconstruiria o terceiro templo se o segundo templo ainda estava em pé? Para escapar dessa dificuldade, os cristãos inventaram uma nova interpretação: relacionaram o terceiro templo ao corpo de Jesus que, segundo eles, teria ressuscitado no terceiro dia. De todo modo, ironicamente, tanto Jesus, quanto o segundo templo foram destruídos pelos romanos de modo que a profecia de Ezequiel passou longe de ser cumprida.
O Messias vai governar em uma época de paz no mundo inteiro. “E julgará entre muitos povos, e castigará poderosas nações até mui longe, e converterão as suas espadas em enxadas, e as suas lanças em foices: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.”. (Miquéias 4:3).
“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi.” (Isaías 11:6-7).
Jesus não trouxe o fim da violência nem para ele, muito menos para o mundo.
Em outras palavras: O messias trará a paz universal e tornará desnecessária a guerra. No entanto, o período que Jesus viveu não pode ser considerado pacífico nem mesmo na região onde ele morava. Revoltas, guerras civis, golpes, matanças sanguinárias e muitas lutas. O próprio Jesus foi morto violentamente e a maioria de seus apóstolos tiveram mortes violentas e seus seguidores foram perseguidos também pela força da violência. Nem mesmo entre os judeus havia paz. Toda essa confusão belicosa por si só já mostra que a profecia não foi cumprida.
Ironicamente, a Idade Média, onde prevaleceu a mentalidade cristã na Europa, foi uma das épocas mais violentas e insanas da história da humanidade. Basta saber ler para conferir a informação nos livros de história. Só isso, por si só já é suficiente para demonstrar que a era messiânica não tinha chegado. Logo, como o Eterno não mente, a única conclusão coerente é que Jesus não era o messias.
Quando o messias governar, o povo judeu observará os estatutos do Eterno. “Meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor. Devem seguir as minhas ordenanças e ter o cuidado de observar os meus estatutos” (Ezequiel 37:24).
Estudos de Torah. Ainda não é comum as famílias reunirem-se para estudos de Torah, nem mesmo há interesse em cumprir as 613 Mitzvoth do Eterno. Aliás, a maioria nem sabe o que é Mitzvah.
Pelo contrário, os seguidores de Jesus acusam as leis mosaicas de “retrógradas” e “ultrapassadas”. Paulo ficou famoso pelas polêmicas com Pedro por incitar as pessoas a não fazerem circuncisão (Gálatas 5:6 e 6:15, Felipenses 3:2-3). Paulo também lançou polêmica sobre o cumprimento das leis das festas religiosas, de Rosh Codesh (lua nova) e de Shabat (Sábado): (Colossenses 2:16). O próprio Jesus incitava o povo a descumprir as leis da cashrut sobre a alimentação adequada (Mateus 15:11). Algo assim contradiz completamente a profecia de Ezequiel que diz que o Messias levará o povo judeu a observar as leis da Torah e suas Mitzvoth.
Quando o Messias governar, todos os povos servirão ao Eterno “E virá passar que desde uma lua nova até à outra e desde um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Eterno”(Isaías 66:23).
Ora, até hoje isso não aconteceu! Pelo contrário, as divisões de fé se multiplicaram. E muitas guerras foram feitas por causa delas. Outro ponto importante é que o messias será um rei terreno, um governante de povos. Seu reino não será no céu, mas aqui, na Terra. O reino do verdadeiro messias judeu será neste mundo e não no outro mundo como afirmou o falso messias Jesus (João 18:36).
“a terra se encherá de conhecimento do Eterno, como as águas cobrem o mar” (Isaías 11:9).
Isso não aconteceu nem na época de Jesus, nem depois, nem hoje. Os povos do mundo inteiro ainda continuam afastados do Eterno. A busca de riqueza e poder ainda lidera o ranking da principal meta de vida das pessoas. Ainda é minoria os que priorizam uma vida pautada pela elevação espiritual e pelo compromisso de melhorar a vida de todos na sociedade.
Outras profecias messiânicas não cumpridas por Jesus:
O reestabelecimento da dinastia David, que jamais cessará.
Fonte: Daniel 7:13-14
Mas Jesus não teve filhos, nem estabeleceu reinado algum, muito menos um que nunca cessaria.
Uma era de paz eterna entre todos os povos e todas ás nações
Fonte: Isaías 2:2-4; Miquéias 4:1-4; Ezequiel 39:9.
Obviamente não temos paz, e infelizmente muitas guerras foram feitas em nome de Jesus.
Cruzadas: a matança e a guerra em nome de Jesus, o crucificado. Negação completa da ideia judaica de messias.Todos os povos do mundo serão convertidos ao monoteísmo.
Fonte: Jeremias 31:31-34; Zacarias 8:23; Isaías 11:9; Zacarias 14:9, 16.
O mundo ainda está cheio de idolatria, inclusive idolatrando Jesus como se fosse o próprio Eterno, comportamento antijudaico já que o Eterno ordenou nos seus preceitos que só Ele pode ser adorado. Obviamente, Jesus não é o Eterno. Foi por esse motivo doutrinário e por outras questões políticas que a Igreja Católica Romana separou-se da Igreja Cristã Ortodoxa do oriente, o primeiro “grande cisma” cristão.
Reconhecimento que só o Eterno é o Eterno D’us.
Fonte: Isaías 11:9
Obviamente o mundo ainda não reconheceu o Eterno de Israel como único D’us. Para o Judaísmo a questão é muito simples. O Eterno é D’us, Ele é Único. Simples, não é?
Entretanto, o cristianismo afirma a existência de três divindades distintas e independentes que, apesar disso, formam um só deus, a trindade divina. Mistério da fé cristã e um absurdo ôntico e matemático que afirma que 1=3 e que o igual é idêntico ao diferente! Nenhum cristão consegue explicar isso de maneira satisfatória. Já consultei vários padres e bispos, nenhum deu uma resposta coerente. Também já li as obras de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Nenhum deles respondeu sem agredir os princípios mais elementares da lógica e do ser.
A ideia de trindade é comum nos cultos pagãos. Na Grécia tínhamos a trindade Zeus, Poseidon e Hades. Em Roma: Júpiter, Netuno e Plutão. No Egito: Osíris, Isis, Hórus. A mesma ideia também se repete nos cultos pagãos antigos do norte da Europa, no Taoismo, nos cultos africanos, nos cultos indígenas do “novo mundo”, no Budismo e no Hinduísmo.
A única resposta coerente sobre o assunto da “trindade” nas religiões é dada pela Cabalá judaica nas lições sobre o pilar do equilíbrio na Árvore da Vida. Evidentemente, um mestre autorizado de Cabalá deve ser consultado.
O mundo se tornará vegetariano
Fonte: Isaías 11:6-9
Obviamente o mundo não é vegetariano! Tem dúvidas?
Reunião das doze tribos de Israel
Fonte: Ezequiel 36:20
Infelizmente as dez tribos continuam desaparecidas…
Reconstrução do Templo
Fonte: Isaías 2:2; Ezequiel 37:26-28.
O templo ainda não foi reconstruído. Jesus não teria a possibilidade de cumprir a profecia já que o Segundo Templo nem tinha sido destruído antes dele ser morto pelos romanos.
Não haverá fome no mundo
Fonte: Ezequiel 36:29-30
Não precisamos olhar para a África para perceber que ainda há muita fome no mundo. Basta andar nas ruas e ver as centenas de pessoas que moram nas ruas e debaixo das pontes. E, claro, os milhares de desamparados que existem dentro de nosso grande Brasil.
A morte cessará
Fonte: Isaías 25:8
A morte não cessou. Elas continuam diariamente. E, portanto, é evidente que Jesus não cessou a morte no mundo.
Enterro de Penélope Barbosa, de 5 anos. A morte ainda não cessou nem para as criancinhas inocentes.Ressurreição de todos os mortos
Fonte: Isaías 26:19; Daniel 12:2; Ezequiel 37:12-13; Isaías 43:5-6.
Obviamente Jesus não ressuscitou todos os mortos antes de ser morto pelos romanos!
As nações ajudarão materialmente Israel
Fonte: Isaías 60:5-6; 60:10-12
O que vemos são muitas nações querendo destruir Israel, ou no mínimo, prejudicar Israel. Existem nações, como o Irã que prometem destruir Israel. Jesus não cumpriu esta profecia. Pelo contrário, em nome de Jesus, as nações perseguiram os judeus por séculos a fio!
Atualmente há o movimento “boicote Israel” que deseja que todos os países do mundo não comprem produtos de Israel para destruir financeiramente o estado judeu. Ou seja: o mundo ainda está muito longe da chegada do messias.
As nações irão até os judeus para buscar orientação espiritual.
Fonte: Zacarias 8:23
Obviamente isto não aconteceu.
Em boa medida, os não-judeus querem é converter os judeus para acreditarem em Jesus ou Maomé! E mais: muitos criticam os judeus como “péssimos exemplos” a serem seguidos.
É comum os povos fazerem piadinhas de judeus como avarentos, maus e sanguinários, apesar da maioria dos judeus praticarem Tsedacá e as leis judaicas serem pioneiras em relação a “função social da propriedade” e a “proteção ao meio-ambiente”, ideias que só ganharam força entre os gentios no séc. XX.
Todas as armas serão destruídas
A Guerra ainda é uma triste realidade para todos. Prova de que o messias ainda não veio.
Fonte: Ezequiel 39:9, 12
Jesus não destruiu as armas. Pelo contrário, foi a inspiração de muitas delas, inclusive de ordens religiosas com fins militares. O mundo de hoje está armado até os dentes, inclusive com armas nucleares, químicas e biológicas que podem destruir toda vida no planeta…
Rio Nilo: um dos maiores rios do mundo. Ainda está lá firme e forte para quem quiser ver. Prova de que o messias ainda não veio.
O rio Nilo secará
Fonte: Isaías 11:15
Jesus não secou o rio Nilo. Ele continua forte, vigoroso e fluindo como de costume.
As árvores darão frutos mensalmenteFonte: Ezequiel 47:12.
Isso não aconteceu nem acontece. Duvida? Experimente plantar um pé de manga e colher os frutos mensalmente…
As tribos de Israel receberão de volta as terras herdadas do Eterno.
Fonte: Ezequiel 47:13-13.
Isso não aconteceu nos tempos de Jesus. Começou a acontecer agora no séc. XX com o retorno dos Judeus para Israel. Mesmo assim, os não-judeus querem tomar a terra de Israel. As outras 10 tribos de Israel ainda continuam desaparecidas e dispersas pelo mundo.
Lembro: o mundo inteiro vocifera contra Israel sem nenhuma razão ética válida, mesmo quando Israel tem razão. Um exemplo é a “flotilha humanitária” noticiada pelo mundo como se Israel tivesse atacado civis inocentes sem mais nem menos. Apesar de tudo ter sido filmado e documentado, o mundo ignorou a verdade e as TV e jornais caluniaram Israel sem o menor escrúpulo.
Outro exemplo é a tentativa da divisão de Israel em Palestina e Israel. É evidente que o mundo de hoje deseja dividir o minúsculo estado de Israel, único estado Judeu no mundo. O objetivo é dar parte do Estado de Israel para ser controlado por organizações árabes terroristas. Ressalte-se, há dezenas de países de cultura árabe seguidores do islão no mundo. Por que, então, essas dezenas de países recusam abrigo a seus compatriotas árabes da palestina? Porque querem destruir Israel, o único estado judeu no mundo. Basta ler qualquer edição do jornal Visão Judaica para constatar a canalhice e a má-fé dos árabes na palestina em relação aos judeus. Só não vê quem não quer.
As nações da terra reconhecerão suas injustiças contra Israel.
Fonte: Isaías 52 e 53
Isso não aconteceu. E até mesmo o holocausto, esse poço inominável de brutalidade que marcou o séc. XX não comoveu todas as nações. O Irã nega o holocausto constantemente e promete “varrer Israel da face da terra”.
As nações caluniam Israel constantemente. Basta se lembrar da “flotilha humanitária” e dos movimentos de “direitos humanos” que não defendem os humanos, mas apenas animais, plantas e terroristas/criminosos.
Judaísmo messiânico é uma farsa.
Por tudo isso, não existe judaísmo messiânico, pois o messias judeu ainda não veio.
Recentemente surgiram algumas denominações cristãs que se autodeclaram judeus e, ao mesmo tempo, seguidores de Jesus. Do ponto de vista judaico, isso é absurdo, pois qualquer judeu alfabetizado pode ler claramente no Tanach que Jesus não cumpriu as profecias messiânicas.
Leia este livreto: Manual Prático de Esclarecimento. Entenda! Judaísmo messiânico não existe. Fuja dessa ideia.
Portanto, se você é judeu e ouviu um “rabino” dizer que Jesus é o Messias, fuja dele porque Judeus não acreditam em Jesus. Não existe judaísmo messiânico. Apesar deles se congregarem em “sinagogas”, usarem “talit”, amarrarem “tefilin” e utilizarem-se de objetos da cultura judaica, eles não são judeus. São cristãos.
Eles se utilizam da cultura judaica para oferecer um cristianismo diferente ao público para os cristãos insatisfeitos com o catolicismo ou os cultos evangélicos. Muitos procuram os judeus messiânicos pensando ir ao encontro do judaísmo. Nada mais falso! É como buscar uma água seca ou o fogo molhado, pois o fundamento do cristianismo, Jesus, baseia-se em negar o Judaísmo.
As diferenças entre cristianismo e judaísmo vão muito além da não aceitação de Jesus como o messias judeu. São várias diferenças estruturais que tornam essas duas fés completamente diferentes, apesar do cristianismo afirmar cinicamente ter adotado os escritos judaicos na sua literatura sagrada. Por ser um tema polêmico e que demanda mais esclarecimentos, em outra oportunidade escreverei um artigo destacando as princiapais diferenças entre ambas.
O verdadeiro messias judeu cumprirá TODAS as profecias. Se ele descumprir apenas uma das várias (e não citamos todas!), ele não pode ser considerado o messias judeu, pois o Eterno não mente!
No caso de Jesus, várias profecias foram descumpridas. Portanto, Jesus só poderia ser considerado o messias por quem não era judeu ou nada conhecia do Tanach.
Foi exatamente isso que a “nova religião” fez, separou-se do judaísmo onde a pretensão de Jesus não tinha fundamento e criou um “Novo Testamento” para desviar-se de prestar contas ao “antigo”.
Cristianismo: Uma fé criada pela política romana.
Império Romano: o império mais poderoso dos tempos antigos. Supremo na arte da guerra, na política, nas ciências, na engenharia, na medicina e etc. Roma era, literalmente, invencível.
Roma, o maior e mais poderoso império do ocidente, estava em terrível declínio. Ameaçado de invasões bárbaras, crise econômica e revoltas iminentes em todo canto. Um cenário que trazia uma sensação de “fim dos tempos” para todo povo romano.
O Império criado pelo deus Marte estava agônico. O Paganismo que era até então a marca de Roma por excelência estava em crise total. Templos de Júpiter (o deus maior de Roma) eram depredados por “cristãos raivosos”; os cultos em honra a Baco eram acusados de orgíacos e demoníacos pelos cristãos. Os templos de Mitras eram alvos de perseguição. Nem mesmo os templos de Vênus e Febo escapavam do vandalismo… O Povo estava nervoso e descarregava a fúria até contra as vestais (virgens dos templos e guardiães do fogo pagão romano).
Evidentemente, as autoridades romanas passaram a perseguir os cristãos para conter a desordem civil. Alerto que há várias versões para a história da perseguição dos cristãos na Roma Antiga. Do ponto de vista romano, o objetivo era manter a ordem pública que se via ameaçada pelos saques e atos de vandalismo contra o patrimônio público romano. Do ponto de vista cristão, o motivo da perseguição era a maldade dos romanos que não aceitavam a fé boa e caridosa dos cristãos.
Em todo caso, é consenso que se trata de um período histórico obscuro, de dramas, crises, conspiração, decadência e uma sensação total de descontrole e desconfiança em relação ao futuro. A velha Roma estava mesmo morrendo, a ponto do cristianismo e o mitraísmo ter começado a ganhar força entre os legionários e pretorianos. A elite de Roma!
Júpiter, Netuno e Plutão, a trindade Pagã, estavam perdendo espaço para religiões estrangeiras… O Caos parecia iminente. Seria o fim total de Roma? Seria… se um político romano, Constantino, não houvesse tido a esperteza de transformar o veneno em remédio. Diga o que quiser dos romanos, mas eles sabem tirar proveito das crises! Como diz o velho ditado, se não pode vencê-los, junte-se a eles.
Imperador Constantino I: O Criador da Igreja Católica Apostólica de Roma
Foi o que Constantino fez. Ele converteu-se ao cristianismo e criou uma instituição religiosa para atender seus desejos políticos. A famosa Igreja Católica Apostólica Romana, que levava o estandarte SPQR (Senatus Populusque Romanus). A partir de então, Roma era oficialmente Cristã. Os perseguidos por motivos religiosos tornaram-se perseguidores das outras religiões! O povo estava feliz porque o cristianismo havia “vencido” o Paganismo.
Recomendo ler a respeito nos livros de História. Mas o que os livros de história não contam é que o “paganismo” não morreu. Ele continua tão vivo quanto antes, só que com uma roupa nova. Mais sutil e refinada. A roupa do “Jesus Cristo”. Peter Joseph fez um documentário mostrando as semelhanças do paganismo com o culto cristão que estão no filme Zeitgeist, the Movie (2007):
Parte 1 de 3 (Dublado em Português do Brasil):
Parte 2 de 3 (Dublado em Português do Brasil):
Parte 3 de 3 (Dublado em Português do Brasil):
Peter Joseph concluiu erroneamente que todas as religiões eram falsas por causa das semelhanças entre elas. Ele não era iniciado em Cabalá (tradição mística judaica). Por isso, ele chegou a tal conclusão precipitada.
Islamismo: Outra fé criada pela política.
Assim como o cristianismo, o surgimento do Islamismo ocorreu por força de um movimento político liderado por Maomé no século VII. Maomé não foi nem mesmo um “milagreiro” como Jesus, mas um homem de armas, um soldado muito astuto e um político mais esperto ainda.
O Islamismo é uma mistura de ideias ainda mais sem fundamento que o cristianismo do ponto de vista do Tanach judaico. O islão afirma que Jesus era um “profeta” anunciador da vinda de Maomé que seria o verdadeiro messias esperado pelos judeus!
Trata-se de um erro duplo:
1)Jesus não era profeta e nunca será considerado profeta do ponto de vista Judeu. Na época que supõe-se que Jesus teria vivido (Séc. I), a profecia já tinha encerrado-se em Israel há quase 4 séculos.
2) As profecias messiâncias não foram cumpridas. Logo, Maomé jamais poderia ter sido o messias judeu.
O Islão também reconhece os profetas judeus como “profetas do islamismo”, mas de uma maneira totalmente distorcida da descrita no Tanach. Aliás, como já era de se esperar, a pretensão de Maomé não tinha fundamentos no Tanach judeu. Então, espertamente, foi criado o famoso livro do Al Corão para contar uma nova história que não tinha nada a ver com o Tanach e justificar as descabidas pretensões messiânicas de Maomé.
Conclusão
Jesus, Maomé, Napoleão, Inri Cristo, Lubavitcher Rebe e qualquer outro que seja considerado “o messias” não é o messias previsto pelos escritos judaicos porque ainda não houve quem cumprisse os requisitos previstos pelo Tanach.
Ademais, não adianta o suposto messias ser um exemplo de santidade, um líder nato, um fazedor de milagres ou possuir qualquer outro atributo considerado magnífico e grandioso pelos seus seguidores. Nada disso importa.
Para os judeus, só uma pergunta interessa: os requisitos previstos no Tanach para a vinda do messias foram todos cumpridos?
Se não, o messias não veio. Se sim, Ótimo!
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