Por votos na Previdência, Planalto estuda devolver cargos a infiéis
Por votos na Previdência, Planalto estuda devolver cargos a infiéis
Governo Temer
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Pedro Ladeira/FolhapressAnteriorPróxima
BRUNO BOGHOSSIAN
DE BRASÍLIA07/12/2017 16h34
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Em troca de apoio para tentar aprovar a reforma da Previdência nas próximas semanas, o Palácio do Planalto estuda devolver cargos aos deputados que foram punidos por votar contra o governo nos últimos meses.
Auxiliares de Michel Temer e líderes da base aliada vão mapear nos próximos dias os parlamentares que tiveram aliados demitidos da máquina federal depois que votaram contra a reforma trabalhista ou pelo prosseguimento das denúncias apresentadas contra o presidente pela Procuradoria-Geral da República.
O governo quer renegociar os postos e oferecer esses espaços de volta aos deputados que se comprometerem a votar a favor da reforma da Previdência.
O Planalto decidiu estudar essa estratégia depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a Temer que as punições haviam deixado insatisfeitos os parlamentares que poderiam apoiar as novas regras de aposentadoria propostas pelo governo.
Em jantar no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (6), Maia sugeriu que o governo reavaliasse as demissões feitas nos últimos meses para captar os votos necessários para aprovar o texto.
Na avaliação do governo e de líderes da base aliada, a conquista de votos a partir de agora deve se concentrar principalmente na liberação de verbas e da distribuição de cargos em troca de apoio para a proposta.
O Planalto está disposto a reforçar essas negociações e acredita que, assim, pode convencer cerca de 30 deputados que atualmente se dizem indecisos ou contrários à reforma da Previdência.
DIFICULDADES
Sem apoio suficiente, o governo reconhece que a votação do texto na Câmara não deverá ocorrer na próxima semana, como o Planalto planejava inicialmente.
Nos bastidores, a equipe de Temer admite que a proposta pode ser votada apenas na última semana de trabalho do Congresso, dias antes do início do recesso parlamentar.
Com o provável adiamento da votação, porém, aumentam as chances de a votação ficar para 2018, uma vez que muitos deputados devem antecipar o retorno aos seus redutos eleitorais nas próximas semanas.
As chamadas férias parlamentares terão início no dia 23, em um sábado, mas a partir da quinta-feira anterior o Congresso já costuma ficar esvaziado.
Nesta quinta-feira (7), o presidente da Câmara disse que se deve trabalhar com "todas as datas possíveis". "Nós vamos trabalhar para votar neste ano. Nós temos que construir deputado a deputado, deputada a deputada, as condições para se votar a reforma da Previdência", disse Maia.
COFRES
Temer vai intensificar também a abertura dos cofres do governo, liberando emendas parlamentares e aumentando a destinação de recursos para os Estados.
Na quarta-feira (6), o Planalto garantiu que vai agilizar o repasse de R$ 1,9 bilhões aos governo locais, por meio do FEX, um fundo de auxílio às exportações.
Em reunião com os governadores de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que o governo já tem o dinheiro em caixa e só precisa da autorização do Senado para repassá-lo.
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