ORIGEM ETNICA DO BRASIL-ANALISANDO “O ESCRAVO NEGRO NA VIDA SEXUAL E DE FAMÍLIA DO BRASILEIRO” POR GILBERTO FREYRE


ANALISANDO “O ESCRAVO NEGRO NA VIDA SEXUAL E DE FAMÍLIA DO BRASILEIRO” POR GILBERTO FREYRE


Por Yohana Ellen Pereira de Oliveira

No contexto de uma sociedade aristocrática, agrícola e patriarcal, o sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) na obra Casa Grande e Senzala elenca a importância do negro na formação social, econômica e política do país. Suas marcas de valores na cultura popular, nas características físicas e comportamentais do povo brasileiro superando a herança indígena e até mesmo portuguesa na maioria dos casos e rompe com o paradigma da estrutura piramidal entre distintas etnias na formação do Brasil.



À medida que ressalta as características, sobretudo, biológicas do povo negro como a pigmentação enquanto adaptação ao meio, entre outras, ele quebra com a rotulação de inferiorizarão da raça negra, e com seus esboços contribui de maneira significativa contra a problemática da discriminação étnico-racial. Ressaltando também a miscigenação enquanto ponto positivo na formação cultural do povo brasileiro.

Uma das grandes críticas a obra de Gilberto Freyre, além do exclusivismo para com o norte do Brasil, foi também a sua impar preocupação para com o elemento sexual, tema abordado nos capítulos quatro e cinco do livro: O escravo Negro na Vida Sexual e de Família do brasileiro, neles, o autor esclarece que os meninos começavam sua vida sexual muito precocemente, já que não eram vistos pela sociedade da época como crianças ou pré-adolescentes, muitas vezes contraindo doenças venéreas e praticando ações de homens adultos. No caso das meninas escravas, assim que tomavam forma de mulheres adultas eram perseguidas por seus senhores, abusadas sexualmente e acabavam, muitas vezes, por engravidar, isso justifica o grande número de filhos bastardos naquele período.

Vale destacar que a mulher escrava tinha um papel muito importante para com as mulheres brancas, essas escravas eram muitas vezes usadas como amas de leite, utilizadas como objeto sexual, servindo para suprir as necessidades dos desvios de comportamentos íntimos dos seus senhores.

Para Freyre, haveria uma possibilidade de uma maior influência negra que indígena na formação cultural e social do Brasil devido a uma significativa herança deixada pelos mesmos desde o período colonial, sua influência na cultura, na culinária e nas artes se sobrepuseram as características indígenas, uma vez tendo “acesso direto” a casa do colonizador português o escravo torna-se responsável pelo abrandamento cultural do português, proporcionando significativa influência africana na constituição do brasileiro, e essas contribuições da cultura africana na formação do país significou uma aproximação entre os extremos da colônia, isto é, uma herança que não se restringe a determinados estados ou regiões do país.

No tocante a miscigenação racial, para Freyre não houve uma interação amistosa entre esses distintos povos, essa idéia de harmonia surge do sincretismo entre crenças e a troca de valores da tradição desses povos. Os capítulos também enfatizam a questão da “catequização” do escravo como forma de submetê-los a fé cristã e marginalizando suas práticas de origem africana como se percebe até hoje. A catequização para com o índio era realizada de maneira mais eficaz, tendo em mente a liberdade no seu todo, enquanto elemento tão presente na vida desse povo, para com os negros a catequização foi relativamente mais branda, porém marcada pela repressão e intolerância da mesma maneira.

Como o Brasil tinha o açúcar como principal produto de exportação a base do seu sistema econômico era o escravocrata, esse, favorecia lucrativamente o país. Sem o sistema escravocrata os seus lucros não seriam os mesmos. Também é digno de ênfase, destacar o preconceito (precedente da visão que se tinha daqueles homens) enquanto herança cultural que esse sistema piramidal nos deixou: como por exemplo, a imagem do homem e da mulher negra, viril, com órgãos sexuais de tamanho exagerado e de um apetite sexual infinito, essa visão é percebida, sobretudo nas obras de Jorge Amado, em se tratar de autores contemporâneos. Essa rotulação medíocre para com as características da vida sexual configura uma maneira frustrada de elencar o lado bom de ser negro. Ao que se percebe, um preconceito rotulado.

Nem maior, nem menor, nem mais intenso nem mais flexível a maneira exata de se romper com o paradigma da discriminação étnico-racial no Brasil, não é, em nenhuma das hipóteses, posicionarem o negro de maneira superior ou inferior ao branco ao índio, etc. Mas num patamar igual, que propicie uma similaridade entre os povos independentemente de fatores culturais, estéticos ou biológicos.



REFERÊNCIAS BLIBIOGRÁFICAS:

FREYRE, Gilberto. IV O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro, V O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro (continuação). In: Gilberto FREYRE. Casa Grande e Senzala. Edição integral. São Paulo. Editora: Circulo do Livro, 1933, p. 307-425 e 429-538.

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