MARCELO MIRANDA CONSEGUIU EMPRÉSTIMO EM ANO ELEITORAL,ALCKMIN IMITA MIRANDA,TODOS QUEREM GRANA PÚBLICA PRA SE REELEGER
Alckmin tenta empréstimo bilionário em ano eleitoral
Zanone Fraissat - 19.set.2019/Folhapress | ||
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), cuja imagem de gestor experiente será explorada na campanha |
Há uma semana, o tucano encaminhou, em regime de urgência, projeto de lei à Assembleia que o autoriza a contrair empréstimos para obras do metrô e da rodovia dos Tamoios.
Os deputados estaduais têm, pela regra, 45 dias para votar o texto. Segundo a Folha apurou, há pressa e a base de Alckmin pretende aprová-lo ainda neste ano.
Pré-candidato a presidente da República, Alckmin montou um cronograma que prevê entregas praticamente semanais de projetos em áreas essenciais como infraestrutura e saúde.
Com isso, dá sustentação a uma das principais estratégias de sua campanha, que será mostrar que "São Paulo não parou", apesar da crise, e convencer o eleitor de sua experiência como gestor.
O governador tem cerca de 30 obras para entregar até abril de 2018, quando possivelmente deixará o Palácio dos Bandeirantes para se lançar ao Palácio do Planalto.
Alckmin, no entanto, notabilizou-se pelo atraso em obras como a linha 5-lilás do metrô, que entregou três anos depois do previsto. Às vésperas da eleição, ele tem inaugurado até canteiro de obra.
PEDRA FUNDAMENTAL
A área de transporte público tem merecido atenção especial do governo.
O pedido de empréstimo de Alckmin prevê até R$ 325 milhões para a linha 15-prata do metrô e R$ 1 bilhão para a linha 17-ouro. No primeiro caso, o objetivo é entregar o trecho entre as estações São Lucas e São Mateus em março. Não há financiador indicado.
No segundo, em que o Banco de Desenvolvimento da América Latina-CAF já manifestou intenção em financiar, a conclusão está prevista para julho de 2019.
Até abril de 2018, o governador pretende entregar 17 estações do metrô. Também prevê concluir dois projetos no Sistema Cantareira, sete unidades de saúde, além de algumas obras rodoviárias.
Uma delas, a concessão da Tamoios, por meio de PPP, responde por R$ 900 milhões do montante solicitado, e o governo disse estar prospectando o crédito. O objetivo é ampliar e melhorar a via. A construção deve ser concluída no segundo semestre de 2018, quando Alckmin possivelmente estará em campanha.
Em sua atual jornada de inaugurações, até mesmo canteiros de obra são lançados, como ocorreu na última quarta (29), quando o tucano deu início a obras da segunda etapa de prolongamento do Anel Viário de Campinas.
Na quinta anterior (23), Alckmin havia dado a bênção para o começo da construção de uma ponte no rio Tietê na cidade de Anhembi.
Em setembro, o governador disse a jornalistas que teria uma obra para exibir por semana. "Nunca na história deste Estado se entregou tanto", brincou, em referência ao bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu potencial adversário em 2018. Quando sua candidatura à Presidência ganhou impulso, a meta se provou tímida.
Só no dia 16 de novembro, Alckmin entregou um trecho de faixa adicional da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente, inaugurou terminal no aeroporto de São José do Rio Preto e assinou contrato de reconstrução de uma estação do metrô.
Conselheiros do governador disseram que o maior ativo eleitoral de Alckmin é a realização à frente do governo e, portanto, essas entregas serão exploradas na campanha.
Há, porém, cautela para não reforçar a imagem distante da população que o tucano tem, segundo sondagens feitas por sua equipe. Daí o cuidado em evidenciar o aspecto humano das obras: a geração de empregos e benefícios para os usuários.
O projeto de Alckmin inclui, por fim, R$ 284 milhões para o Profisco, programa para melhorar a gestão fiscal do Estado e "enfrentar os desafios da crise econômica", em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
'INTERESSE PÚBLICO'
A assessoria do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nega relação entre o pedido de financiamento para obras e o calendário eleitoral. O tucano deve ser candidato a presidente em 2018.
"Os empréstimos são para obras que já estão em andamento e estavam previstas. A entrega tem a ver com a prioridade e o compromisso com o interesse público e o benefício à população", afirmou nota enviada à Folha.
Ainda de acordo com a assessoria, houve redução nos valores estimados de financiamentos.
"Obras tiveram frustração de financiamentos que viriam do governo federal ou de recursos externos. Os acessos aos empréstimos foram frustrados porque o Estado aguarda revisão do seu rating pelo Tesouro Nacional."
O governo diz ainda que "em um cenário de crise econômica, São Paulo se destaca por sua estabilidade institucional e financeira". "Apenas em 2016 os investimentos do governo contabilizaram R$ 15,3 bilhões."
De acordo com a Secretaria da Fazenda, o governo do Estado pediu autorização para obter esse financiamento à Secretaria do Tesouro Nacional em 2016.
A secretaria autorizou, mas o rating do Estado não permitia à época a tomada do empréstimos.
Em novembro, o rating do Estado foi revisado e com isso houve o pedido à Assembleia Legislativa.
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