DEPUTADOS DO TOCANTINS RECEBERAM PROPINA DE CONSTRUTORA ENVOLVIDA COM CRIMES-GAGUIM E DULCE MIRANDA ESTÃO NA MIRA DA PF



Delator apontou propina de construtora a políticos do Tocantins
Rossine Ayres Guimarães teve acordo de delação homologado no Supremo; revelações abriram caminho para nova etapa da Operação Ápia
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Fabio Serapião, Fausto Macedo e Julia Affonso

13 Dezembro 2017 | 09h06


Polícia Federal deixa o gabinete do deputado Carlos Gaguim. Foto: André Dusek/Estadão

A 6ª fase da Operação Ápia, deflagrada mesta quarta-feira, 13, foi aberta após revelações de um delator. O empreiteiro Rossine Ayres Guimarães, dono da Construtora Rio Tocantins, revelou pagamento de propina a políticos do Estado.
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Esta etapa da investigação mira os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Dois alvos são os deputados federais Carlos Gaguim (Podemos) e Dulce Miranda (PMDB) – mulher do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).


A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República cumprem 16 mandados de busca e apreensão e 8 de intimação contra investigados citados no acordo de delação homologado no Supremo Tribunal Federal. Estão sendo cumpridas ordens judiciais nas cidades de Palmas e Araguaína, Tocantins, e em Brasília.





A Operação Ápia foi deflagrada em outubro de 2016 pela Superintendência Regional da Polícia Federal em Tocantins contra um esquema que atuou no Estado de Tocantins corrompendo servidores públicos, agentes políticos, fraudando licitações públicas e execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em várias rodovias estaduais em valores que superaram a cifra de R$ 850 milhões.

As obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado de Tocantins, por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de R$ 1.203.367.668,70.

Os recursos adquiridos tiveram a União Federal como garantidora (fiadora) da dívida contraída com Banco do Brasil e foram batizados pelo Governo Estadual como Programa Proinveste e Proestado.

A investigação apontou para um esquema de direcionamento das contratações públicas mediante pagamento de propina de empresários que se beneficiavam com recebimentos por serviços não executados. O núcleo político do esquema era responsável por garantir as contratações e o recebimento de verbas públicas indevidas por parte dos empresários corruptores.

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