Tropas do Iraque retomam última cidade do Estado Islâmico Grupo terrorista foi expulso de quase todos os centros urbanos do país e controla menos que 4% do território
Tropas do Iraque retomam última cidade do Estado Islâmico
Grupo terrorista foi expulso de quase todos os centros urbanos do país e controla menos que 4% do território
Por AFP
access_time17 nov 2017, 12h02
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Força Popular Xiita (PMF) avança para a cidade de Al-Qaim em uma caminhonete, no Iraque - 03/11/2017 (Stringer/Reuters)
As tropas iraquianas reconquistaram em poucas horas nesta sexta-feira Rawa, a última cidade sob controle do grupo Estado Islâmico (EI), uma derrota para os extremistas, que controlam agora apenas um pequeno território do Iraque na fronteira com a Síria.
O EI também está em uma posição crítica no país vizinho, entrincheirado pelas forças do governo de Bashar al-Assad em Abu Kamal, seu último reduto urbano.
Em pouco mais de três anos, o “califado” proclamado pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque perdeu praticamente todas as suas posições. Em 2014, o grupo controlava um território com sete milhões de habitantes e várias cidade, em uma superfície equivalente a da Itália entre os dois países. Agora foi expulso de quase todos os centros urbanos do Iraque, onde não controla mais que 4% do território, de acordo com Hicham al-Hachemi, especialista iraquiano.
“Foram liberadas as zonas habitadas e delimitadas administrativamente. Mas os uádis (leitos secos de rios) e os oásis, as grandes zonas desérticas, que representam 4% do território iraquiano, seguem sob poder do EI”, disse Hachemi.
Após a conquista de Rawa, as forças iraquianas devem prosseguir pelo deserto ao longo da fronteira com a Síria para expulsar os últimos jihadistas. “Militarmente, o EI está derrotado, mas agora vamos perseguir os resíduos para erradicar sua presença“, disse o general iraquiano Yahya Rassul, porta-voz do Comando Conjunto de Operações (JOC), após a libertação de Rawa.
Operação relâmpago
Assim como há duas semanas em Al-Qaim, porta de entrada para o bastião do EI no deserto, as tropas governamentais e paramilitares avançaram rapidamente, sem encontrar grande resistência.
Os extremistas, afirmam fontes militares e autoridades locais, fogem para a Síria pouco antes da chegada das tropas iraquianas, que preparam o ataque com apelos para que os moradores utilizem bandeiras brancas e por uma rendição dos jihadistas.
A conquista de Rawa, 350 km ao oeste de Bagdá, foi uma ofensiva relâmpago que alcançou o objetivo apenas três horas após o anúncio do ataque pelo JOC. As forças governamentais e unidades paramilitares tribais “libertaram o conjunto de Rawa e hastearam a bandeira iraquiana em todos os edifícios público”, afirmou o general Noman al-Zobai, comandante da sétima divisão do exército iraquiano.
As tropas trabalham agora para “limpar a região das minas e bombas”, completou.
Do outro lado da fronteira, o EI enfrenta uma nova ofensiva das tropas governamentais em Abu Kamal, localizado na rica província petroleira de Deir Ezzor. O exército sírio anunciou há uma semana a conquista da cidade, mas os extremistas iniciaram uma contraofensiva e retomaram o controle. Após um novo ataque na quinta-feira, o governo voltou a ocupar os subúrbios oeste, sul e leste da cidade.
Os jihadistas ainda controlam 25% da província de Deir Ezzor e alguns bolsões de resistência nas províncias de Hamas (centro), Damasco e no sul da Síria. Em Deir Ezzor, o Estado Islâmico enfrenta uma dupla ofensiva final por parte das tropas sírias, na margem oeste do rio Eufrates, e das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança curdo-árabe apoiada pelos Estados Unidos, na margem leste.
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