PAIS DE ALUNOS DENUNCIAM PALESTRAS DE IDEOLOGIA DE GÊNERO E PEDOFILIA NAS ESCOLAS DE PALMAS


PAIS DENUNCIAM ESTRUTURA PRECÁRIA NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL DO BERTAVILE

Fabíola Selis / 17 de novembro de 2017 /



Depois da polêmica da palestra realizada nessa semana, na Escola de Tempo Integral Anísio Spíndola Teixeira, os pais denunciaram outros problemas na unidade.

Cesar Cruz, presidente da Associação de moradores do Bertaville e também é pai de aluno da escola, conta que lá não tem Conselho, não tem reunião com os pais e toda vez que procurou prestação de contas da unidade, nenhuma vez teve resposta. Depois da situação da polêmica palestra, Cruz conta que ficou sabendo de vários casos de abuso e estupro dentro da escola. ” Uma coisa leva a outra. Fatos que aconteceram no ano passado e que ninguém ficou sabendo e também não foi encaminhado para a polícia. Quando questionei, lá na escola me disseram que tudo tinha sido encaminhado para Secretaria Municipal de Educação. Mas quando há crime tem que ser informado a polícia”, reclama.
Um documento que o pai teve acesso também chamou atenção. Uma Ata foi registrada em junho do ano passado sobre um caso que aconteceu envolvendo alunas e um professor. “Eu tive acesso a esse documento. Procurei as autoridades. A Delegada disse que já está investigando esse assunto. Tenho fé que seja desenrolado esse assunto”, conta o pai.cópia da Ata registrada na Escola de Tempo Integral Anísio Teixeira em junho de 2016 – Foto: Fabíola Sélis / Orla Notícias

O registro é de denúncias de alunas da escola contra um professor. Alunas relataram um episódio que assistiram em sala de aula. O documento só mostra a versão do professor. Que justificou que tudo não teria passado de uma brincadeira. Alunas tinham escovado os dentes e começaram a beijar (na boca) outras coleguinhas, duas ou três delas fizeram a mesma coisa com o professor, que relatou que se envolveu na “brincadeira” e que teria advertido as alunas. ( confira o texto da Ata na íntegra). O documento encerra relatando que a diretora da unidade apenas orientou professor sobre a conduta em sala da aula.

Além disso, o presidente da Associação conta que a comunidade escolar sempre reclama da ausência da diretora na escola. “A Eunice sempre está de licença médica. Quando aconteceu essa palestra eu fui cobrar na escola, procurei a cabeça (diretora), e mais uma vez ela não estava lá. Quando fui buscar minha filha na terça-feira, descobri que ela não teria aula a tarde e isso também não foi informado. Sempre acontece e os pais não são informados. Todo mundo do reclama que falta professor o tempo todo. Lá tem perseguições com os professores”, relata.Lucineide Pereira, mãe de aluno da Escola de Tempo Integral Anísio Teixeira. Com registro do boletim de ocorrência. Foto: Fabíola Sélis / Orla Noticias

Lucineide Pereira, que também é mãe de aluno, confirmou os vários problemas enfrentados na unidade. Ela já havia pensado em tirar os filhos da escola. Com a polêmica da palestra o sentimento cresceu. “Lá não tem aproveitamento. As crianças ficam na sala de aula em um período. No outro fica zanzando. A criança se sente a vontade demais e faz o que quer. Porque não tem ninguém para observar”, conta. Agora Lucineide, que também foi a Delegacia registrar o boletim de ocorrência no caso da palestra ministrada no último dia 14, quer que os envolvidos nessa história sejam punidos. “O que aconteceu foi um abuso total. Foram passar algo que a criança não estava preparada para receber. Eu como cristã não aceito isso. Não foi assim que eu planejei falar desse assunto com minha filha. É revoltante. Nem o Conselho Tutelar sabia disso. E se a direção da escola não acompanhou e não sabia do conteúdo, então não tem competência para estar lá”, comenta a mãe.

Mariana Rodrigues também ficou chocada com a realização da palestra. Conta que a filha de 11 anos chegou em casa assustada falando que teve na Escola uma palestra sobre sexo pesada. “Ela começou a comentar o que tinha acontecido lá. Então resolvi voltar a escola pra saber e já não tinha ninguém lá. Foi um absurdo. Nessa quinta-feira eu voltei a escola e lá conversei com a diretora da escola e uma diretora da secretaria municipal da juventude, que justificaram dizendo que o conteúdo da palestra não era o que estavam dizendo. Mas eu acredito na minha filha. Não estava no momento de falar sobre sexo com a minha família. Não fui comunicada sobre isso. E o pior é que a escola parece largada. Até quando alunos vão fazer uma reclamação na diretoria, não pode porque a diretora nunca está lá”, comenta.

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