Lava Jato: Filho de Jorge Picciani é preso pela Polícia Federal Operação tem por objetivo desmontar esquema de pagamento de propina para comprar decisões na Assembleia


Lava Jato: Filho de Jorge Picciani é preso pela Polícia Federal
Operação tem por objetivo desmontar esquema de pagamento de propina para comprar decisões na Assembleia
Por Estadão Conteúdo
access_time14 nov 2017, 09h39 - Publicado em 14 nov 2017, 07h41



O presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), é levado para depor na sede da PF, no centro do Rio durante a Operação Cadeia Velha - 14/11/2017 (Reginaldo Pimenta/Raw Image/Folhapress)

O empresário Felipe Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal. O pai foi levado para depor. Ambos são alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Operação Lava Jato.
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A ação mira ainda os deputados estaduais Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) e outras dez pessoas por corrupção e outros crimes envolvendo a Alerj.

Os pedidos são da segunda instância da Procuradoria da República. Há ordem para buscas no gabinete de Jorge Picciani. Também estão na mira da operação o empresário Jacob Barata Filho, o “Rei do Ônibus”, e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) Lélis Teixeira.

O “Rei do Ônibus” e Lélis Teixeira foram presos pela Operação Ponto Final em julho passado. Por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto, os dois foram colocados em liberdade.

A família Picciani foi um dos alvos do acordo de leniência da Carioca Engenharia em abril do ano passado. A matemática Tania Maria Silva Fontenelle, ligada à empreiteira, afirmou que comprou vacas superfaturadas da empresa de Picciani – a Agrobilara Comércio e Participações Ltda – para “gerar dinheiro em espécie” para a Carioca Engenharia. A PF suspeita que a Agrobilara é usada para lavar o dinheiro da propina.

A executiva ligada à Carioca afirmou que “simplesmente atendia as solicitações de obter dinheiro em espécie e entregava a quem fazia a solicitação ou a pessoas da empresa por eles indicadas”.

“Obviamente sabia que a destinação dessas quantias era ilícita, para corrupção ou para doação eleitoral não-declarada; que, entretanto, não manteve contabilidade ou controle disso, pois estava há muitos anos na empresa, tinha a confiança dos acionistas e eram recursos não oficiais que normalmente entregava aos solicitantes”, declarou Tania Maria.

Defesas

A defesa de Jacob Barata Filho não teve acesso ao teor da decisão que originou a operação de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito. A defesa pedirá o restabelecimento das medidas que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas desde então.

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