Gravações mostram médicos negociando cirurgias em esquema de corrupção Polícia acredita que médicos faziam procedimentos desnecessários para terem lucro. Operação Marcapasso investiga esquema de corrupção em licitações do SUS e em pagamentos do PlanSaúde.


Gravações mostram médicos negociando cirurgias em esquema de corrupção

Polícia acredita que médicos faziam procedimentos desnecessários para terem lucro. Operação Marcapasso investiga esquema de corrupção em licitações do SUS e em pagamentos do PlanSaúde.




Por G1 Tocantins

08/11/2017 22h32 Atualizado há 13 horas





























Oito envolvidos na operação Marcapasso são liberados pela Justiça Federal



Gravações telefônicas feitas com autorização da Justiça mostram médicos presos pela operação Marcapasso, da Polícia Federal, decidindo fazer um procedimento supostamente sem necessidade. Em uma das conversas a que a TV Anhanguera tece acesso, Ibsen Trindade e Andrés Sanches decidem fazer um cateterismo apenas porque o paciente 'tem muito dinheiro'. (Veja vídeo)


Ibsen Trindade: Nós estamos há nove anos trabalhando de graça aqui nós dois ó. Mas chega, nós atendemos milionários pelo SUS [...] dá uma cozinhada ele aí... Vamos fazer a galinha dar os ovinhos que tem que dar


Andrés Sanches: Tá bom


Para o juiz federal que autorizou as prisões da operação, o diálogo é chocante porque revela que os dois médicos tratam a vida humana como irrelevante e priorizam os negócios. Os dois são sócios da empresa Intervecenter e seriam os principais responsáveis por um esquema de corrupção envolvendo procedimentos pagos pelo SUS e por planos de saúde.


Durante as investigações, os donos da empresa Cardiomed, fornecedora do governo, contaram em uma delação que pagaram mensalmente a vários médicos propinas de até R$ 100 mil. Apenas Ibsen Trindade, que foi chefe de cardiologia do Hospital Geral de Palmas, teria recebido R$ 2.259.864,04.


Conforme o inquérito, ele e os sócios usavam a empresa para receber os pagamentos ilegais. Por outro lado, o advogado deles disse que a prisão é desnecessária. "Os únicos dois cardiologistas que fazem o cateterismo e a hemodinâmica estão recolhidos em uma prisão temporária que tem uma fundamentação à margem da lei", argumentou o advogado Hélio Miranda.


A Secretaria de Saúde do Estado afirmou vai aguardar o fim das investigações para tomar as providências em relação àqueles que tenham participação comprovada.


O Cardiocenter informou que não está envolvido nas supostas fraudes que estão sendo apuradas.




Entenda




A operação Marcapasso foi deflagrada nesta terça-feira (6) para investigar um esquema de corrupção que fraudava licitações no Tocantins. Segundo a polícia, o objetivo era a aquisição de órtese, prótese e materiais especiais de alto custo para o sistema de saúde. A operação foi realizada em nove estados e no Distrito Federal.



A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 7,2 milhões em bens dos suspeitos. Esta é a soma do dinheiro que eles teriam recebido indevidamente, sendo que R$ 4,5 milhões se referem às propinas supostamente recebidas por médicos.


Ao todo, 11 médicos cardiologistas e um representante comercial tiveram mandados de prisão expedidos, sendo que 10 foram cumpridos. Eles foram levados para a Casa de Prisão Provisória de Palmas nesta terça-feira (7). Oito tiveram as prisões revogadas após audiência de custódia, sendo que apenas Ibsen Trindade e Andres Sanches continuam preso.


As investigações da operação Marcapasso começaram depois que os sócios da empresa Cardiomed foram presos em flagrante por terem fornecido à Secretaria Estadual de Saúde produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais que estavam com prazos de validade de esterilização vencidos.


O esquema de corrupção foi verificado tanto em licitações do Sistema Único de Saúde (SUS), feitas pela Secretaria Estadual da Saúde, quanto nos pagamentos realizados pelo PlanSaúde, que é o plano de saúde do servidor público estadual.


No caso do SUS, a PF diz que o estado usava o dinheiro público para comprar os produtos a um preço elevado. Neste caso, foi verificado um superfaturamento de cerca de 30%.


"No caso da licitação, havia um acordo com as empresas. Determinadas empresas forneceriam determinados produtos e elas apresentavam a especificação detalhada do produto, de modo que na licitação somente elas poderiam ganhar aquele item. Se houvesse alguma empresa que apresentasse um preço menor, ela seria desclassificada pelo parecer do médico porque ela não preencheria os detalhes dos requisitos estabelecidos na descrição do objeto no edital", explicou o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Julio Mitsuo Fujiki.

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