E O BRITO MIRANDA? Governo diz que vai trocar administrador do Plansaúde após escândalo de corrupção Polícia Federal investiga superfaturamento, fraude em licitações, cirurgias feitas sem necessidade e até equipamentos públicos emprestados. Dois médicos continuam presos após operação.


Governo diz que vai trocar administrador do Plansaúde após escândalo de corrupção

Polícia Federal investiga superfaturamento, fraude em licitações, cirurgias feitas sem necessidade e até equipamentos públicos emprestados. Dois médicos continuam presos após operação.




Por TV Anhanguera

10/11/2017 23h17 Atualizado 10/11/2017 23h17






Novos áudios mostram como era o esquema de superfaturamento dos médicos no estado



Uma investigação interna foi aberta pela Secretaria de Saúde do Estado para apurar a conduta dos médicos envolvidos na operação Marcapasso, da Polícia Federal. O governo também anunciou que não vai renovar o contrato com a Unimed Centro-Oeste, que administra o Plansaúde, plano dos servidores públicos do Tocantins. A empresa é suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção para fraudar licitações.


As investigações revelaram que os diretores da Unimed Centro-Oeste faziam cotações falsas, para que determinadas empresas saíssem vencedoras das licitações com preços superfaturados. (Veja vídeo)


Uma gravação telefônica feita com autorização da Justiça mostra dois representantes de empresas falando das fraudes no Plansaúde. Segundo eles, tem hospital que cobra um valor 12 vezes maior que o preço de mercado, por cirurgias urológicas.


Áudio: Não adianta, o hospital ganhar R$ 25 mil por um ureter que custa R$ 2 mil. Como? Quem fornece o material, o material fornecido não custa isso. Agora, o hospital superfatura. Então quer dizer, chega num ponto que ele vai quebrar a Unimed, vai quebrar fornecedor.


Um dos homens comenta que os valores pagos chegam a ser 100% maiores que os fixados pela tabela de referência de preços e serviços da saúde. "Eles têm a tabela SIMPRO e ganham mais 20%. HNI fala que eles aplicam o valor da SIMPRO mais 72%, mais 20%, eles estão ganhando quase 100%." O outro representante corrige e diz que era "100% mais 20%".


Em outra conversa, o médico Henrique Furtado e o dono do Hospital Dom Orione em Araguaína, Osvair Cunha, falam sobre as dificuldades do Plansaúde. Furtado comenta sobre o superfaturamento de preço do cateterismo, feito pelo grupo do médico Ibsen Trindade, segundo a Polícia Federal.


Áudio: Pagar R$ 12 mil para um cateterismo para os bandidos aqui eles pagam. R$ 12 mil um cateterismo simples! Um cateterismo particular custa R$ 3 mil e eles cobram do Plansaúde R$ 12 mil.





Médicos presos





Andrés Sanches e Ibsen Trindade estão presos na Casa de Prisão Provisória de Palmas (Foto: Arte G1)


Dos envolvidos no esquema de superfaturamento e fraude em licitações, dois médicos continuam presos: Ibsen Trindade e Andrés Sanches. Para a Justiça, se eles forem soltos poderão destruir provas.


No pedido de prisão preventiva, a Polícia Federal informou para o juiz que no dia da operação Marcapasso apreendeu novas provas em relação aos médicos, que podem indicar enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.


A PF descobriu, inclusive, que Ibsen Trindade utilizava a conta bancária da mãe de 90 anos de idade, para receber propinas de empresas. André Sanches teria recebido R$ 126 mil de propina, dentro de uma mochila, em frente à casa dele em Palmas.


Na decisão que manteve os dois presos, a Justiça juntou uma ação da Defensoria Pública contra o Estado por causa da morte do paciente Lázaro Francisco Alves no Hospital Geral de Palmas.


O paciente morreu enquanto esperava um gerador de marca-passo que estava em falta no HGP. O juiz disse que não pretende atribuir a morte aos investigados, mas destaca o desvio frequente de materiais do HGP para hospitais particulares.


Uma gravação do dia 19 de setembro deste ano mostra o médico Marco Aurélio Vilela ligando para um funcionário do HGP e pedindo um gerador de marca-passo para uma clinica particular.



Marco Aurélio: Sebastian, eu preciso daquele gerador de marca-passo, esse gerador de marca-passo aqui não tá bom não, tem hora que bloqueia, preciso desse gerador, você não tem contato, não consegue emprestado de algum lugar não? Você tem seus contatos aí...


Sebastião: Uai amigo, eu vou dar uma olhada se a hemodinâmica pode emprestar, né.. [sic]


Marco Aurélio: Porque esse aqui pode tirar, esse daqui do hospital, não tá bom não,


Sebastião: Do Santa Thereza, né?


Marco Aurélio: É esse aqui, eu tô olhando aqui, não tá bom não. [sic]


Sebastião: Ah, então esse aí eu até peguei emprestado lá no HGP, até que eles comprassem um, e colocassem um aí.


Marco Aurélio: Eu tô precisando de um agora. [sic]


Sebastião: Deixa eu ver se consigo lá na hemodinâmica, retorno pro senhor.




Outro lado




A defesa de Ibsen Trindade e Andrés Sanches disse que vai recorrer à Justiça para soltar os médicos. Não conseguimos contato com Sebastião Carlos dos Reis, nem com Marco Aurélio Vilela.


O Hospital Santa Thereza informou que não há, e nunca houve qualquer instalação ou utilização de equipamento médico hospitalar do Hospital Geral de Palmas em suas dependências.


Em relação às supostas condutas indevidas na Unimed Centro-Oeste, a confederação das cooperativas médicas ressaltou que está apurando o que aconteceu.


Já própria empresa não respondeu aos nossos questionamentos. O governo do Tocantins novamente disse que só vai aguardar o fim das investigações para tomar as providências.




Entenda




A operação Marcapasso foi deflagrada nesta terça-feira (7) para investigar um esquema de corrupção que fraudava licitações no Tocantins. Segundo a polícia, o objetivo era a aquisição de órtese, prótese e materiais especiais de alto custo para o sistema de saúde. A operação foi realizada em nove estados e no Distrito Federal.


A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 7,2 milhões em bens dos suspeitos. Esta é a soma do dinheiro que eles teriam recebido indevidamente, sendo que R$ 4,5 milhões se referem às propinas supostamente recebidas por médicos.



Ao todo, 11 médicos cardiologistas e um representante comercial tiveram mandados de prisão expedidos, sendo que 10 foram cumpridos. Eles foram levados para a Casa de Prisão Provisória de Palmas nesta terça-feira (7). Oito tiveram as prisões revogadas após audiência de custódia, sendo que apenas Ibsen Trindade e Andres Sanches continuam preso.


As investigações da operação Marcapasso começaram depois que os sócios da empresa Cardiomed foram presos em flagrante por terem fornecido à Secretaria Estadual de Saúde produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais que estavam com prazos de validade de esterilização vencidos.


O esquema de corrupção foi verificado tanto em licitações do Sistema Único de Saúde (SUS), feitas pela Secretaria Estadual da Saúde, quanto nos pagamentos realizados pelo PlanSaúde, que é o plano de saúde do servidor público estadual.


No caso do SUS, a PF diz que o Estado usava o dinheiro público para comprar os produtos a um preço elevado. Neste caso, foi verificado um superfaturamento de cerca de 30%.


"No caso da licitação, havia um acordo com as empresas. Determinadas empresas forneceriam determinados produtos e elas apresentavam a especificação detalhada do produto, de modo que na licitação somente elas poderiam ganhar aquele item. Se houvesse alguma empresa que apresentasse um preço menor, ela seria desclassificada pelo parecer do médico porque ela não preencheria os detalhes dos requisitos estabelecidos na descrição do objeto no edital", explicou o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, Julio Mitsuo Fujiki.

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