Detentos de 34 cadeias em 7 Estados fazem motins e greves Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas
Detentos de 34 cadeias em 7 Estados fazem motins e greves
Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas
Por Estadão Conteúdo
access_time11 nov 2017, 11h31 - Publicado em 11 nov 2017, 10h26
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Presídio Central de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, é retrato de superlotação e sistema prisional falho. Facções criminosas dominam o local (Reprodução/VEJA)
Detentos de ao menos 34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do país, promovem rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas – os detentos reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel, no Paraná, dois presidiários foram assassinados e três agentes penitenciários foram mantidos como reféns. O último em posse dos detentos foi libertado na manhã deste sábado (11), e a polícia já conseguiu retomar o presídio para fazer uma vistoria no local.
Nos demais Estados, os protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre, do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.
Segundo o Ministério da Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. “Eles dizem que procedem deste modo por serem contra a ‘opressão do sistema penitenciário federal’. Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão”, diz o ministério.
Em Mato Grosso, 26 presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a 218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.
Comando Vermelho
No Rio, a greve de fome atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa fluminense.
O Acre tem uma unidade com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco. “A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma determinada organização criminosa que atua em todo país”, diz o Instituto de Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no Estado, em paralisação.
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