CORRUPÇÃO ESCÁRNIO E CINISMO SE UNEM CONTRA O POVO DO TOCANTINS- Eduardo e Marcelo protagonizam momento histórico ao se encontrarem no mesmo palanque após 15 anos
Eduardo e Marcelo protagonizam momento histórico ao se encontrarem no mesmo palanque após 15 anos
CLEBER TOLEDO,27 de Nov de 2017 - 19h57, atualizado às 08h06
Governador Marcelo Miranda e Eduardo Siqueira, no reencontro num palanque, em evento da SSP
O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) e o governador Marcelo Miranda (PMDB) protagonizaram um momento histórico no final da tarde desta segunda-feira, 27. Eles se encontraram e trocaram palavras elogiosas, mostrando a distensão de um relacionamento que há 15 anos era marcado pela adversidade que extrapolava o campo da política. A última vez que estiveram juntos num mesmo palanque foi na primeira eleição do governador, nas campanhas de 2002.
Eduardo foi convidado pelo governo para a solenidade da tarde desta segunda de entrega de equipamentos para a Polícia Civil. O deputado destinou R$ 275,4 mil de emendas para a compra de 90 pistolas Glock (ponto 40), 34 notebooks e 44 purificadores de água para as delegacias.
O encontro dos dois, pouco antes do início da cerimônia, foi marcado pelo silêncio absoluto de todos os presentes. Só se escutava os flashes das máquinas fotográficas. Chamou a atenção dos observadores mais atentos que Marcelo e Eduardo se mostraram muito à vontade.
Nos discursos, ambos deixaram evidente que o momento era de retomada de relacionamento institucional, sem qualquer pretensão de aliança eleitoral ou mesmo política, temas que ficaram de fora dos pronunciamentos.
O deputado disse que estava no mesmo palanque de Marcelo, mas que o que os unia ali era "o espírito público” e o “desejo de trabalhar pelo Estado”.
O governador se disse feliz pelo momento, que chegou a admitir como histórico. O peemedebista afirmou que não via nenhum problema de estar no mesmo palanque que Eduardo, pois ambos têm "uma história juntos". Marcelo defendeu que os mais jovens "precisam conhecer essa história”, arrematando que a trajetória dos últimos anos do norte de Goiás e a transição para o Tocantins se confundem com a história dos dois.
Por fim, o peemedebista mandou “um abraço” ao ex-governador Siqueira Campos (DEM).
Deteriorou a partir de 2002
O relacionamento entre Marcelo e Eduardo se deteriorou a partir da eleição do peemedebista [na época pelo PFL] ao governo do Tocantins em 2002, como sucessor de Siqueira Campos.
Logo após as eleições, os sinais de que a relação entre Siqueiras e Mirandas não estava bem foram se tornando mais fortes, até que se tornaram incontestáveis a partir das eleições de 2004. Eduardo e o pai não foram para a campanha à reeleição da então prefeita Nilmar Ruiz, que contou com total apoio de Marcelo e Brito. Os marcelistas diziam que os Siqueiras queriam rotular os Mirandas com a derrota da ex-gestora utista para Raul Filho.
Em 2005, veio o rompimento da então poderosa União do Tocantins, quando Marcelo deixou o PSDB — partido em que se filiou, levado pelos Siqueiras, logo após as eleições de 2002 — para ingressar no PMDB, adversário histórico dos utistas.
A partir de então, as divergências saíram do campo político e recrudesceram, o que marcou a campanha de 2006 como uma das mais duras da história do Tocantins, com todo o Estado dividido entre marcelistas e siqueiristas.
As divergências se aprofundaram no período da cassação de Marcelo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2009, numa ação movida pela União do Tocantins.
Os ânimos continuaram tensos nos anos seguintes, como na batalha para impedir a posse de Marcelo no Senado em 2011 — vaga que ficou com então utista Vicentinho Alves (PR) — e no início da crise interna do PMDB, quando os siqueiristas conquistaram o apoio do partido, sob comando do então deputado federal Júnior Coimbra, para seus candidatos a prefeito de 2012 em Palmas e Araguaína.
O distensão começou desde o início do atual governo Marcelo Miranda, a partir de 2015, sobretudo quando dois personagens se colocaram como adversários comuns de ambos os lados: a senadora Kátia Abreu (sem partido) e o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB).
Na Assembleia, Eduardo tem votado favorável a vários projetos de interesse do Executivo. O mais importante deles foram os empréstimos junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica, que o parlamentar chegou a defender em nota, quando parte dos colegas rebelados ainda se recusava a colocar as matérias em andamento.
No aniversário de 89 anos do ex-governador Siqueira Campos, em agosto deste ano, Marcelo não pôde ir, mas enviou o secretário-chefe da Casa Civil, Télio leão, para representá-lo.
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