Polícia Civil nega versão sobre veículo usado por delegado ferido pela PM: "Informação não procede"


Polícia Civil nega versão sobre veículo usado por delegado ferido pela PM: "Informação não procede"
RAIMUNDA CARVALHO,
+ Oficiais alegam que delegado baleado "arrancou" com veículo "desobedecendo ordem de parada"
+ "Ação é reflexo de atos ilegais praticados de forma costumeira pela PM do TO”, diz Sindepol
+ Após ser confundido com bandido, delegado é atingido com três tiros de policiais militares
Foto: Divulgação

Delegado Marivan da Silva Souza foi atingido com três tiros disparados por policiais militares no sábado


O delegado regional de Guaraí, Adriano Carrasco, negou que a Polícia Militar (PM) não soubesse da existência do veículo SW4, placa PSM 3000, que estava em poder do titular da Delegacia de Colméia, delegado Marivan da Silva Souza, 39 anos, quando foi atingido com três tiros disparados por integrantes do Batalhão de Choque (BPCHOQUE).

Carrasco fez referência a informação repassada, por meio de nota, da Turma de Oficiais do Quadro Combatente, quando afirmou que "em momento algum havia sido informado à Polícia Militar de Guaraí que o veículo abandonado por assaltantes a um banco da cidade de Itaporã do Tocantins havia sido disponibilizado para uso do delegado".

“A informação não procede. O veículo em questão foi apreendido no início do ano, abandonado na cidade de Itaporã do Tocantins, sendo solicitado pela Polícia Civil (PC) ao Poder Judiciário e devidamente cautelado ao delegado (Marivan da Silva Souza). No dia anterior aos fatos (sexta-feira), o veículo estava sendo utilizado na investigação ao roubo ao carro forte, sendo visto por vários policiais militares, dentre eles o comandante do 7º BPM. Além do mais, como o veículo do delegado poderia ser confundido com o veículo dos assaltantes do carro forte, se este foi incendiado no local dos fatos?", indaga Carrasco.

Carrasco foi questionado se é permitido a polícia fazer uso de carros apreendidos. “Sim, é legalmente permitido e muito usual a Polícia Judiciária (PC), utilizar veículos apreendidos em investigações. Estes veículos são repassados à corporação por autorização judicial de uso e mediante termo de cautela ao policial que ficará responsável pelo uso. Inclusive, no dia anterior o veículo era usado pela equipe do Dr. Marivan para investigar o roubo ao carro forte, sendo visto por vários militares da cidade”, garantiu.

Alta velocidade
Segundo a nota da Turma de Oficiais do Quadro Combatente, o veículo cruzou com os militares em altíssima velocidade indo em sentido à BR-153. “A informação é mentirosa e absurda. Há várias imagens de câmeras pela cidade, já em poder da Polícia Civil, inclusive da entrada da cidade, que comprovam que não houve nenhum tipo de perseguição e que o carro do delegado (Marivan da Silva Souza) trafegava dentro dos limites de velocidade. A perseguição começou segundos antes ao fuzilamento do carro do delegado”, rebateu Carrasco.

A nota da Turma de Oficiais do Quadro Combatente, diz ainda que "o motorista arrancou com o veículo desobedecendo, momento em que foram efetuados disparos". De acordo com os oficiais, com o único intuito de cessar a fuga. “Mais uma informação mentirosa. Várias testemunhas foram ouvidas e relatam que não havia nenhum bloqueio policial, bem como não houve nenhuma prévia ordem de parada, utilização de sinal sonoro ou qualquer outra forma de tentar avisar ao motorista que se tratava de uma ação policial e que deveria encostar o veículo". responde.

"O carro do delegado (Marivan da Silva Souza) foi parado a tiros de fuzil 556, por trás, em direção a cabeça do motorista, em clara intenção de neutralizar (matar) o condutor. Atirar de fuzil, uma arma de guerra, para fazer parar um veículo não é procedimento considerado correto em lugar nenhum do Brasil e demonstra dolo direto em ceifar vidas. As imagens mostram que o veículo é fuzilado em baixa velocidade, incompatível com a alegação de furo de bloqueio ou fuga, acrescentou Adriano Carrasco, questionando a ação dos militares.

Arma de guerra
Carrasco garantiu que os policiais militares integrantes do Batalhão de Choque (BPCHOQUE), usaram armas de guerra. “Foram fuzis de calibre 556. Armas de guerra incompatíveis com o trabalho investigativo. Os projéteis transfixaram o veículo e poderiam ter atingidos as pessoas que estavam no local. O atentado ocorreu em região e horário de muito movimento, apesar de ser um sábado”, afirmou.

Carrasco também contou que, além de perseguições e bloqueios que não existiram, a PM também “inventa a mentira" de que o delegado estava portando um fuzil e que teria entrado em um hotel de forma ameaçadora, sendo que algum hóspede teria acionado a corporação. “As imagens comprovam que em momento algum o delegado entrou em qualquer estabelecimento e que sequer estava armado de pistola”, garantiu Carrasco

“Na minha opinião houve erros grosseiros de procedimento e a intenção clara de matar um 'suposto criminoso'. Agora, como forma de amenizar o erro, a PM tenta inventar histórias de ficção, para culpar a vítima por quase ser morta. Isso tem que acabar. PM não pode investigar. Primeiro porque não é sua atribuição constitucional, segundo porque as desastrosas ações pelo Brasil demonstram que não sabem fazê-lo. Absurdos como este não podem ocorrer mais com ninguém, nenhuma polícia tem licença para matar”, voltou a criticar.

Apresentado voluntariamente
Questionados se os policiais militares envolvidos teriam se apresentado a PC voluntariamente, Carrasco contou que eles foram "escondidos" no quartel, onde se apresentaram ao superior hierárquico deles. “Os atiradores deixaram o local dos fatos e foram para a porta do hospital, onde também estava este delegado (Carrasco) e o major Presley, mas em momento algum informaram que estavam se apresentando. Depois voltaram ao local dos fatos onde passaram a perguntar por filmagens e câmeras, em seguida se aquartelaram, alegando que estavam se apresentando do Oficial Comandante do Batalhão”, contou Carrasco, informando ainda que até o momento os militares não foram ouvidos até o momento pela Polícia Civil.

Frederico Ribeiro dos Santos, João Luiz Andrade da Silva, Tiago Marinho Duarte Peres e Cleiber Levy Gonçalves Brasilino estão presos no Quartel do Comando Geral. “Certamente em condições bem diferentes que presos preventivos comuns”, criticou.

Depoimento da vítima
Carrasco fez questão de ressaltar que o Marivan da Silva Souza contou que em momento algum percebeu que estava sendo seguido ou recebeu qualquer ordem de parada, tendo percebido que algo estava errado apenas ao ser atingido na cabeça por "alguma coisa", somente percebendo que havia sido baleado em razão do sangue. “Ele relatou que neste momento desceu do carro identificando-se como delegado, apesar de temer estar sob a ação de assaltantes”, contou.

Saúde do delegado
Em relação a saúde do delegado Marivan da Silva Souza, Carrasco disse que ele está for a de perigo. “O delegado encontra-se fora de perigo, recebeu alta médica e deverá passar por cirurgias para a reconstrução da orelha direita. Tem estilhaços de projétil na cabeça e na escápula”, revelou.

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