Polícia Civil contesta versão da PM; 'delegado estava desarmado e não tentou fugir'De acordo com Mozart Felix, vice-presidente Sindepol, a PM agiu de forma errada. Disse, também, que o delegado Marivan estava desarmado e não tentou fugir


Polícia Civil contesta versão da PM; 'delegado estava desarmado e não tentou fugir'De acordo com Mozart Felix, vice-presidente Sindepol, a PM agiu de forma errada. Disse, também, que o delegado Marivan estava desarmado e não tentou fugir
30/10/2017 16:28:47 - Atualizada em 30/10/2017 17h04min Da redação

Imagem de momentos antes do delegado Marivan ser baleado Da Redação

Na tarde desta segunda-feira, 30, o delegado Mozart Felix, vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Tocantins (Sindepol), manifestou-se sobre o caso do delegado de Colmeia, Marivan da Silva Souza, baleado neste último sábado, 28, em Guaraí. De acordo com Mozart, a Polícia Militar agiu como grupo de extermínio na abordagem ao delegado. Uma nota também foi enviada pelo Sindicato ao Portal T1 Notícias.



Mozard revelou, que ainda no sábado, esteve com o delegado Marivan. Ao parceiro de profissão, o delegado baleado comentou que estava em Guaraí para almoçar na casa de um amigo, também delegado, e que não portava nenhuma arma. “No carro não havia arma nenhuma, a arma dele estava na casa de um colega, onde ele estava se dirigindo naquele momento. Ele estava sozinho e desarmado” ressaltou.



Vídeos



O vice-presidente do Sindepol também comentou sobre os vídeos de alguns estabelecimentos que mostram o momento da abordagem. “Não houve abordagem nenhuma, não teve abordagem, a caminhonete da policia militar estava descaracterizada, sem identificação nenhuma, foi atrás do carro e efetuou disparos com homens na janela”.



Sobre a versão do delegado Marivan do acontecido, Mozart revelou que ele não viu e não ouviu nada. “Ele sentiu a caminhonete tremer e sentiu o sangue descer. Assustou, parou a caminhonete e desceu. Na hora que ele desceu, já saiu tentando se identificar”.



O T1 teve acesso a esses vídeos. As filmagens mostram um veículo Toyota SW4 branco descendo uma avenida de Guaraí. Uma picape preta passa logo em seguida. É possível ver uma arma para fora de uma das janelas traseiras da picape preta. Em um dos vídeos, Marivan está deitado no chão quando recebe abordagem de um policial militar.



Carro roubado



Ao ser questionado sobre as informações que circulam as redes sociais de que o delegado Marivan andava em uma carro roubado , Mozard comenta que o veículo que o delegado de Colmeia estava já foi utilizado pelo crime no ano passado, mas que desde o inicio deste ano está disponível para policia e está sendo usado como viatura mediante ordem judicial. “Juiz autorizou que este carro passasse a ser usado pela Polícia. Este carro é viatura da polícia há muito tempo. Pode ser consultado no Sinesp Cidadão”.



Sindepol



Além do vice-presidente, o Sidepol também se manifestou nesta segunda. Sobre à abordagem veicular especificamente, expressou que Lei 13061/2014 prevê que é proibido o uso de arma de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto quando exista risco de morte ou lesão aos agentes de segurança pública ou a terceiros. Enfatizamos que, no caso, nem bloqueio policial havia.



Outro ponto que a nota esclarece, é que os militares que atiraram no Delegado estavam sem uniformes e a bordo de uma viatura sem identificação, descumprindo recomendação do Ministério Público Estadual encaminhada à Corregedoria Geral da Polícia Militar.



Entenda



O delegado da Polícia Civil Marivan Souza foi alvejado com três tiros por policiais militares da Companhia Independente de Operações Especiais da Polícia Militar na manhã deste sábado, 28, em Guaraí. Ele foi atingido com dois tiros na cabeça e um no braço. Um dos disparos pegou no rosto e arrancou quase toda a orelha direita, o outro atingiu de raspão a cabeça, mas não atingiu o crânio. Marivan Souza foi socorrido e encaminhado de helicóptero a Palmas e passa bem. Ele é o titular responsável pela Delegacia de Colméia. Os policiais que atiraram estariam em diligência na cidade procurando suspeitos do assalto ao carro-forte.



Nota na íntegra



O Sindepol está muito preocupado com a população do Estado do Tocantins. Como foi amplamente divulgado pela mídia, policiais militares não fardados, em carro sem identificação, atiraram de fuzil, pelas costas, no Delegado de Polícia MARIVAN DA SILVA SOUZA, o qual estava desarmado e conduzindo uma viatura descaracterizada.



O Delegado foi atingido na cabeça e no braço, não vindo a óbito por um milagre. A referida ação não foi nem mesmo precedida de abordagem ou barreira. Testemunhas afirmaram que não sabiam se os atiradores eram policiais ou bandidos. Filmagens mostram os policiais militares atirando por trás com os veículos em movimento.



A APRA alegou, na nota divulgada, que os militares agiram CORRETAMENTE, bem como que a prisão dos mesmos, decretada pela Justiça, é desnecessária.



O Comandante Geral da Polícia Militar, GLAUBER OLIVEIRA SANTOS, por sua vez, afirmou em reportagem veiculada pela Rede Globo em âmbito nacional que seus comandados adotaram PROCEDIMENTO PADRÃO DA CORPORAÇÃO.



Ocorre que o Estado Democrático de Direito é regido por normas, as quais devem ser observadas por todos, independentemente do cargo que ocupam.



Nesse sentido, importante mencionar que só há autorização legal para disparo de arma de fogo contra alguém em situação de legítima defesa, para defender a si ou a terceiros.



Com relação à abordagem veicular especificamente, a Lei 13061/2014 prevê que é proibido o uso de arma de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto quando exista risco de morte ou lesão aos agentes de segurança pública ou a terceiros. Enfatizamos que, no caso, nem bloqueio policial havia.



Outro ponto que merece ser esclarecido é que os militares que atiraram no Delegado estavam sem uniformes e a bordo de uma viatura sem identificação, descumprindo recomendação do Ministério Público Estadual encaminhada à Corregedoria Geral da Polícia Militar.



O Sindepol está muito preocupado, pois, quando ações criminosas como essa são chanceladas por entidades classistas e tratada como “procedimento padrão” Comandante Geral da Polícia Militar, toda a população fica exposta e sujeita a passar situação.



Declarações como essas, demonstram que o Tocantins tem que evoluir e ter um comando civil único das forças policiais, a ser efetuado pela Secretaria da Segurança Pública, como ocorre em quase todos os Estados.



O sindicato dos Delegados do Estado do Tocantins reafirma seu compromisso com os Delegados de Polícia, com os demais policiais civis e com toda a sociedade, ressaltando que sempre atuará na defesa dos direitos de seus filiados, prezando pela transparência e legalidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VAZARAM AS FOTOS DE PAOLA OLIVEIRA NUA-Paolla oliveira nua pelada

Lista Negra: Veja o resumo de todos os episódios da primeira temporada

Cheon Il Guk Matching Engagement Ceremony- O REINO DOS CÉUS NA TERRA E NO CÉU