O irmão-incômodo de Geddel Devassa no bunker do ex-ministro encalacram o deputado Lúcio Vieira Lima. Por força da lei, no entanto, os irmãos terão destinos diferentes. Entenda por quê


O irmão-incômodo de Geddel
Devassa no bunker do ex-ministro encalacram o deputado Lúcio Vieira Lima. Por força da lei, no entanto, os irmãos terão destinos diferentes. Entenda por quê


DIGITAIS PF reúne elementos que ligam Lúcio Vieira Lima ao QG de Geddel


Tábata Viapiana20.10.17 - 17h00

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A maior apreensão em dinheiro vivo da história do País continua a causar baixas no meio político. O mais novo alvo da investigação da Polícia Federal é o deputado Lúcio Vieira Lima, irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PF apura se o parlamentar tem ligação com os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador e atribuídos a Geddel. A pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, expediu quatro mandados de busca e apreensão – um deles foi cumprido no gabinete de Lúcio na Câmara. A PF também esteve em dois endereços ligados ao deputado, em Brasília e Salvador. O quarto mandado judicial foi cumprido na casa de seu secretário parlamentar, Job Ribeiro Brandão.

Os investigadores encontraram digitais de Brandão no ‘bunker de Geddel’ e em algumas notas de dinheiro. Ele é funcionário da Câmara desde 2010, e atualmente, recebe salário de R$ 14,3 mil, segundo registros do Portal da Transparência. No apartamento de Salvador, também foi encontrada uma nota fiscal em nome de uma funcionária de Lúcio Vieira Lima, o que levantou a suspeita de que o deputado pode ter sido um dos beneficiários dos R$ 51 milhões. Além disso, de acordo com as investigações, o imóvel teria emprestado ao parlamentar por um amigo da família e era usado por Geddel para esconder o dinheiro. A síndica do prédio também disse à PF que entregou a chave do apartamento para Lúcio. Ou seja, todos os indícios levam ao irmão-incômodo de Geddel. Mesmo assim, a defesa do deputado negou as acusações e classificou a ação policial de “desnecessária e drástica”.

As buscas no gabinete duraram quase cinco horas. Agentes da PF deixaram o local, no sexto andar do anexo IV da Câmara, carregando um malote com documentos. Essa é a primeira operação conduzida por Raquel Dodge à frente da PGR. As medidas cautelares foram um desdobramento das investigações que apuram a origem e a responsabilidade pelos R$ 51 milhões apreendidos no dia 5 de setembro. A descoberta do ‘bunker’ em Salvador levou à prisão de Geddel Vieira Lima. Na ocasião, ele estava em regime domiciliar, mas teve a prisão preventiva decretada pela 10ª Vara Federal de Brasília. A PF encontrou digitais do ex-ministro nas sacolas de dinheiro. Atualmente, ele está detido na Papuda, em Brasília.

O ministro Edson Fachin decidiu desmembrar as investigações contra os irmãos Vieira Lima. A parte que apura o envolvimento de Lúcio com os R$ 51 milhões apreendidos no ‘bunker’ de Salvador ficará no STF em razão da prerrogativa de foro. Já a fraude na liberação de créditos da Caixa ao tempo em que Geddel foi vice-presidente da instituição ficará na primeira instância por não envolver autoridades com foro privilegiado. O caso será conduzido pela Justiça Federal do DF. Por força da lei, os irmãos Vieira Lima terão destinos diferentes.

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