‘Estado’ debate Lava Jato e Mãos Limpas Em parceria com CDPP, jornal promove encontro de Dallagnol e Moro com coordenadores de operação italiana de combate à corrupção



‘Estado’ debate Lava Jato e Mãos Limpas
Em parceria com CDPP, jornal promove encontro de Dallagnol e Moro com coordenadores de operação italiana de combate à corrupção
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Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo

07 Outubro 2017 | 20h43


Dois dos principais personagens da Operação Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol, e dois dos magistrados que coordenaram a Operação Mãos Limpas, na Itália – Piercamillo Davigo e Gherardo Colombo –, vão participar do Fórum Estadão Mãos Limpas e Lava Jato. O evento é uma parceria com o Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP). Ele vai ocorrer no dia 24 e será reservado para convidados.

“É o desempenho das instituições que vai determinar as regras que vão proteger o País da corrupção”, disse a economista Maria Cristina Pinotti, diretora do CDPP. Ela e a jornalista Eliane Cantanhêde, colunista do Estado, farão a mediação do evento, que contará ainda com o jornalista João Caminoto, diretor de Jornalismo do Estado, e com o economista Affonso Celso Pastore, diretor do CDPP.


Maria Cristina Pinotti, diretora do CDPP, vai coordenar a mesa no dia 24. Foto: ALEX SILVA/ESTADAO


Estudiosa da corrupção, Maria Cristina defende a relevância das instituições para o crescimento, a estabilidade e o desenvolvimento econômico. “Desenvolvimento é uma noção mais ampla do que o mero crescimento de 2%, 3%. É fazer isso de forma sustentável, com distribuição de renda e com a construção de bases para um ciclo longo.”



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Para ela, as instituições formais (leis, regras, regulações) devem proteger o Estado a fim de que ele não seja atacado por grupos de interesses particulares. É preciso, segundo ela, aumentar o custo e o risco da corrupção para os agentes que o praticam. Para tanto, medidas como a prisão após a condenação em segunda instância do Poder Judiciário são fundamentais. Ela cita o caso da Operação Mãos Limpas, no qual o mundo político reagiu criando regras que garantiram a impunidade dos corruptos.

Uma das consequências foi a deterioração das instituições italianas, o que ajudou a travar o desenvolvimento da Itália em comparação a outros países da zona do euro, como França e Alemanha, e com queda na produtividade desde o ano 2000. “A Itália tem muito a nos ensinar, até mesmo para que o Brasil não repita seus erros.”

Pressão. Para Maria Cristina, é preciso que o País resista aos grupos de pressão que desejam aproveitar o momento de crise para aprovar mudanças para aumentar lucros ou privilégios. “Qualquer mudança institucional de qualquer amplitude provoca reações fortes de quem sai perdendo. Não existe mudança institucional neutra.” Maria Cristina diz que o ambiente ideal para fazer as reformas é “a luz do sol”. “Primeiro, é preciso denunciar os privilégios, mostrando como eles estão afetando o interesse público.” Depois, ela entende ser necessária a eleição em 2018 de candidatos comprometidos com reformas.

“Hoje temos consciência clara do que está errado, mas nossos representantes no Parlamento são horrorosos. O que torna qualquer proposta de mudança institucional arriscada.” O caminho para que a Lava Jato dê frutos, segundo ela, é a pressão da sociedade. “O caminho é a construção de legitimidade e consenso na discussão. Essa é a única forma eficaz para organizar a sociedade civil que ficou apática durante décadas.” Não se trata, pois, de uma tarefa para uma pessoa. “Não existem salvadores da Pátria. Precisamos de lideranças. Na minha opinião, o papel da imprensa no Brasil é crucial.”

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