A Rocinha tem o mapa da solução
A segurança pública precisa combater o crime com estratégia de guerra
A história do crime na Rocinha tem todos os elementos que são problemáticos na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Para solucionar a questão da violência lá ou em qualquer outra favela, é fundamental entender e resolver esses elementos. A relação do crime com a comunidade, com os presídios, com a polícia, com a associação de moradores, as conexões com outras favelas... Está tudo ali e é possível tirar todas as lições.
Eu tenho uma proposta. Já que hoje esta é a pauta, por que não resolver a Rocinha de uma vez e depois todo o resto?
O crime organizado chegou e se instalou na Rocinha porque encontrou nela um ambiente extremamente favorável: Miséria, falta de oportunidade e ausência do Estado. O cenário perfeito deu aos traficantes de drogas a possibilidade de se tornarem chefes da comunidade. A Rocinha ainda tem uma vantagem geográfica: a proximidade do mercado consumidor. A maior consumidora de droga é a elite que pode pagar por ela, e a Rocinha tem conexão direta com os bairros da Zona Sul.
O quadro abaixo apresenta todos os ingredientes presentes na história da Rocinha que criam problema para a Segurança Pública do Rio:
Como resolver a questão? É fundamental fazer com que a comunidade seja sua aliada. Para quem está lá dentro, o crime é tão ruim quanto para quem está fora. Mães, trabalhadores, pessoas honestas. É preciso de mecanismos para ter esses aliados. Dar a eles a garantia de que o Estado vai agir. As forças policiais precisam num primeiro momento ocupar com todas as forças disponíveis e mapear a favela. A tecnologia pode ser uma grande aliada, com o uso de drones, mas é possível contar com as informações inclusive de criminosos que já estão presos. Não aprendemos nada com a Lava Jato e sua delação premiada?
A segurança pública precisa combater o crime com estratégia de guerra. Impedir a venda de drogas, a entrada de armas. Tirar o seu território, impedir sua conexão com outras favelas controladas pelo tráfico. Em suma, estrangular o inimigo e cortar todos os seus recursos para, num segundo momento, levar todos os aparelhos do Estado para dentro da favela. Abrir ruas no lugar das vielas. Dar saneamento básico.
Quando criamos uma expectativa positiva, ganhamos a comunidade e fazemos disso um exemplo. Se der solução ali, o mundo inteiro acreditará que o problema pode ser resolvido.
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