PF encontra Lista com feitiço contra ‘intriga, inveja e olho inimigo’, no gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça do TO
PF encontra Lista com feitiço contra ‘intriga, inveja e olho inimigo’, no gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça do TO
No manuscrito apreendido na residência de um alvo da 5.ª fase da Operação Ápia, que investiga desvios e propinas em obras de infraestrutura no Estado, estão os nomes de uma conselheira do Tribunal de Contas do Estado, um delegado da Polícia Federal, advogados e outros
01/09/2017
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Durante as buscas na 5.ª fase da Operação Ápia, que investiga o procurador-geral de Justiça do Tocantins Clenan Renault de Melo Pereira, a Polícia Federal recolheu um documento inusitado, que aparentemente revela mandinga contra desafetos. A lista de nomes que supostamente seriam alvo do malfazejo é intitulada ‘pedido de afastamento e repreensão’. No papel há 16 nomes e uma obsessão. “Afastar todas as intrigas, invejas, denúncias, enfim, o olho inimigo.”
A Ápia apura desvios e propinas em obras de Infraestrutura no Tocantins. A 5.ª fase foi deflagrada em 18 de agosto e fez buscas no gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça e na residência do procurador-geral, sob suspeita de favorecer empreiteiras.
Foto: Reprodução
Na ocasião, o governador Marcelo Miranda (PMDB) foi intimado a depor. O nome do peemedebista consta da lista do feitiço apreendida pela Ápia.
A relação de nomes que iriam para o sacrifício foi encontrada entre documentos apreendidos na residência de um alvo da Ápia 5. A PF ainda não apurou o motivo de tanto azedume.
Constam das anotações do indigitado também os nomes César Simoni de Freitas (secretário de Segurança Público do Tocantins), Doris de Miranda Coutinho (conselheira do Tribunal de Contas do Estado), Rildo Rodrigues de Lima (delegado da Polícia Federal), Marco Antônio Bezerra (procurador de Justiça), Caleb Mello (promotor de Justiça), Solano Donato Damasceno (advogado), Ângela Marques (ex-presidente e o ex-diretor de administração do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins – Igeprev), Roger de Mello Ottaño (advogado), Maurício Cordenonzi (advogado) e Alex Hennemann (advogado).
Em outro papel apreendido na Ápia 5 aparece Edson Azambuja e uma blasfêmia. “Que seja derrotado, que não tenha forças nem pernas, nem boca, nem mãos para perseguir, trair, invejar minha família.”
Logo após a deflagração da Ápia 5, investigadores informaram que o documento do mal teria sido localizado em meio à papelada encontrada no gabinete do procurador. Oficialmente, a PF não se manifestou.
O procurador-geral de Justiça, investigado maior da fase 5 da Ápia, rechaçou com veemência ser o dono ou autor da lista de horrores. Em nota enviada por sua assessoria, Clenan Reanult repudiou tamanha heresia e declarou que é ‘Católico, Apostólico, Romano, e não compactua com qualquer atividade que destoe dos rituais e dos princípios da sua Igreja’.
A Operação Ápia tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e apontou que obras de terraplanagem e pavimentação asfáltica realizadas no Tocantins, entre 2011 e 2014, custaram cerca R$ 850 milhões e geraram créditos indevidos a empresários.
Os pagamentos realizados no período totalizaram aproximadamente R$ 730 milhões, enquanto o restante – mais de R$ 120 milhões -, foi efetivamente quitado em anos posteriores.
COM A PALAVRA, CLENAN RENAULT DE MELO PEREIRA
Nota Oficial
O Procurador-Geral de Justiça do Tocantins não reconhece o rascunho enviado pelo Estadão e afirma que o mesmo não é de sua grafia ou da grafia de sua esposa. Assim, disponibiliza-se para a realização de perícia grafotécnica. O chefe do Ministério Público Estadual sequer consegue identificar a maioria dos nomes rascunhados e considera estranho que se trate de um objeto que afirmam ter sido apreendido em seu gabinete, em uma operação conduzida em procedimento de caráter sigiloso pela Polícia Federal. Ressalte-se, nem mesmo o Procurador-Geral de Justiça e seus advogados tiveram, até a presente data, acesso integral aos documentos e objetos apreendidos. Todavia, o teor do referido rascunho torna óbvio que não existe ali qualquer sentimento ou intenção negativa. O Procurador-Geral de Justiça é Católico, Apostólico, Romano, e não compactua com qualquer atividade que destoe dos rituais e dos princípios da sua Igreja. com informações Estadão.
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