Joesley: ‘Se tem batom na cueca, faz a p… da delação’ Em áudios recuperados pela PF, empresário também analisa como a classe política aderiu à delação e comenta efeitos colaterais de leis contra corrupção
Joesley: ‘Se tem batom na cueca, faz a p… da delação’
Em áudios recuperados pela PF, empresário também analisa como a classe política aderiu à delação e comenta efeitos colaterais de leis contra corrupção
Por Laryssa Borges, Marcela Mattos
access_time29 set 2017, 09h24 - Publicado em 29 set 2017, 08h36more_horiz
O empresário Joesley Batista, da JBS: o delator-conselheiro (Adriano Machado/Reuters)
No segundo áudio recuperado pela Polícia Federal, obtido por VEJA, o empresário-delator Joesley Batista conversa com um interlocutor chamado “Gabriel”, supostamente o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), e relata os fatores que um criminoso deve sopesar para decidir fechar um acordo de delação premiada. Ao interlocutor, Joesley diz ter aconselhado um amigo enrolado com práticas ilícitas e expõe seu raciocínio: “Ô, meu, é a coisa mais simples do mundo, porque se você tem problema e o problema é, como se diz, batom na cueca, ô, meu, corre lá e faz a porra dessa delação”. Os explosivos áudios de Joesley Batista foram peça-chave para embasar a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o presidente Michel Temer (PMDB), mas a sonegação de outras conversas gravadas também levaram o então procurador-geral Rodrigo Janot a pedir a rescisão do acordo de delação do executivo e do diretor de Relações Institucionais da JBS Ricardo Saud. Hoje os dois estão presos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
OUÇA AQUI essa conversa.
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Ao longo de 38 minutos de conversa, Joesley Batista e seu interlocutor avaliam o que consideram como estragos da lei das organizações criminosas, segundo eles pensada para combater facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), e não atuações ilícitas praticadas por políticos, e analisam como parte da classe política, assolada por denúncias de corrupção, passou a aderir à delação premiada. Na conversa, Joesley também detalha como montou uma espécie de estratégia de sobrevida, corrompendo o procurador Ângelo Goulart Villela, e relata como detalhava ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) as tratativas que mantinha com o Ministério Público sobre o acordo de leniência do grupo J&F.
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