A queda da Babilônia-história



A queda da Babilônia

Capítulo 5

O rei Nabucodonosor, que havia assumido o trono da Babilônia em 604 AC morreu em 561 AC e o trono passou para o seu filho Evil-Merodaque; este foi bom para o rei Joaquim de Judá e o libertou da casa da prisão em que estava depois de trinta e sete anos de cativeiro (2 Reis 25:27).
Evil-Merodaque, no entanto, depois de apenas dois anos no governo foi assassinado pelo seu próprio cunhado Nergal-Sarezer (Jeremias 39:3) que assumiu o trono (conhecido também como Neriglissar e Labachi-Marduque).
Nergal-Sarezer morreu pouco menos de quatro anos depois e foi sucedido pelo seu filho que era ainda apenas um menino. Este foi morto numa conspiração nove meses depois, e um dos conspiradores, Nabonido, assumiu o trono.
Nabonido era casado com Nitocris, filha de Nabucodonosor. Tendo ascendido ao trono da Babilônia em 555 AC, Nabonido reinou durante dezessete anos. Belsazar, é mencionado em várias inscrições nas ruínas da velha Babilônia como sendo seu filho, embora fosse seu sobrinho, filho de Evil-Merodaque.
Pouco depois de 590 AC Jeremias havia profetizado: "Assim me disse o SENHOR: '… E, agora, eu entreguei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, meu servo, … E todas as nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele.'" (Jeremias 27:6-7) .
Belsazar era esse neto de Nabucodonosor, a profecia estava se cumprindo e agora estava chegando a parte final, o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se serviriam dele.
Aqui Belsazar é chamado rei, porque ele era o regente enquanto seu tio se dedicava a viagens pelo seu território. Este capítulo começa no ultimo dia do seu reinado, no ano 538 AC, tendo Daniel já seus 88 anos de idade.
Belsazar fez um grande banquete, ao qual comparecerem um milhar dos homens mais importantes do seu reino, com suas mulheres e concubinas. Segundo os historiadores a cidade estava nesse dia cercada por inimigos, os medo-persas, sob o general Gobrias. Babilônia era protegida por muros de 100 m de altura e oito de largura e tinha abundância de viveres e água. Belsazar devia ter pensado que a cidade era inexpugnável, e o banquete foi dado em honra aos seus deuses, que, pensava ele, o estavam protegendo.
Depois de provar o vinho. Belsazar mandou que se buscassem os utensílios de ouro que haviam sido trazidos do templo em Jerusalém por Nabucodonosor (2 Crônicas 36:18). E todos beberam vinho neles e deram louvores aos seus deuses que eram imagens de ouro, prata, cobre, ferro, madeira e pedra.
Na mesma hora, em meio daquele ato de idolatria, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. Essa visão sobrenatural muito perturbou Belsazar, ele se curvou e começou a tremer.
Ele gritou para que chamassem à sua presença os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; quando chegaram, ele prometeu que quem lesse o que estava escrito e declarasse a sua interpretação seria premiado com roupa de púrpura, uma cadeia de ouro ao pescoço, e seria, no reino, o terceiro dominador (viria depois do seu pai e ele próprio). Mas ninguém entre eles foi capaz de ler, nem interpretar o que estava escrito.
Belsazar perturbou-se ainda mais, o que transpareceu em seu rosto e os seus grandes estavam sobressaltados. Nesse momento a rainha, ouvindo do que se passava, entrou e falou a Belsazar sobre Daniel, a quem Nabucodonosor muitos anos atrás havia honrado "porque tinha o espirito dos deuses santos; e naqueles dias se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses."
A rainha, esposa de Nabonidus, era filha do próprio Nabucodonosor, logo tinha conhecimento de primeira mão do relacionamento dele com Daniel. Ela sabia do nome caldeu que seu pai havia dado a Daniel, mas agora ela o chama pelo seu nome hebreu. Teria Daniel insistido em usar o seu primeiro nome, que honrava ao seu Deus?
Belsazar mandou chamá-lo, na esperança que esse ancião ainda pudesse resolver o mistério. Evidentemente não o conhecia pessoalmente, o que indica que Daniel teria sido afastado da posição de destaque que Nabucodonosor havia lhe dado, muitos anos atrás.
Belsazar o lembra da sua posição humilde como cativo de Judá, diz que ouviu da sua habilidade, e promete a ele o mesmo prêmio que havia oferecido aos astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; mas Daniel demonstrou pouco interesse nisso dizendo-lhe que ficasse com suas dádivas e desse os seus presentes a outro, mas se dispôs a ler e a interpretar o que estava escrito.
Como preâmbulo Daniel lembrou a Belsazar que:
  1. fora Deus, o Altíssimo, que havia dado a Nabucodonosor todo o reino, o poder, a glória e a magnificência que tinha;
  2. quando ele se ensoberbecera por causa disto, fora derribado do seu trono real, perdera a sua glória e fora afastado para viver como animal;
  3. só voltara à posição anterior quando reconheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles.
Em seguida Daniel repreendeu Belsazar por ter trazido os utensílios do templo para usá-los, com todos os seus convidados, para beber vinho e honrar os seus ídolos, não glorificando a Deus em cuja mão estava a sua vida e todos os seus caminhos, sabendo já de tudo o que havia acontecido com Nabucodonosor.
Daniel a seguir informou que a parte da mão que escreveu na parede havia vindo de Deus, e leu e traduziu o que estava escrito:
MENE = NUMERADO
TEKEL = PESADO
PARSIN = DIVISÕES, plural de PERES = DIVISÃO
Ou seja:
Numerado, numerado, pesado e divisões.
Daniel deu a interpretação disso, ou seja:
  1. Deus havia contado o reino de Belsazar e acabado com ele;
  2. Belsazar havia sido pesado na balança e achado em falta;
  3. Seu reino havia sido dividido e dado aos medos e aos persas.
Na mesma hora em que estava sendo realizado o banquete, o exército de Ciro, o persa, que a rodeava, estava avançando por debaixo dos muros da Babilônia, tendo desviado as águas do canal que passava para dentro da cidade.
Seu general Gobrias levou o exército para o centro da cidade onde estava localizado o palácio onde se fazia o banquete. Segundo Xenofonte, um historiador da Grécia antiga, Gobrias e os seus homens estavam dentro do centro antes dos guardas terem percebido que havia algo de errado.
Belsazar foi morto e seu reino dado a Dario, o medo, que era tio de Ciro segundo alguns, cumprindo-se assim uma profecia feita mais de 175 anos antes do acontecimento (Isaías 44:28 - 45:4).
Assim a cabeça de ouro da estátua do sonho de Nabucodonozor ficou na história e entramos na fase de domínio do reino representado pelo peito e braços de prata - os medo-persas.

R David Jones

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